Raio X sobre os candidatos de Ilhéus para as eleições de 2022


Por Jerberson Josué. 

Embora estejamos há praticamente 18 meses para acontecerem as eleições que definirão quem serão nossos próximos governantes e legisladores estaduais e nacionais, conversações e articulações já são percebidos na política  ilheense.

Desde 2018, Ilhéus está órfã de representações nas Câmaras Estadual e Federal. Ângela Sousa (PSD) não conseguiu ser reeleita e Bebeto Galvão (PSB) optou por desistir de permanecer como deputado federal, para ser primeiro suplente do eleito senador Jaques Wagner (PT).

Alguns nomes são anunciados como prováveis candidatos e as redes sociais são cenários de exposições de boas promessas, embora nem todos sejam promissores.
Entre as candidaturas colocadas como prováveis para participarem da disputa em 2022, estão lideranças conhecidas pela população e reconhecidas pelos grupos políticos, embora também existam novatos, cujos nomes ainda terão que redobrar esforços para serem consolidados no círculo do eleitorado ilheense.

Entre os nomes reconhecidos como ilheenses e já conhecidos como prováveis candidatos estão os que estão inseridos em nossa lista abaixo:

A ex-deputada estadual, Ângela Sousa (PSD), que poderá desistir e apoiar a Primeira Dama, Soane Galvão (PSD). Caso Soane também desista de ser candidata, o nome provável do PSD, deverá ser o atual presidente da Câmara, Jerbson Morais (PSD), embora sejam inquestionáveis as evidências de que Jeberson seja prefeiturável do atual prefeito Marão, para sucedê-lo em 2024. O PSD também debate as possíveis candidaturas proporcionais dos vereadores Gurita e Paulo Carqueja.

O vereador Augustão do PT, que tem se destacado pelo engajamento na luta pelo transporte de melhor qualidade, é citado como pré-candidato a deputado estadual ou federal. Mas outros nomes de petistas, devem disputar uma vaga para a Assembleia Legislativa da Bahia e este é o caso do ex-candidato a vice-prefeito e ex-presidente estadual do PT, Everaldo Anunciação. A vereadora Enilda Mendonça, também está no páreo. Nilton Cruz, tem seu nome cogitado para disputar uma vaga para a Câmara Federal.

O vereador Ivo Evangelista do Partido Republicano, com apoio da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), é uma alternativa que não pode ser descartada entre as mais alvissareiras.

O PTB do defensor público e vereador Tandick Resende, poderá tê-lo entre as candidaturas ilheenses para estadual.
No PV são favas contadas uma provável candidatura para estadual de um dos seus 2 vereadores: Vinícius Alcântara e Luciano Luna.

O PCdoB poderá ter no vereador Cláudio Magalhães, o primeiro indígena eleito para a Alba. E possui também o presidente do sindicato dos bancários, Rodrigo Cardoso, como alternativa provável para 2022.

O Podemos precisa ter um dos seus 2 jovens vereadores, Kaique Sousa e Nino Valverde, como candidato para fortalecer o partido no sul da Bahia e fazê-lo ter maior protagonismo em Ilhéus.

O ex-vereador Cosme Araújo é sempre lembrado como forte candidato a federal novamente, ou estadual. Cosme é importante para o PDT baiano ampliar suas bases na região cacaueira.

O PSB do atual vice-prefeito Bebeto Galvão, poderá ter o vereador Fabrício Nascimento, como alternativa para o grupo ter um nome na disputa. Também há no PSB, a possibilidade da candidatura do advogado Joabs Ribeiro e a candidatura de Alisson Gonçalves.

No ninho tucano ilheense, cogita-se uma candidatura do ex-candidato a deputado estadual em 2018 Cipá, além do líder comunitário Mirinho. O presidente Allan Marinho terá que convergir um desses dois nomes, para viabilizar o PSDB com o deputado eleito por Ilhéus.

O Psol ilheense tem a ex-candidata a prefeita em 2020, Bernadete, Jorge Luiz, que foi candidato a prefeito em 2012 e 2016 e o advogado André Luiz (que foi o  candidato do partido a prefeito em 2008), como opções para 2022.

O DEM terá o ex-candidato a prefeito em 2020, Valderico Reis Junior, com candidatura oxigenada por ACM Neto, que deverá focar Ilhéus e Itabuna, como centros de suas ações sul baianas, em sua campanha para suceder o governador Rui Costa (PT). A dúvida recai sobre Valderico concorrer a estadual ou federal. Há também o advogado e suplente de vereador, Diran Filho, posto como opção do partido para 2022.

O ex-candidato a prefeito em 2016 e 2020, professor Reinaldo Soares, ainda não definiu rumos para 2022, porém ninguém descarta que também poderá ser candidato em 2022.

Outro nome que pode se jogar numa pretensa candidatura é o empresário Nicolau dos extintores.
A empresária Diane Russiolleli, ex-prefeita de Una, que reside em Ilhéus e tem fortes laços com a cidade, poderá entrar na disputa eleitoral do próximo ano.

O nome do médico e ex-candidato a prefeito nas eleições de 1992, 2004 e 2008, Ruy Carvalho, está sendo mencionado como provável candidato a deputado estadual, por ter obtido a expressiva votação de 28 mil votos quando foi prefeiturável, nas eleições de 2008.

O empresário Paulo Ganen também é um nome citado para disputar a eleição e vários partidos desejam tê-lo em seus quadros de filiados e candidatos.

O radialista Vila Nova, está sendo visto como alternativa positiva, para poder ser eleito deputado estadual no próximo ano, por seu destaque nas ações e articulações de bastidores políticos e histórico de liderança ativa em movimentos estudantis e estes fatos o colocam no radar dos debates eleitorais do sul da Bahia.

A Dra Rúbia Carvalho, que já foi candidata a deputada, é um nome capaz de agregar um grupo em seu entorno que também poderá ser candidata a deputada estadual no pleito de 2022.

O PTC de Ilhéus terá no seu presidente Jorge Farias, a mais promissora opção para disputar uma vaga no legislativo baiano e cumprir a missão de ajudar a legenda a eleger deputados federal e estadual.

Por lapso de memória, ou informações dos grupos e partidos que não chegaram ao nosso conhecimento, outros nomes podem está articulados nos bastidores, por haver possibilidade de nossa omissão aos nomes desses pretensos candidatos não citado acima e por este fato, esperamos contar com a compreensão deles e dos nossos leitores.

Como diz um antigo ditado popular, “muita água ainda passará por baixo da ponte” e ainda há muita água para passar sob as pontes que interligam os ilheenses e os fazem navegar nas oscilações que provocam bons desembarques e inevitáveis naufrágios! Por Jerberson Josué.

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O que é essencial na Pandemia ?


Artigo do professor Reinaldo Soares.

Professor Reinaldo Soares.

Na sociedade atual, cada vez mais as necessidades são ampliadas, daí o que é essencial e não essencial?

Em nome da preservação da vida e da saúde, decretos são publicados com decisões de fechamento de atividades econômicas com a justificativa de reduzir aglomerações e assim impedir a disseminação do contágio do COVID 19. Decisão honrosa, se não fosse contraditória e seus resultados questionáveis. Vejamos:

Enquanto o comércio é fechado, a feira livre funciona.

As academias, enquanto espaços que promovem a saúde física e mental são fechadas, mesmo que sejam consideradas essenciais.

O Aeroporto e Rodoviária estão em pleno funcionamento, sem equipes sanitárias para monitorar quem chega na cidade.

O transporte coletivo continua funcionando com redução da frota, provocando aumento da lotação de passageiros.

Possuímos quatro entradas, em nenhuma delas, temos barreiras sanitárias.

É preocupante a situação que vivemos com dezenas de perdas irreparáveis. Pessoas próximas e distantes vitimadas pelo COVID, dilacerando famílias e interrompendo sonhos.

Presenciamos também, centenas de estabelecimentos sendo fechados, elevando o endividamento empresarial sem compensação tributária, provocando alta taxa de desemprego e agravamento das condições sociais.

Nosso grande desafio é manter a segurança sanitária e o funcionamento das atividades econômicas. A definição do que é essencial para manter funcionando e não essencial para fechar, não deve ser uma decisão simplista e protocolar. As decisões até aqui realizadas, além de não reduzir as taxas de contágio, tem aumentado a crise econômica.

Que a politização da pandemia, dê espaço ao bom senso, à sensatez e senso republicano de governar com coerência e justiça.

 

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Incompetência ou falta de gestão ?


Maternidade Santa Helena.

Não é de hoje que os meios de comunicação trazem histórias cabulosas e tristes de gestantes que buscam a maternidade Santa Helena do Hospital São José. Mais um relato de incompetência ou falta de vontade de ajudar ao próximo, aconteceu na instituição.

Uma gestante entrou em trabalho de parto na madrugada do dia 9 de fevereiro de 2021. Foi levada à maternidade e atendida por uma enfermeira, que depois de realizar o toque, relatou que o bebê tinha defecado na barriga da mãe. A profissional informou que seria um risco realizar o parto sem UTI Neonatal e aconselhou a grávida a procurar o hospital Manoel Novais em Itabuna.

A gestante pagou R$100,00 em uma corrida de táxi até a cidade vizinha de Itabuna, onde foi bem atendida pelo obstetra de plantão. Para surpresa da gestante e dos acompanhantes, o diagnóstico dado pela equipe da maternidade Santa Helena, em Ilhéus, estava totalmente equivocado.

A paciente estava se preparando para fazer uma cesariana, quando o bebê nasceu de parto normal, lindo e saudável, em Itabuna. Esse relato acabou num final feliz. Mas quantos outros terminaram com dor profunda e infelicidade aqui em Ilhéus ?

Mais uma vez temos que refletir o que acontece no hospital São José. Quantas mulheres devem ter passado pelo mesmo problema? Quantos bebês morreram pela incompetência alguns dos prepostos do hospital?

Claro que temos de reconhecer a importância da instituição da Santa Casa para Ilhéus, única maternidade em funcionamento no município. Mas temos que analisar que as benfeitorias poderiam ser bem maiores, se o hospital tivesse uma administração coerente, transparente e com planejamento de crescimento.

O problema do Hospital São José, não é só falta de atendimento humanizado, mas financeiro. Um buraco sem fundo!

Temos que abraçar o hospital São José. Primeiramente, requerendo uma auditoria da Receita Federal, Conselho de Saúde, para apurar desmandos que ocorrem há anos, sem que ninguém pague por isso. Estamos falando de verbas federais!

O problema é a transparência presa em uma caixa preta, que ninguém consegue abrir!

Portas que se fecham, vidas ceifadas.


Por Sebastião Maciel Costa.

Na história humana há registros de que atitudes individuais que se propagam no tempo e no espaço tornam os caminhos definitivos. O agir faz parte do sentido da vida, como as consequências fazem parte do legado de todos e de cada um.

Século XXI, palco de constatação de grandes conquistas que vão do analógico ao digital, do que vale ao que não vale, do correto ao politicamente correto, do que forma ao que deforma… Para juntar as pontas de um processo em formação, todas as gerações que tiveram acesso ao conhecimento, o fizeram em espaços sistematicamente preparados para orientar, induzir, mostrar, instigar, negociar, ensinar e aprender firmando alianças e compromissos que conduzem os fios que serão tecidos entre si para dar forma ao homem do hoje, preocupados com homem do porvir.

Se o ser humano, no seu processo de formação precisa abrir trilhas que serão caminhos de vida, no meio deste caminho está a ESCOLA. Considerando que a escola é porta para o mundo o que há de se esperar de quem não tem como seguir? Lá no lendário “Alice no país das maravilhas”, em uma conversa da personagem principal com o seu gato há um diálogo: -amigo, me leva daqui, o gato pergunta para onde ela pretende ir. Enfadada, desencantada responde: – para qualquer lugar!… O gato ri e retruca: Amiga, para quem não tem onde chegar, não precisa de caminhos”. A ESCOLA É CAMINHO DE VIDA. É PATRIMÔNIO INALIENÁVEL. Se “a criança de estuda pode ser considerada um aprendiz em labor, o estudo é o “trabalhado” da criança saudável que se desafia a cada aula, a cada lição entendida, a cada chegada ao topo do compromisso assumido e correspondido. E as famílias sabem quão importante é a relação escola -professor-aluno. É ali que tudo se articula, se projeta, cria raízes que serão asas logo ali, no futuro de cada criança. Pergunte a qualquer criança se ela está feliz fora da escola. A RESPOSTA é tudo o que deve nos mover de volta à sala de aula; pergunte a um professor se ele está feliz diante da “proibição” de tecer o seu mister. A RESPOSTA por si mesma nos leva à escola aberta já.

Diante de tudo o que vivemos em 2020, encontramo-nos numa encruzilhada: Escola fechada, futuro imprevisível, descaminho à vista. Quais as justificativas para a escola está fechada? Nada pôde parar, bancos, comércio, indústria, trânsito, restaurantes, praias, avenidas, hotéis, clínicas, praças, cooper, academias… por que tornam-se espaços imprescindíveis à manutenção da vida?. O hoje diz isso, mas como será o amanhã?

Crianças em casa têm acesso à internet, a jogos, a lazer, a diversões… àquelas que não têm acesso a essas ferramentas têm o isolamento, à rotina, ao tédio, ao stress, à rua, sem rumo.

Pais esclarecidos e abastados precisam trabalhar para o sustento da família ou manutenção patrimonial, mas não foram talhados para sistematizar conhecimentos; pais educam, professores ensinam. Pais mais simples e com menos recursos, precisam trabalhar, não disponibilizam de ferramentas tecnológicas, não sabem “ensinar” porque não aprenderam a ensinar.

Ora, em resumo, os fundamentos para a manutenção da escola em pleno funcionamento precisam ser respeitados, precisam ser garantidos pelo Estado. “Toda criança tem direito à educação de qualidade…” Quem definiu que a qualidade passa pelo colapso? E o tempo não para. Nem o mundo parou; A escola também não parou, mas o processo foi abruptamente interrompido na sua essência: o estar junto, o olhar, o sentir, o agir coletivamente.

A insensatez de fechar a porta da escola sob alegação de preservar o isolamento social da criança traz um equívoco: Para um pai médico, da linha de frente da pandemia ao voltar para casa após um árduo plantão quais as garantias de que suas crianças estarão “protegidas” para uma conversa, um abraço, uma noite de sono no mesmo ambiente? E não justifica dizer que a criança não vai saber lidar com protocolos na escola. Serão os mesmos de casa. Em qualquer lugar, ela repete as ações dos adultos: Para uma mãe que precisa ir ao mercado, à farmácia, ao Banco, ao restaurante, ao voltar para casa não trouxe riscos para as acrianças? Para uma babá que tem esposo e filhos, vem trabalhar de ônibus superlotados, como garantir que as crianças de quem ela cuida, estejam protegidas?

Ou reabrem as escolas ou estaremos cometendo um crime contra a vida. Não haverá tempo para repor o prejuízo, serão gerações castradas na sua essência de formação. Que sejam reavaliados os protocolos, que sejam avaliados os fatos, que sejam tomadas providências urgentes! Que acordemos Academias de letras, Direção de escolas, conselhos de educação, clubes de serviço, maçonaria, igrejas, sociedade organizada, professores, pais de família… chega de protelar, chega de adiamentos. Se ficar em casa, pode pegar; se sair de casa, pode pegar; se não for estudar, pode pegar; se for estudar, pode pegar; se aprender e pegar, pode se defender porque aprendeu a se defender, a lutar, a crescer, a vencer. Vençamos juntos: família e escola, em nome da vida. Afinal, a quem interessa a escola fechada?

Artigo do professor Sebastião Maciel Costa.

A metamorfose de Cacá Colchões


Por Jamesson Araújo

Cacá e o ex- prefeito Jabes Ribeiro.

 

O empresário e ex-candidato a prefeito de Ilhéus, Cacá Colchões, é uma das figuras mais conhecidas da população da cidade, segundo revelam pesquisas realizadas durante a campanha. Cacá só não é tão popular quanto o prefeito reeleito na cidade, Mário Alexandre. Por que o nome de Cacá não decola? Na política, dizemos que quando o eleitor cisma, não tem jeito. O rótulo Jabista não fez bem à Cacá. Só ele que não vê isso!

Já perdi as contas de quantos artigos escrevi alertando Cacá.

Cacá se contentou com uma vice, uma figura decorativa no governo de Jabes, que não teve expressão. É fácil ouvir relatos como “Cacá é gente boa, preparado, mas está com Jabes”. Não estou aqui dizendo que Jabes é ruim, estou falando que Cacá e o Jabismo não se completam.

Com uma votação pífia em 2020, Cacá tomou uma lavada de Marão, com uma diferença de mais de 23 mil votos.

E Cacá não entende que ele está vivendo politicamente na conta e saldo das viúvas do Jabismo, que historicamente têm entre 11 e 13 mil votos. Quantos votos a figura Cacá têm hoje? Em 2008, Cacá tinha sozinho 19 mil votos, sendo o candidato a deputado federal mais bem votado na época em Ilhéus. Como estrela do jabismo, a votação só fez cair.

Cacá virou uma marionete do jabismo e de figuras que foram reprovadas. E não estou falando de Jabes, mas de alicerces do jabismo. Na minha humilde opinião, chegou a hora de Cacá reavaliar sua estadia do Partido Progressista e tentar mudar sua imagem. O novo Cacá não tem grupo, pois o grupo é de Jabes!

Mais uma vez, Jabes jogou Cacá aos leões, sabendo que as chances de vitória seriam mínimas. Se as chances fossem grandes, o candidato não seria Cacá, mas Jabes.

Colchões é novo, tem condições de se enquadrar entre as novas lideranças que se formaram em Ilhéus para a próxima década. Mas reafirmo: Cacá precisa tomar um rumo diferente do jabismo.

Pior vírus é o da ignorância. Sobre comunicar com responsabilidade


Por Mauro Alves – Secretário de Comunicação Social de Ilhéus

Em tempos de fake news, é necessário olharmos para o que a lei maior estabelece sobre a informação. A liberdade de imprensa, a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, são assegurados pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Estes direitos não sofrerão qualquer restrição, porém, para tal exercício é proibido o anonimato, o direito de resposta é garantido e a honra e a imagem das pessoas não podem ser violadas, assim como a intimidade e a vida privada, isso sem falar do direito à indenização por dano material, moral ou à imagem. Isso nos leva a dizer que o direito à liberdade de imprensa e de pensamento são garantidos, mas não são absolutos, porque não se sobrepõem a outros direitos tão importantes quanto esse direito fundamental, que é comunicar. Informar com responsabilidade é dever de todos, assim como todos devemos saber que o direito de um termina quando o do outro começa. Por isso, nossa sociedade se constitui em um Estado Democrático de Direito. A lei é para todos. Fato. O respeito sempre vai ser a melhor política da prudência. Faz bem, todo mundo gosta e não sai caro.

Novas perspectivas, novos recomeços para Ilhéus. Mas por onde começamos realmente? Por dentro.


 Por Graziela Guimarães dos Anjos.

Temos que reconhecer que são novos tempos. Tempo para uma pausa, tempo para desacelerar os ânimos, refletir sobre tudo que nos tem acontecido e sobretudo tempo para pensar em como recomeçar a vida. O mundo parou, a pandemia chegou e se instalou em nossas vidas como um furacão e tudo mudou, a nossa rotina de vida mudou completamente. O medo, a insegurança, o desconforto, o desconhecimento do que estava por vir passou a rondar nossos pensamentos. Para uns (famílias) como algo inofensivo, para outros (famílias) algo completamente letal e avassalador.

Mas estamos em Ilhéus, “a linda princesa do sul” como diz a canção do cantor e compositor ilheense Reizinho, falecido em 1994, a terra inspiração de Jorge Amado e de todos nós. E não ficamos imunes a esse cenário de terror de disseminação do Sars-Cov-2. Conseguimos nos adaptar a esse vírus e fazer com que o prejuízo (em vidas, que é o que importa) não fosse tão devastador quanto em outras cidades do mundo.

Digo conseguimos nos adaptar, mas ainda estamos no “olho do furacão”. A pandemia não acabou ainda estamos em alerta e precisamos reconhecer que ouve um esforço de todos: individual (em suas casas) e coletivo (em seus estabelecimentos), a iniciativa privada e principalmente a iniciativa pública. Temos que reconhecer cada um dos esforços disponíveis e disponibilizados para minimizar esse cenário o qual nos coube nesse ano de 2020.

Precisamos rever nossos hábitos, nossos costumes, nossas heranças e buscar refazer um novo amanhã, principalmente no que diz respeito a nossa cidade. Por muito tempo enxergamos a olhos nus, resíduos do passado, regado de prosperidade e um coronelismo latente que o fruto de ouro proporcionava para a nossa cidade. Esse tempo passou e aqui estamos tentando sobreviver a uma situação tão devastadora quanto foi a vassoura de bruxa naquela época para a nossa cidade.

É preciso que tenhamos ciência de que essa é uma fase de transição, algo de melhor vem por aí, sendo assim, precisamos mudar a forma que pensamos, modificar a forma que agimos para que possamos presenciar uma mudança efetiva. Mas por onde começamos essa mudança? Como? E eis que a resposta está explícita: POR DENTRO. Porque não começamos a mudança dentro de nós? Podemos? Lógico que podemos! Estamos aqui, vivos e a cada dia que passa é uma oportunidade de seguirmos em frente.

Sabe aquele estereótipo de cidade que sempre tivemos em sermos sempre o segundo lugar do comércio da região? Pois é, porque não mudamos isso? Agora a onda da vez é o delivery, venda on line… podemos ser uma cidade que tem um serviço de excelência no comércio. Claro que podemos! Temos outro ponto que precisa ter uma atenção devida que é o atendimento ao turista. É óbvio que existe um encanto incomum pela nossa cidade pelos turistas que aqui nos visitam, temos recursos naturais que embelezam a cidade e nos fazem ser referência em destinos de férias e no verão, mas não podemos deixar esse encanto apenas para os recursos naturais, temos que atrair pessoas pela estrutura de acolhimento que podemos oferecer juntamente com esses recursos naturais. Ou seja, é necessário haver uma mudança de paradigma (é uma expressão utilizada por Thomas Kuhn no seu livro Estrutura das Revoluções Científicas (1962) para descrever uma mudança nas concepções básicas) em nossa forma de pensar, em nossa forma de agir para com o nosso próximo, para com a nossa cidade.

Existe um ditado popular que diz “Quem não vive para servir não serve para viver”. Que tal usarmos esse ditado para iniciarmos essa mudança! Podemos começar dentro de nossos próprios lares, e quem sabe num futuro próximo não sejamos a cidade referência em atendimento, tanto no comércio quanto no turismo, quem sabe! Toda mudança requer esforço, vontade e perseverança para que o objetivo seja alcançado. Não existe nada fácil nessa vida. Não foi fácil chegar aonde chegamos, aos poucos vemos sinais de progresso em nossa cidade, aos poucos vemos iniciativas individuais e coletivas, públicas e privadas fazerem o progresso acontecer, a exemplo da Ponte Jorge Amado, nossa! Que progresso! Temos que agradecer por recebermos uma ponte linda, tão benéfica para nossa cidade em plena pandemia, em pleno caos. Uma ponte que com certeza é, agora, um cartão postal da nossa cidade.

Enfim, por onde começamos? POR DENTRO. Podemos repensar nossos conceitos, nossas perspectivas para com o próximo, para com a nossa cidade e obviamente com uma qualidade de vida melhor para todos nós.. Não nos custa nada. No futuro iremos olhar para trás e agradecer a escolha que fizemos agora, a escolha da mudança.

Autora do artigo,Graziela Guimarães dos Anjos é administradora de empresas (UESC), MBA em Finanças corporativas e mercados financeiros (UNIFACS), Pós Graduada em gestão pública (UESC), pós graduada em Formação de Consultores (UESC), pós graduanda em Prática Jurídica em Direito Público e privado (CESUPI) e graduanda em Direito (CESUPI).

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Nova cervejaria vai investir R$ 1,2 bilhão com implantação de fábrica na Bahia


Alagoinhas vai ganhar sua terceira cervejaria. A Cidade Imperial Petrópolis vai investir R$ 1,2 bilhão para implantar fábrica no município, onde serão gerados 350 empregos diretos. Anúncio foi feito nesta quinta-feira (03), durante assinatura de protocolo de intenções com Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). A unidade, que terá capacidade de produção de 7,2 milhões hectolitros por ano, vai fabricar cerveja, chopp, bebida energética e água mineral.

“O momento é de celebração. Trabalhamos muito para atrair novos investimentos e gerar empregos para os baianos. Será a terceira cervejaria implantada em Alagoinhas, com um alto investimento que vai gerar incremento socioeconômico e produtivo no município e no estado”, afirma o vice-governador João Leão, secretário da SDE.

A cervejaria Cidade Imperial possui mais duas unidades fabris, uma no município de Petrópolis, no Rio de Janeiro, e outra na cidade de Frutal, em Minas Gerais. As duas fábricas juntas produzem 3 milhões de hectolitros por ano e geram 3 mil postos de trabalhos diretos e indiretos.

De acordo com Leão, o estado tem mais cinco empreendimentos do setor de bebidas em implantação ou modernização, com previsão de investir mais de R$ 87,2 milhões e oferta potencial de 435 novos empregos. Alagoinhas, Camaçari, Santo Antônio de Jesus, Barra e Mucugê são os municípios que serão beneficiados.

Alagoinhas

O município de Alagoinhas é conhecido como um polo de bebidas. O motivo é o Aquífero São Sebastião, que tem uma das melhores águas do mundo. E não são somente as cervejarias que bebem dessa fonte. Além da Heineken, antiga Brasil Kirin e da Cervejaria Petrópolis, a Indústria de Bebidas São Miguel também tem unidade produtiva na cidade.

Desastre no São Miguel pode ser evitado


Por Jabes Ribeiro.

É do conhecimento de todos que as obras do Porto do Malhado influenciaram negativamente para a situação em que se encontram os bairros São Miguel e São Domingos. Na época da construção do porto, década de 1970, não se pensava em impacto no meio ambiente, e as obras foram iniciadas sem a devida e necessária Licença Ambiental. O bairro São Miguel, nos últimos anos do século passado, teve a situação da erosão marítima agravada. Na ponta, a maré tinha destruído totalmente a rua frontal e ameaçava invadir o bairro. Como prefeito, não ficamos de braços cruzados. Fomos buscar recursos no Ministério dos Transportes, Ministério do Turismo e Governo do Estado para iniciar uma obra que seria, e é, da responsabilidade do Governo Federal, através da Codeba. Contratamos o engenheiro Aleixo Belov, um dos maiores especialistas em obras marítimas do Brasil para conceber o projeto.

Além da proteção da bordadura da ponta, com enrocamento de pedras, projetou-se a construção de seis espigões, cada um com 250 metros de extensão. As obras foram iniciadas com os recursos disponíveis, inclusive do orçamento municipal. O primeiro espigão e a bordadura foram concluídos e mais três outros espigões iniciados. A obra, de grande porte, exigia mais recursos, e ao término do nosso terceiro mandato, em 2004, a situação do bairro estava relativamente controlada. Porém, os governos que me sucederam não fizeram manutenção do serviço realizado e muito menos buscaram recursos para complementação e manutenção das obras. Em 2015, em nosso quarto mandato, enviamos para a Secretaria de Defesa Civil, ligada ao Ministério da Integração Nacional, um projeto de captação de recurso, com o propósito de recuperar os espigões existentes e construir mais dois espigões, completando assim o projeto original.

Estivemos com o ministro Gilberto Occhi e com o secretário da Defesa Civil, General Adriano Pereira, acompanhado pelo então deputado Roberto Brito. O ministro se comprometeu em nos atender, ciente da gravidade da situação. Levamos orçamento, projeto, fotografias, laudos técnicos, enfim, todo material necessário para liberação dos recursos. Ocorreu então o impeachment de Dilma e, para variar, os recursos não foram liberados no governo que sucedeu. A situação vem se agravando a cada ano. É imperioso que o atual governo municipal interceda junto à Secretaria Nacional de Defesa Civil para a liberação do recurso, embora saibamos que a obrigação dessa providência caiba à Codeba. Importante lembrar que a Associação de Moradores do Bairro São Miguel ingressou com uma representação junto ao Ministério Público Federal para que a Codeba realizasse o serviço. Infelizmente a lentidão da Justiça e a inércia dos poderes públicos obriga os moradores a conviver com a calamidade.

*O autor Jabes Ribeiro é professor, advogado, político, ex-deputado federal, ex-prefeito de Ilhéus e atualmente secretário estadual do Partido Progressista na Bahia

O Artigo foi publicado orientalmente no Jornal Bahia Online.

Zona Norte e sua eterna luta contra o Mar


Por Fernandão Oliveira.

Entra ano e sai ano a zona norte de Ilhéus continua abandonada. Trava uma luta incessante contra a força do mar. A faixa de terra vem perdendo as batalhas até então enfrentadas, pois a cada ciclo de 365 dias, há perda, em que pese a luta dos moradores.

Falar sobre danos materiais reparáveis pode parecer insensibilidade ante a pandemia do covid-19 que já ceifou quase 110 mil mortos – em Ilhéus 191 mortos. Famílias destruídas e enlutadas, amizades que se perdem. São pais, mães, filho(a)s, avós, neto(a)s, amigo(a)s que partiram para sempre deixando apenas a saudade.

A aparente insensibilidade só reside apenas quando olhamos do ponto de vista individual, pois perder um imóvel jamais pode se comparar com o óbito de um ente querido. Contudo, há um ponto em comum entre estes dois fatos. A omissão, irresponsabilidade e incompetência daqueles que são eleitos para olhar pela coletividade. Sob esse prisma, todos os afetados são vítimas.

É imperioso afirmar que diversas famílias perderam suas residências e fontes de subsistência. Não é de hoje que o abandono e a irresponsabilidade por parte dos “nossos” governantes aportaram no São Miguel e São Domingos, em Ilhéus.

Nesse ponto quero relatar que foram anos, a cada maré alta, brigando contra o mar para evitar que a casa onde residi minha infância, adolescência e parte da vida adulta fosse destruída pela força das ondas. Estas batalhas não vêm de agora. Luta-se junto às autoridades para que tomem providências. Pedidos e mais pedidos feitos. Notícias do fato apresentadas ao MPF e nada foi capaz de fazer com que esses desgovernos olhassem para parte deste litoral ilheense.

Lembro-me quando eu e minha família fomos morar na praia do norte. Tinha eu uns 11 anos de idade. Eu e meus irmãos tínhamos a praia como parque de diversões. Pegávamos “jacaré”, jogávamos bola com a turma do Sete, da Vila Lídia e do Iguape, vôlei de praia e tudo mais que uma praia pode propiciar. Lembro-me que nesta época o coletivo passava na porta de minha casa e ainda tínhamos mais uns 20 metros de distância da maré cheia. Sabíamos, inclusive, que a margem de terra à frente de nossa casa já fora bem maior.

Como homem sempre atento à natureza, meu pai, desde os primeiros avanços da maré, passou a buscar os órgãos públicos (Prefeitura, CODEBA, MPF, etc.). Todos sabiam a única para aqueles avanços do mar ano após ano. PORTO DO MALHADO. Desde que se aumentou o espigão, cortando-se os caminhos das correntes, a Avenida Soares Lopes virou um depósito de sedimentos e o São Domingos e São Miguel área de erosão.

Foram anos buscando uma solução para o problema que se arrastava. Fizeram uns espigões “meia-boca” e um enrocamento com telas que não suportou algumas marés altas e se desmanchou. Depois disso nada mais foi feito. Apenas moradores que detinham alguma condição conseguiram proteger suas residências, mas chega um momento que tudo que pode ser feito não é suficiente, pois demanda investimentos altos e que grande parte dos moradores não possui.

Hoje o que se observa é a degradação de uma importante faixa do nosso litoral. Donos de cabana perdendo suas fontes de renda e moradores perdendo casas e uma total INCOMPETÊNCIA do poder público e omissão de outras tantas autoridades.

Há esperança? Assim como a história da ZPE, dizem que um grande porto será construído e é óbvio que para proteger tamanho empreendimento, as autoridades públicas geralmente vendem até suas genitoras. Espera-se que após as vender, os moradores daquela região sejam beneficiados por tabela, já que para estes, até então, só omissão e refugos de pedras que, retiradas da nova ponte, foram jogadas lá para quem pudesse pagar máquina.

Também neste ponto meus pais me servem de exemplo, pois preferiram pagar por alguns metros de pedra e horas de máquina a obter qualquer beneplácito que não fosse extensível a todos os moradores. Para eles, perder a casa onde criaram seus filhos é um dano reparável.

Reconstruiremos. Só espero que não me apareça o IBAMA para dizer que estamos invadindo área de marinha, pois nisso são experts, mas pare evitar o dano ambiental originado pelo porto, são mansos.

Por fim, cabe aos moradores destas áreas dá a devida resposta.

*Fernandão Oliveira é Advogado, antigo morador e frequentador da praia do norte.

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