Liberado em audiências de custódia, um criminoso alcançou na quarta-feira (19), a marca de cinco prisões em flagrantes. Equipes da Operação Apolo flagraram o indivíduo, com um carro roubado, no bairro de Itapuã.
Os PMs patrulhavam na Rua da Ilha, quando visualizam o suspeito, com um carro modelo HB20. O automóvel, com restrição de roubo, foi alcançado.
O criminoso, que acumula prisões por roubos de veículos e de transeuntes, foi apresentado na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou um projeto de lei com alterações na Lei Maria da Penha para permitir o direito à medida protetiva de forma sumária, ou seja, a partir do momento em que a vítima fizer a denúncia à polícia ou apresentar suas alegações por escrito.
As mudanças foram publicadas na edição desta quinta-feira (20) do Diário Oficial da União e incluem, entre outros pontos, três novos incisos no Artigo 19 da lei, que trata das medidas protetivas de urgência.
“As medidas protetivas de urgência serão concedidas em juízo de cognição sumária a partir do depoimento da ofendida perante a autoridade policial ou da apresentação de suas alegações escritas e poderão ser indeferidas no caso de avaliação pela autoridade de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes”, diz o texto.
Conforme as alterações, as medidas protetivas de urgência devem ser concedidas independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação penal ou cível, da existência de inquérito policial ou do registro de boletim de ocorrência.
O texto também diz que as medidas protetivas de urgência vigorarão enquanto persistir o risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou de seus dependentes.
Segundo especialistas, a violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma forma de violação de direitos humanos, independe da orientação sexual e ocorre quando há qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. E ocorre também nos casos de qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a lei estabelece que todo caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado em inquérito policial, remetido ao Ministério Público e julgado nos juizados especializados de violência doméstica contra a Mulher e, nas cidades em que ainda não existem, nas varas criminais.
A lei também tipifica as situações de violência doméstica, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e determina o encaminhamento das mulheres em situação de violência, assim como de seus dependentes, a programas e serviços de proteção e de assistência social.
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a lei recebeu o nome de Maria da Penha em homenagem à farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, cujo marido tentou matá-la duas vezes e que, desde então, passou a se dedicar à causa do combate à violência contra as mulheres.
Com objetivo de realçar ainda mais a beleza da cidade, a Prefeitura de Itacaré iniciou uma intervenção na rotatória da Vila Marambaia que será contemplada com a requalificação e um paisagismo moderno, inclusive já foram iniciadas as remoções do piso, das plantas antigas, como também já foi iniciado a colocação de novas terras.
A obra acontecerá após o contrato de uma empresa por meio de processo licitatório. O paisagismo fará a renovação das plantas ornamentais do KM 06 até a ladeira grande na entrada da cidade.
O paisagismo colabora cada vez mais para os projetos sustentáveis, isso porque promove o uso consciente e sustentável de recursos naturais e contribui para o bem estar físico e mental, caracterizado pela harmonia de uma paisagem equilibrada, saudável e bela.
Com o objetivo de ampliar os investimentos direcionados à cidade de Ilhéus, o prefeito Mário Alexandre cumpriu agenda em Brasília nesta semana para solicitar melhorias em diversas áreas do município. Acompanhado do vice-prefeito Bebeto Galvão, o chefe do Executivo reforçou os compromissos com senadores e deputados na capital federal.
Em audiência com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, os gestores apresentaram demandas e dialogaram sobre a retomada de importantes programas federais, a exemplo do Minha Casa, Minha Vida. Na oportunidade, foram discutidos projetos com foco na melhoria da infraestrutura urbana e o andamento das obras do Porto Sul e mais recentemente do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL).
No encontro com o senador Otto Alencar, Mário Alexandre e Bebeto discutiram a atual conjuntura do país, que aponta para a retomada da economia e perspectivas de crescimento em diferentes setores. O prefeito afirmou que o estreitamento do diálogo com os parlamentares é fundamental para garantir apoio na execução de obras na cidade.
“Apresentamos importantes pautas e vamos continuar lutando para fortalecer a parceria com o Governo Federal, com o nosso querido amigo e ministro Rui Costa, com o nosso senador Otto Alencar e todos os deputados que auxiliam a nossa gestão dentro desse processo de reconstrução da amada cidade de Ilhéus. A nossa luta não para. Vou trabalhar até meu último dia de mandato para melhorar cada vez mais a qualidade de vida do meu povo, com mais investimentos, sobretudo nas áreas da saúde, infraestrutura, segurança pública e educação”.
Durante visita aos gabinetes dos deputados federais Bacelar, Raimundo Costa e Lídice da Mata, prefeito e vice trataram sobre a destinação de recursos de emendas para a cidade. Na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, os gestores abordaram importantes projetos e obras que foram alocadas na companhia e que em breve deverão ser retomadas.
Bebeto frisou que a parceria com o Governo do Estado é indispensável para assegurar o bom andamento das tratativas.
“O trabalho iniciado com Rui Costa e que está sendo continuado pelo nosso governador Jerônimo Rodrigues, sem dúvida produz resultados altamente positivos para Ilhéus, cujo maior beneficiado é o nosso povo”.
A comunidade do Bairro Nova Califórnia, na zona norte de Itabuna, será beneficiada, neste sábado, dia 15, a partir das 8 horas, com as ações do Projeto Bairro Feliz. Serão executados serviços de limpeza com roçagem, capina, remoção de lixo e entulhos, manutenção e reparo da rede de iluminação e patrolamento, cascalhamento e compactação de ruas.
O Projeto Bairro Feliz vem sendo executado pela Prefeitura de Itabuna, através da Secretaria de Infraestrutura e Urbanismo (SIURB), que mobiliza todos os seus departamentos para atuação firme numa localidade da cidade durante todo o dia até as 17 horas.
Por intermédio da Superintendência de Serviços Públicos, homens e máquinas farão a manutenção viária, com a compactação do solo. Além destes serviços, a comunidade contará ainda com a presença da equipe de campo da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (EMASA) para promover, se necessário, possíveis reparos nas redes de água e esgotamento sanitário.
Segundo a secretária de Infraestrutura e Urbanismo, Sônia Fontes, a exemplo do que foi desenvolvido nos bairros de Nova Ferradas e Nova Esperança, no 1º dia de abril, a Prefeitura quer estar mais próxima das comunidades para atender as necessidades das pessoas. Em um único dia, são atendidas diversas demandas apresentadas na área de infraestrutura.
“Porém, já estamos fomentando a possibilidade da participação outras secretarias municipais, visando ampliar o leque de serviços públicos oferecidos às comunidades, através do Projeto Bairro Feliz”, finalizou a secretária.
Uma mulher denuncia a omissão de socorro por parte do Serviço Móvel de Urgência (Samu) na cidade de Ilhéus, sul da Bahia. Rebeca Batista Duarte conta que ficou cerca de quatro horas em trabalho de parto, nesta segunda-feira (10), enquanto aguardava a chegada de uma unidade. Após a espera, o bebê morreu. A Polícia Civil investiga o caso.
Segundo relatos de Nelson da Silva Santos, pai do bebê, Rebeca teria entrado em trabalho de parto por volta de 0h. A criança nasceu às 4h e a unidade do Samu chegou às 5h30. O bebê foi encaminhado ao hospital, mas já estava sem vida.
O Samu foi solicitado porque Rebeca mora no bairro Novo Ilhéus, uma região considerada de difícil acesso, segundo Nelson. Entretanto, a médica teria rejeitado a ligação e dito que não enviaria uma unidade porque o caso não seria de competência do Samu.
”Ela disse que o Samu tem coisas mais urgentes para resolver”.
Assim como Nelson, Rebeca relatou o tratamento recebido pela responsável no atendimento da solicitação. A médica teria dito que o Samu não pode buscar pessoas em trabalho de parto.
A família registrou um Boletim de Ocorrência do caso e aguarda a liberação do corpo da criança. Rebeca Duarte foi encaminhada para o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio.
”Estamos aqui esperando por uma criança há oito meses, dentro da barriga, para chegar no hospital e a doutora falar que meu filho já chegou lá sem vida”, disse Rebeca.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que apura a denúncia e que nos dados da ficha de regulação médica consta que na primeira ligação da gestante para o Samu foi informado que a ambulância avançada não estava disponível no momento. A ficha traz ainda a informação de que a família teria sido orientada a ir para um hospital por meios próprios.
Também na nota, a SMS diz que não houve mais ligações até as 5h, momento em que Rebeca informou ao Samu sobre o nascimento da criança. Na ocasião, foi enviada a ambulância básica já que a unidade avançada atendia outra ocorrência.
A TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia, tentou marcar uma entrevista com um representante do Samu, mas foi informada que não haveria ninguém disponível nesta segunda-feira.
Sistema de transferências instantâneas do Banco Central (BC), o Pix bateu novo recorde na última quinta-feira (6). Pela primeira vez, a modalidade superou a marca de 120 milhões de transações em 24 horas.
Somente no último dia 6, foram feitas 122,4 milhões de transferências via Pix para usuários finais. A alta demanda não comprometeu o funcionamento da funcionalidade. Segundo o BC, os sistemas funcionaram com estabilidade ao longo de todo o dia.
O recorde anterior tinha sido registrado em 20 de dezembro, com 104,1 milhões de transações num único dia. Naquela data, tinha acabado o prazo de pagamento da segunda parcela do décimo terceiro.
Criado em novembro de 2020, o Pix acumula 146,4 milhões de usuários, dos quais 134,8 milhões pessoas físicas e 11,6 milhões pessoas jurídicas. Em setembro de 2022, o sistema superou a marca de R$ 1 trilhão movimentados por mês.
Um homem morreu durante a segunda fase da operação “Terra Protegida”, deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (4), pela Polícia Federal (PF), em pontos distintos de Salvador.
A ação teve como objetivo identificar integrantes de uma organização criminosa responsável por um ataque a uma agência da Caixa Econômica Federal na cidade de Terra Nova, distante cerca de 75 quilômetros da capital.
Divididas, as equipes seguiram para os bairros de São Cristóvão e Tancredo Neves, para o suporte no cumprimento de dois mandados de busca e apreensão. Já no bairro de Periperi, no Subúrbio Ferroviário, um dos investigados foi encontrado e entrou em confronto com os policiais.
O confronto aconteceu no bairro de Periperi, que fica no subúrbio. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), que apoiou a ação, o investigado, que não teve a identidade revelada, tinha um mandado de prisão pelo crime de tráfico de drogas.
O Brasil alcançou nesta terça-feira (28) a marca de 700 mil mortes causadas pela covid-19, informou o Ministério da Saúde. No último dia 11 de março, a pandemia completou três anos e deixou muitos impactos na vida dos sobreviventes e daqueles que perderam alguém para a doença.
Em comunicado, o Ministério da Saúde destacou que a vacinação é a principal forma de combater a crise sanitária e proteger contra casos graves e óbitos causados pela doença.
“Aumentar as coberturas vacinais contra a Covid-19 é prioridade do Ministério da Saúde, que lançou o Movimento Nacional pela Vacinação no fim de fevereiro. Até agora, mais de 6 milhões de doses de reforço bivalentes já foram aplicadas. No entanto, é importante ressaltar que os grupos prioritários devem procurar uma unidade de saúde”, destacou a pasta.
Todas os integrantes dos grupos prioritários podem receber o reforço com a vacina bivalente contra a covid-19. A dose oferece proteção contra a variante original do vírus causador da covid-19 e contra as cepas que surgiram posteriormente, incluindo a Ômicron, variante de preocupação no momento.
Podem se vacinar contra a covid-19 com a dose bivalente os idosos de 60 anos ou mais de idade, população privada de liberdade, adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, funcionários do sistema de privação de liberdade, gestantes e puérperas e trabalhadores da saúde.
A vacina também está disponível para adolescentes a partir dos 12 anos e adultos dentro dos grupos prioritários: pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores; imunocomprometidos; indígenas, ribeirinhos e quilombolas; e pessoas com deficiência permanente.
Para receber o imunizante, é preciso ter completado o esquema primário com as vacinas monovalentes e respeitar um prazo mínimo de quatro meses desde a última dose recebida. O Ministério da Saúde reforça que tanto as vacinas monovalentes quanto as bivalentes têm segurança comprovada e são igualmente eficazes na proteção contra o coronavírus.
“Quem ainda não completou o ciclo vacinal ou está com alguma dose em atraso pode procurar uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo que não esteja no grupo prioritário. Para todas as estratégias de vacinação propostas, o comprometimento e união da sociedade serão essenciais para que as campanhas tenham efeito”, destacou o ministério.
Após uma ruidosa participação na campanha eleitoral, em que até mentiu sobre uma intimação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que nunca existiu, o pastor André Valadão baixou o tom por um tempo. O entusiasmo por Jair Bolsonaro (PL) desbotou em suas redes sociais.
Valadão chegou a se dizer decepcionado com a letargia do aliado após a derrota para Lula (PT), semanas antes da viagem para os EUA que Bolsonaro fez no epílogo do seu mandato, e da qual ainda não retornou.
Em fevereiro, um seguidor quis saber no Instagram: “O senhor batizaria o Lula?”. Líder na Igreja Batista da Lagoinha, baseado na mesma Flórida onde por ora reside o ex-presidente, ele respondeu que sim. “Mas deixa uns 30 segundos ali debaixo d’água para dar uma limpada com força, né?”
Ambígua o bastante para mesclar apologia de violência e proposta evangelizadora, a reação ressuscitou algo nas entranhas do bolsonarismo. A quem se perguntava se o triunfo lulista marcaria a volta de uma velha disposição fisiológica no segmento, o chiste mostrou que não é bem assim. O persistente mau humor nas igrejas com a esquerda pode sinalizar um ponto de não retorno nessa relação.
Ainda que permaneça certo desânimo com o que é visto como apatia de Bolsonaro nesses primeiros meses fora do cargo, o discurso antipetista ainda alvoraça púlpitos.
Silas Malafaia foi um dos que foi a público criticar o amigo. Mas a mão que apedreja também afaga. “Sou aliado, não alienado. Não tenho Bolsonaro como ídolo. Sei que ele tem defeitos, que tem erros, mas põe na balança o que ele fez nos quatro anos de governo. Ele tem muito mais crédito.”
E o ex-mandatário conseguiu uma façanha, diz o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “É uma coisa rara: o cara é derrotado e continua com maioria absoluta no segmento.”
Malafaia, assim como Valadão, costuma se posicionar com mais belicosidade do que outros colegas, é verdade. Como também é fato que alguns líderes ensaiaram uma trégua. O bispo Edir Macedo, por exemplo, logo depois da eleição falou em perdoar Lula, eleito “por vontade de Deus”. As pancadas que o jornal da sua igreja, o Folha Universal, vinha dando na esquerda também murcharam.
Mas “espaços viáveis de conciliação” estão fora do horizonte, afirma o sociólogo Ricardo Mariano, que pesquisa a ascensão evangélica. “A aliança com Bolsonaro robusteceu a radicalização política de grande parte das lideranças, e isso intensificou a oposição ao PT.”
Para a cientista política Ana Carolina Evangelista, diretora-executiva do Instituto de Estudos da Religião, pastores bolsonaristas podem até estar “mais calados sobre o apoio a um ex-presidente que saiu do país e nunca mais voltou”, mas não silenciaram suas desaprovações a Lula. “Esse elemento é novo. Nas gestões anteriores do PT, a vocalização dessas críticas arrefecia assim que os governos eram eleitos.”
Bater em candidaturas tidas como progressistas não é nenhuma novidade. O próprio Lula apanhou um bocado no passado. A Universal de Edir Macedo o comparava ao diabo em 1989. Em 1994, colocou-o na capa de seu jornal e legendou: “Sem ordem e sem progresso”.
Tão logo o petista chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, vários líderes suspenderam a beligerância e abraçaram o PT, cortesia que se estendeu ao governo Dilma Rousseff. Entre os fatores que colaboraram para o desgaste dessa relação estavam a iminência da perda de poder, na medida em que o impeachment de Dilma se avizinhava, e também o avanço da agenda identitária.
É preciso considerar que o bolsonarismo se retroalimentou desse fenômeno relativamente novo, diz Mariano.
“As disputas morais ganharam relevo nas últimas duas décadas. Em resposta a movimentos feministas e LGBTQIA+, a reivindicações por igualdade de gênero e à aprovação, pelo STF, da união civil de pessoas de mesmo sexo e do aborto de anencéfalos, atores evangélicos radicalizaram seu ativismo político, sobretudo a partir do primeiro governo Dilma, em defesa da conformação do ordenamento jurídico a valores bíblicos.”
Deram assim uma contribuição e tanto para a avalanche de manifestações de direita que jorrariam nos anos seguintes, segundo o sociólogo. Bolsonaro pegou carona nesse Zeitgeist em formação, como ao difundir a falsa tese do “kit gay”.
Num primeiro momento, o retorno do lulismo pareceu desnortear a cúpula evangélica. Encontrar saídas honrosas para se aliar ao governante da vez costumava ser a praxe no meio. Bússolas para o batalhão de pequenos e médios pastores espalhados pelo país, líderes de envergadura nacional apostaram alto na reeleição de Bolsonaro. Ele perdeu, e eles se viram numa posição que lhes era pouco familiar: oposição.
Para Evangelista, o debate “é menos sobre como se mantém o bolsonarismo e mais sobre como, e se se mantém, o antiesquerdismo”. Pastores, afinal, pautam a base, mas também são pautados por ela. Fica insustentável persistir no discurso do medo se lá na ponta os fiéis estão vendo melhoras reais no dia a dia.
“Que políticas deste governo também estão a serviço dessa população e melhoram concretamente suas condições de vida como trabalhadores, mães de família, jovens inseridos nas universidades e no mercado de trabalho? Independentemente de serem evangélicos.”
Chegamos então a um impasse. Ainda não há qualquer sinal à vista de que o PT vai conseguir reaver a parceria com as igrejas. Já Bolsonaro ainda é um farol, mas sua moral no segmento caiu no último trimestre.
A Casa Galileia, que monitora redes sociais evangélicas, notou essa retração, diz seu assessor de campanhas, o antropólogo Flávio Conrado.
Os acampamentos em frente a quartéis, que por fim desembocaram nos ataques golpistas de 8 de janeiro, afugentaram parcela dos crentes.
“Alguns já disseram ali ‘perdemos’ e vamos então orar pelo Lula, botar a viola no saco e lidar com a perda. A candidatura de Bolsonaro foi trabalhada como a luta do bem contra o mal, e a derrota causou grande frustração entre os fiéis.”
A partida para os EUA, contudo, deixou um vácuo no conservadorismo, afirma Conrado. “Me parece ter uma rearrumação desse campo, esse refluxo. Ele vai continuar sendo a liderança da extrema direita?”
O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que chegou a posar com petistas e dizer que a omissão do ex-presidente nos últimos tempos “beira a covardia”, é um bom exemplo desse pêndulo entre pragmatismo político e óbice ideológico.
“Sem dúvida alguma”, diz o membro da bancada evangélica, Bolsonaro ainda é o grande nome para 2026 nos templos. “Ele tem a capacidade da Fênix. Quando todos apostam que agora já era, ele consegue ressurgir. As críticas que ele sofreu, e inclusive fiz parte de algumas delas, não são fator de ruptura.”
Retomar uma acomodação com progressistas lhe parece algo improvável, diz. “Antes você não tinha muito bem a compreensão entre direita e esquerda. Com a voz dissonante do bolsonarismo, passou-a se ter a real clareza do que é uma e do que é outra. Por isso acho muito difícil que o lulismo consiga fazer dentro da igreja o que Bolsonaro fez. Era necessário que o PT morresse e ressuscitasse com nova roupagem ideológica.”
“Em futuras eleições, continuaremos sendo guiados pelos mesmos princípios que nos trouxeram até aqui, ou seja, mais à direita”, afirma o bispo Eduardo Bravo, à frente da Unigrejas, braço da Universal.
Esse nome pode ser Bolsonaro, mas não necessariamente. “Para mim, pessoalmente, mito somente o Senhor Jesus.”
Enquanto isso, o efeito rebote vem a mil. Daí o fortalecimento de pautas como o preconceito visto no deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que usou uma peruca para zombar as trans no Dia da Mulher, e no reforço transfóbico do também evangélico senador Magno Malta (PL-ES). Em evento com Michelle Bolsonaro, ele disse que homens nunca terão útero, ataque patente à mulher trans.
Valadão, o pastor que sugeriu deixar Lula um tempinho sob a água para batizá-lo, embarcou na mesma onda. Postou uma montagem da “picanha trans”, que “nasceu coxão duro, mas se sente picanha”.
“Tá desse jeito”, comentou. O futuro do bolsonarismo entre evangélicos está nas mãos de líderes como ele.
Informações de A na Virginia Balloussier/Folhapress