AGENDA PARA O FUTURO


A Agenda 34 (A34) é um agrupamento que visa contribuir para a melhoria do futuro de Ilhéus, visando o advento dos seus 500 anos em 2034. Fundado após reuniões que pudessem dar corpo e amadurecer as intenções do grupo, a A34 parte para a segunda etapa com o início das atividades. A cidadania afirmativa é a principal ferramenta adotada. Pretende-se preparar pessoas e estruturas, desenvolvendo ações de interesse coletivo que possam ser executadas pela comunidade, pelo poder público ou pela própria A34, em conjunto ou separadamente. A educação é a matriz das ações e será observada ao desenvolvê-las, como também a memória e o meio ambiente regionais.

Sabe-se que as ações da A34 serão políticas, no sentido lato do termo, pois são de interesse público, dentro de uma sociedade e com envolvimento da de finalidades da administração municipal. No entanto, as ações não se prestarão a manifestações partidárias. Serão pensadas, desenvolvidas e planejadas exclusivamente com a intenção de contribuir para um futuro melhor, livremente destinadas a quem puder concretizar o planejamento. Espera-se ajudar Ilhéus até o seu quinto centenário, de forma colaborativa, com participação ampla da sociedade e das entidades públicas e privadas; e em participação nos fóruns de discussão em defesa dos interesses coletivos no município de Ilhéus.

O Termo de Fundação foi registrado no Cartório de Títulos e Documentos sob o nº de ordem 42884 para fins de conservação e publicidade. A solicitação de certidão é livre. A A34 continuará com as reuniões ordinárias, deverá ampliar o agrupamento e apresentar a primeira ação em breve.

Transporte Alternativo ou “Clandestino”, eis a questão


Por  Joaquim Bastos

Nos últimos meses muito se falou ou se discutiu, na cidade de Ilhéus, sobre “Transporte Clandestino”, principalmente após a invasão da Praça Rui Barbosa por esses veículos.

O problema é antigo, mas voltou à baila após entrevista dos Presidentes da ASTRACOM (Associação de Transporte Clandestino de Ilhéus) e da COOPETRANS (Cooperativa de Transporte do Sul da Bahia) no programa O Tabuleiro – FM CONQUISTA, quando afirmaram que a utilização daquele espaço havia sido autorizada, pelo Prefeito do Município.

Com base nessas declarações, o tema “Transporte Clandestino” poderia ser discutido sob diversos contextos (da Inclusão Social à Ilegalidade). No entanto esse artigo, tem cunho meramente provocativo, e de modo a não torná-lo um poço sem fundo, optamos por analisar o problema enfatizando três hipóteses para o surgimento do “Transporte Clandestino”:

1ª) em função da ineficiência do Transporte Público;

2ª) em função da demanda pelo Transporte Público ser maior que a sua oferta;

3ª) em função da ineficiência do Poder Público Municipal para disciplinar e/ou legalizar esse tipo de Atividade.

Aqui não vamos enfatizar o Transporte realizado pelos Táxis (Decreto 032/78). Vale ressaltar que, em junho do ano passado, a categoria protestou, realizando uma grande carreata, fazendo com que a Prefeitura de Ilhéus emitisse Nota Pública considerando ilegal o “Transporte Clandestino”. À época, tal protesto gerou ações para coibir essa atividade. Por outro lado, a informalidade com que essa prática é desenvolvida, traz uma série de prejuízos para os cofres públicos do Município, desde quando não há recolhimento dos diversos tributos incidentes sobre a atividade.

Fazendo uma análise das informações, observamos que o Transporte Público, tem que levar em consideração o número de ônibus em circulação, o seu estado de conservação, o tempo/idade de uso, se o número de linhas/rotas é suficiente para atender a todos os Bairros (Zona Urbana) e às Vilas e Distritos (Zona Rural), se  o Estatuto do Idoso está sendo observado e respeitado, se as empresas trafegam com o percentual de veículos determinado por lei para atender aos deficientes físicos, dentre outros itens.

Em Ilhéus, as empresas de ônibus VIAMETRO E SÃO MIGUEL utilizam 140 veículos de modo a atender às 68 linhas estabelecidas nos Contratos de Concessão (50% para cada uma delas); geram, aproximadamente, 1.000 empregos formais, atendem ao deficiente físico na zona urbana e trafegam das 06:00 às 23:30 horas, diariamente.

Com todas essas informações fazendo parte do contexto do presente artigo, surge a pergunta que não quer calar: por que os usuários utilizam o “TRANSPORTE CLANDESTINO”?

Para a quase totalidade dos entrevistados, a resposta,  quanto aos motivos que levam os usuários a fazer uso desse tipo de transporte, é simples: a ineficiência do Transporte Público, pois as empresas de ônibus que exploram essas concessões deixam muito a desejar com relação ao estado de conservação dos veículos, não atendem com pontualidade os horários, muitas cadeiras estão danificadas e são desconfortáveis, veículos sujos internamente, oferta insuficiente de veículos para atender à demanda nos horários de “rush”, quando o tráfego aumenta consideravelmente, fazendo com que muitos dos passageiros fiquem em pé, bem como a demora entre ônibus para o mesmo destino que, por vezes, ultrapassa 40/50 minutos de espera.

Todos esses fatores atuando negativamente, contribuem para que o “Transporte Clandestino” ganhe corpo, desde quando, para os usuários  desse tipo de transporte, não há preocupação se o mesmo “atende às normas de trânsito, se a habilitação do motorista é adequada para transportar passageiros, se a segurança  pessoal e de terceiros é levada em consideração, se os equipamentos obrigatórios estão em perfeito estado de uso e se há respeito aos demais usuários que estão em  tráfego”.

Vale destacar que o “Transporte Clandestino”, preferencialmente, circula nas vias de grande movimento, em locais onde acontecem shows e em horários nobres.

Se pensarmos no momento atual pelo qual atravessa o país, no que se refere aos desempregados, todos esses pontos deverão fazer parte do X DA QUESTÃO, quando as autoridades constituídas, Executivo e Legislativo, sentarem para discutir um assunto tão sensível. O que não podemos admitir é que, alguns políticos prefiram  “prestigiar” essa atividade clandestina a ter que  buscar uma solução para o problema.

* AGENDA 34, Reitor da UESC (2004/2012), Secretário de Planejamento do Município (2013/2016).



Acordão para manter Lula e Temer longe de Moro nasce em Brasília


Do Jornal Estadão

Estão em curso em Brasília as tratativas de um acordão que visa a utilizar uma eventual eleição presidencial indireta para “anistiar” parte do mundo político e colocar o Congresso como contraponto à Lava Jato e ao Ministério Público Federal. Os cérebros da trama atuam, sobretudo, no Senado Federal. Na ponta final da maquinação está o compromisso de alterar a Constituição para garantir foro privilegiado a ex-presidentes da República, o que beneficiaria diretamente Lula, Sarney, Collor, Dilma e, eventualmente, Michel Temer, todos alvo de investigações.

O grupo suprapartidário de senadores entende hoje que uma eventual eleição indireta para a Presidência deve seguir o modelo bicameral: aprovação de um candidato pela Câmara a ser referendada posteriormente pelos senadores.

Na prática, isso significaria um peso maior para o voto dos 81 senadores sobre o dos 513 deputados, o que diminuiria drasticamente as chances de Rodrigo Maia (DEM-RJ), atual presidente da Câmara, ser eleito para o Planalto. Ciente desse movimento, os apoiadores de Maia sondaram o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), para ser o vice do deputado.

 O problema é que os senadores acham que Maia, uma vez eleito presidente da República, não sobreviveria ao que chamam de “jogo baixo da Lava Jato”. Avaliam que a cabeça de Maia se tornaria o troféu a ser apresentado pela longa fila que hoje tenta fazer delação premiada. A gravação feita por Joesley Batista de uma conversa com Temer comprovou, na visão dos senadores implicados na Lava Jato, que o Ministério Público Federal está disposto a tudo para “destruir o mundo político”.

Golpe de mestre


Opinião publicada no Jornal Estadão

O Brasil está sofrendo prejuízos incalculáveis com as delações dos donos da JBS. Mas houve quem saísse no lucro – em especial os próprios delatores. E que lucro.

O acordo para a delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, fechado com o Ministério Público Federal, prevê imunidade completa para os dois. Eles não passarão um minuto sequer na cadeia nem terão de usar tornozeleira eletrônica, podendo deslocar-se pelo mundo como bem entenderem, inclusive com residência fora do País. Tampouco serão obrigados a deixar o comando da JBS. A única punição para os Batistas será o pagamento de uma multa, além da entrega dos negócios ilegais da JBS.

Foi um negócio da China. A ser verdade o que relataram aos procuradores, os Batistas cometeram diversos crimes. Na gravação que chegou ao conhecimento do público e que está no centro da crise enfrentada pelo governo de Michel Temer, Joesley comenta com o presidente que comprou políticos e até um procurador da República para obter informações sobre investigações contra a JBS. Em outros anexos, o empresário relata como corrompeu dúzias de parlamentares, servidores públicos e partidos.

Tudo isso deveria ser suficiente para condenar os irmãos Batista a uma longa temporada na cadeia e a JBS a perdas proporcionais aos estragos que causou, a exemplo do que está acontecendo com Marcelo Odebrecht e a empreiteira que leva seu sobrenome. Mas, por razões que somente a Procuradoria-Geral da República será capaz de explicar, nada disso vai acontecer. (mais…)

Elias Reis presta homenagem ao radialista Altamiro Viana da Silva, o Zé tiro-seco


Altamiro Viana da Silva, conhecido como Zé tiro-seco, brasileiro, baiano, ilheense, nascido no dia 10 de fevereiro de 1937, Aquariano, vascaíno, apaixonado por filme de ação e guerra, católico, devoto de São Cosme e São Damião, foi casado por 44 anos com a sua companheira Sra. Hilda Leite da Silva (Falecida no dia 11/06/2011, às 05h da manhã, aos 74 anos de idade. D. Hilda faleceu em casa, vitima de consequências múltiplas).

Com D. Hilda tiveram dois filhos, Paulo Roberto Leite da Silva (Beto Leite), locutor da Morena FM, e Sandra Regina Leite da Silva, professora. Tem seis netos: Amanda, Fernanda, Paula, Letícia, Natalia e Paulo. Tem sido a alegria do vô coruja.

Altamiro criador de Zé tiro-seco, o tipo caipira, roceiro, matuto ou mesmo tabaréu mais famoso do sul da Bahia. Antes do Rádio já foi comerciante na cidade de Ilhéus. Também trabalhou na loja Rosemblit, dos empresários Simon Rosemblit e do seu sócio Moisés Bohana de Oliveira, isso na década de 50.

Ainda jovem Altamiro Viana despertou para a locução. Começou a ter contato com o microfone justamente numa estação de alto-falante do antigo bairro Ponta da Pedra. Lá, iniciou os seus primeiros passos ao lado de Valdenir Andrade e mestre Zizinho do barco. (mais…)

REFLEXÃO DO DIA – Políticas Públicas em Ilhéus


Há muito tempo que Ilhéus é uma INCERTEZA E UMA IRREALIDADE. Tudo na nossa terrinha é HIPOTÉTICO. Acho interessante quando dizem: “Ilhéus é uma cidade bela”. Concordo que tem beleza natural, a exemplos das praias e do seu relevo, todavia sou partidário de que para alguma cidade ser bela tem que ser BOA e LIMPA, do contrário não é bela! O que vou comentar agora são fatos históricos:

Não tem na cidade de Ilhéus BOM saneamento sanitário! Boa coleta de lixo! BOA Educação Pública! BOA saúde Pública! BOA mobilidade urbana! BOA  Segurança Pública – no tocante mormente  à Guarda Municipal e Agente de trânsito no seu aparelhamento e quantidade de profissionais – para a proteção das pessoas. BOM disciplinamento no trânsito! BONS preços no comércio da cidade! BOM sistema de transporte público municipal, etc.

As pessoas em Ilhéus, na sua maioria, não estão tendo um BOM astral. Tudo isso porque não se teve em Ilhéus, nesses últimos 50 anos aproximadamente, até dezembro de 2016 uma BOA Equipe de gestores públicos que repensassem uma Ilhéus modernizadora. Sabe por quê? Porque os eleitores, no geral, não foram BONS ao outorgarem seus votos e muitos deles – “dirigentes” de algumas empresas – continuam em tratativas de  propinas em troca de favores futuros que lhes beneficiem materialmente…Chega de chamar a nossa Ilhéus de BELA! Ela está RUIM e bastante desorganizada e por efeito bem FEINHA. Infelizmente…

Ilhéus precisa urgentemente de tratamento para voltar a ser BELA e BOA CIDADE como fora nos tempos dos nossos pais e avós. Os eleitores precisam ser BONS nas urnas, denunciando  qualquer “candidato” inescrupuloso que quer comprar o seu voto e dos seus amigos e parentes.

Os cidadãos e cidadãs Ilheenses devem participar de forma incansável das gestões públicas sugerindo e cobrando dos seus mandatários, para que a cidade volte a ser BELA…

À título de exemplo do que se enumerou acima, a questão da educação “pública” em Ilhéus continua sucateada, ou seja, os professores durante muitos anos sem receber os devidos aumentos, os distritos sem escolas públicas decentes, sem boas estradas para o ir e vir dos moradores, principalmente estudantes e idosos e os “turistas” amargando acessos “rodoviários” horríveis quando vão visitar esses lugares históricos da nossa cidade. Que situação chegou ILHÉUS!

No quesito de Segurança Pública Municipal, é preciso que se aumente e que se dê treinamento efetivo à Corporação, treine toda a Guarda Municipal adequadamente para que as pessoas tenham mais tranquilidade para viver em Ilhéus e  visitá-la com efetiva segurança. A Segurança Pública de uma cidade não pode ficar apenas adstrita à Polícia Civil, Federal e Militar, é preciso desenvolver um projeto de melhoria funcional da Guarda Municipal, na cidade de Ilhéus, à luz da Lei 13.022  de 08 de agosto de 2014 que criou o Estatuto geral das Guardas Municipais. A referida Lei normatiza, complementando, o parágrafo 8.º do art. 144 da Constituição da República Federativa do Brasil, o qual prevê: “Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”. “Kruschewsky Gustavo Cezar do Amaral”. Políticas Públicas: notadamente na cidade de Ilhéus – Bahia. Ibicaraí: Via Litterarum, 2015. P.47.

Outra questão que se deve considerar fundamental para a beleza de uma cidade é: “A relevância profissional dos Agentes de Trânsito por efeito da Emenda Constitucional  n.º 82” – Kruschewsky, Gustavo Cezar do Amaral. Políticas Públicas: notadamente na cidade de Ilhéus – Bahia. Ibicaraí: “Via Litterarum, 2015, P. 51.”

Ainda se deve argumentar que cabe também à administração municipal fazer a sua parte fiscalizando estabelecimentos comerciais a fim de, junto ao PROCON, coibir esse fenômeno de preços altos que atingem, muitas vezes de forma ilícita,  o bolso do consumidor. Acresce que já se deveria ter em Ilhéus – apenas a título de sugestão – uma Delegacia especializada  em crimes contra a economia e proteção ao consumidor – Delcon. Segundo informações “as competências da Delcon estão previstas nos artigos 61 a 80 do Código de Defesa do Consumidor, que estabelecem as infrações penais das relações de consumo, ou seja, os crimes, pelos quais o fornecedor pode cumprir pena atrás das grades. Entre os principais,  a cobrança vexatória, a publicidade enganosa, a venda de produtos sem nota fiscal ou certificado de garantia e a venda de um produto em condições que possam ser perigosas à saúde do consumidor”.         

Vamos aguardar o novo prefeito que assumiu a prefeitura no começo do ano de 2017, para que se comece a resgatar a beleza de Ilhéus e os serviços públicos apareçam para a felicidade de todos.

O jogo das duas partes


Por Gustavo Kruschewsky

A ideia  desse artigo, com base poética,  é  para o leitor refletir,  sem pugilato, compreendendo – aceitando ou não – as oposições que existem nos diversos grupos da sociedade, e que avançam sem parar no mundo de hoje.

O nosso coração deve viver no amor diário! E esse amor deve ser extensivo até aos inimigos…Você não DEVE SER inimigo do inimigo , mas, infelizmente, ele é seu inimigo…

Observe o que diz RAJNEESH:

“Mas se você está preso à mente racional, torna-se difícil, porque da desarmonia nasce a mais bela harmonia: a oposição traz concórdia – AME O INIMIGO… A vida não terá nenhum sabor se a oposição for simplesmente destruída. Imagine um mundo onde não exista o mal. Você acha que existirá o bem? Imagine se não existissem pecadores. Você acha que todos seriam santos? O santo não pode existir sem o pecador – ele precisa do pecador. O pecador não pode existir sem o santo – ele precisa do santo. Existe uma harmonia, uma harmonia oculta: são polaridades.”

Digo eu

SENSACIONAL: As polaridades não são desarmônicas, são harmônicas, só que estão ocultas… A harmonia é oculta e não APARENTE…O aparente na sociedade moderna é sempre falso como pode ser falsa a afirmação quando a pessoa diz: “Eu te amo”.

Será que ama mesmo? Se amasse verdadeiramente aceitaria as divergências, não seria exigente, amaria o próximo sem ser amado ou aceitaria a forma que o outro ama, e não  apenas com base nos seus próprios desejos e entendimento do que seja o “amor”, que confunde muito com o sexo. Um absurdo! É querer uma HARMONIA APARENTE, sem aceitar a oposição…É apenas jogo de interesse, a fim de encher seu ego de mera satisfação pessoal. É a busca da pseudo felicidade pessoal e egoística, SEM RESPEITAR O OUTRO e seus arrufos de oposições.

E RAJNEESH COMPLETA com base nos fragmentos do poeta e filósofo HERÁCLITO:

“E A VIDA É BELA POR CAUSA DE AMBOS” (do pecador e do santo) grifos meus… Para ele: “Deus não pode existir sem o Demônio. Deus é eterno, o Demônio também é eterno”.

Digo eu: Esse é o grande jogo POLAR…. Se todos ficarem do lado de Deus o Demônio some? Ou, se todos ficarem do lado do Demônio? Perguntar-se-á.

*Gustavo  Cezar do Amaral Kruschewsky é Professor  e  Advogado.

FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER


Siga o exemplo de JACIRA  !

Por Gustavo Cezar do Amaral Kruschewsky

Zoé, ao iniciar o gozo da sua aposentação das atividades acadêmicas, recebeu um telefonema de uma jovem mulher reclamando que estava acima do peso corporal. Segundo ela, alcançava 84 quilos com apenas um metro e sessenta e três centímetros de altura. Marcou um horário no seu espaço acadêmico a fim de ouvi-la e tomar as providências necessárias.

No dia e hora aprazados recebeu a jovem que contava com apenas vinte e dois anos de idade, apontou a cadeira para sentar-se e começou a sua tarefa, inicialmente anamnésica, dando inicio às perguntas que cabiam no caso! – O que você ingere no seu dia a dia? Jacira, um pouco acabrunhada, respondeu que ingeria muito doce, macarrão, arroz branco, cerveja, refrigerantes diversos, abará, acarajé, vatapá, feijoada, muito pão e outros alimentos com farinha branca! Era o básico que fazia parte da sua alimentação diária.

O aposentado neófito continuou sua anamnese: – Há quanto tempo não faz atividade física? Respondeu Jacira: – Danço muito no Mar Aberto aos sábados, só que bebo muita cerveja no baile. Zoé não suportou e deu uma risadinha discreta, continuando a sua anamnese: – Bebe que quantidade de água por dia? Afirmou a manceba, já com aspecto de envelhecimento precoce: – Alguns copinhos quando me lembro de beber! Então Zoé perguntou com um pouco de ênfase: – Você quer mesmo emagrecer? Respondeu Jacira: – Quero sim. – Então, continuou Zoé – Vá, a partir de agora e lembre-se de beber dois litros de água por dia, reduza ou abstenha-se de bebida alcoólica, procure urgentemente um nutricionista e um médico clínico para que eles encaminhem você para realização de exames e orientem a sua alimentação, cumpra as prescrições dos especialistas. Ouviu? – Cumprirei. Replicou Jacira. – Depois, marcaremos a data do seu retorno a fim de que seja iniciado um programa de atividades físicas pertinentes para o seu objetivo principal que é o emagrecimento corporal. Jacira agradeceu, fez o pagamento pelo serviço de consultoria prestado por Zoé e se despediu.

Dias depois, a consulente telefonou a fim de marcar o retorno da consulta! Ao chegar ao espaço acadêmico, verificou que Jacira estava com o rosto mais corado e ela foi logo dizendo: – Parei de beber cerveja, estou bebendo dois litros de água por dia! Meu nutricionista, Dr. Omar, passou essa dieta para mim e o Dr. Carlos Binho esses exames, que já fiz e trago aqui os resultados. Zoé passou a verificar os resultados dos exames e a dieta recomendada para Jacira, detectou que o nível de açúcar estava um pouco alto, seguida da taxa de colesterol acima do normal, inclusive o colesterol HDL estava baixo. Não é pra menos! Falou Zoé pra os seus botões.

Argumentou, dirigindo-se a consulente: – Agora iniciaremos gradativamente a prescrição das atividades físicas próprias para o seu caso. Observe, orientarei pessoalmente as atividades físicas básicas durante seis meses, depois, durante seis meses, você realizará sozinha essas e outras atividades com base em tudo que foi orientado por mim, entendeu? – Entendi perfeitamente. – Quando completar um ano você retornará pra que a gente verifique o resultado. Mas, lembre-se que atividade física e dieta são como escovar os dentes e tomar banho, devem ser realizadas hodiernamente, do contrário você não emagrecerá.

Resultado, depois de um ano fazendo atividade física e dieta alimentar, Jacira perdera vinte quilos. Foi tudo muito simples! E mais simples ainda foi a mudança de vida que a jovem Jacira implantou na sua vida! Continuou frequentando o Mar Aberto com outra disciplina, sem ingerir bebida alcoólica, que levou os seus jovens amigos a aderirem ao seu modus vivendi. Jacira passou a ser uma garota admirada por todos pela sua determinação de perder peso corporal através de dieta alimentar e prática regular de exercícios físicos. Sua saúde agradeceu.

No carnaval seu bloco cantava na Avenida assim: Bebida alcoólica não é recomendável/ atrapalha a vida ser saudável/ se voltar a inchar o seu tecido adiposo, você voltará a engordar de novo/ cuide da mente/ faça atividade física regularmente/ não descuide da dieta alimentar meu irmão/ lembre-se que precisa apenas ter DETERMINAÇÃO…

Gustavo Cezar do Amaral Kruschewsky  – Professor e Advogado.

Conjugando o verbo locupletar


De Mohammad Padilha

Isso não ocorre apenas em São Paulo e Brasília, predomina em todo Brasil. Os desvios de conduta, as roubalheiras, etc.; deixaram de constituir ocorrências episódicas e passaram a predominar como metodologia única no exercício e pratica políticas. A política brasileira como julga alguns, não vive um momento atípico; conforme demonstram o estranhamento e a indignação de todos os brasileiros com fatos recentes reprisados da nossa história. Apropriar-se de forma espúria do erário público em benefício próprio, passou a ser tão trivial quanto registrar uma candidatura no TRE: Apenas uma candidatura! Nada se perde. Estamos vivenciando um estado de consensualidade, condescendência e mútuas tolerâncias que, juntas, tornam impossível separar réus de vítimas; acho que somos todos, povo e políticos, os réus na materialidade desses delitos.

Estamos todos no mesmo bloco em que anunciava o nosso craque Gerson, na propaganda dos cigarros Clássicos: “Brasileiro gosta de levar vantagem em tudo, certo?”. As “vantagens”, continuadas estão custando-nos muito caro! Vê-se nitidamente, a desagregação que resulta no apodrecimento moral e ético que atinge uma classe em especial, a dos políticos. Fomentam o descrédito que acomete os brasileiros com relação aos institutos legais do Estado, representados pelo legislativo, executivo e judiciário. Diante de tanta delinquência institucionalizada; alforriadas autoatribuídas; “imunidades e foros especiais”, indulgências genéricas e impunidades. Nesse sumidouro imoral, o brasileiro vê-se como cidadão de segunda categoria quando afere e se dá conta da desimportância com que o estado de direito encara seus valores morais, sua idoneidade, sua integridade jurídica, seus direitos constitucionais, sua moral coletiva… (mais…)

Escrever: a terapia da razão


Por Mohammad Padilha

Não é incomum para quem escreve ver-se compelido pela necessidade de escrever e de produzir muito e depressa. Sairmos da letargia e, lentamente mirarmos as palavras como se fossem flechas que devam atingir certeiras os alvos cernes das emoções, e que nenhuma delas caia sobre o barro ou a pedra onde não ecoam compreensão e sentimentos.

Para escrever rápido e fluente é preciso termos pensado muito sobre o tema, ter debruçado sobre as ideias inspiradoras, termos levado o assunto ao passeio, ao banheiro, ao barzinho, ao restaurante e até às vezes à casa da namorada. Já dizia E. Delacroix enquanto degustava palavras; “A arte é uma coisa tão ideal e tão fugitiva que as ferramentas nunca são bastante apropriadas nem os meios bastante expeditos”. E isso acontece na literatura tanto quanto na pintura, no cinzelar de uma escultura quanto ao escrever uma partitura musical.

Algumas pessoas que conheço e que escrevem por impulso, por necessidade, por profissão, começam por carregar montes de papéis, rabiscos e esboços imaginários escritos sobre quase tudo que lhes ofereça uma face plana ou flexível. Eles chamam isso de cobrir sua tela; as tintas que as preenchem são o imaginário das palavras com a coerência e harmonia das razões. Essa operação confusa tem por objetivo não se perder nada daquilo que intuíram no esboço mentalizado com todos os elementos literários. Mas ainda assim, depois de lerem, relerem, copiarem, seus criadores, compulsivos, ficam cortando, podando, reinserindo e desbastando palavras e os ímpetos das emoções que elas infligirão àqueles que as lerem. Mesmo que o resultado seja considerado excelente e satisfatório, todos continuam abusando do tempo e do talento como se fosse algo inexaurível em busca da perfeição. (mais…)