Lançamento imobiliário movimenta Ilhéus


Diretores Vitor Brasileiro, Rodrigo Peleteiro e Raul Barretto da Pelir Engenharia e B2 Engenharia.

O residencial Ilhéus Select, que será construído na Praia dos Milionários, em Ilhéus, teve lançamento oficial, na última quinta (29/02), no estande de vendas. Os diretores da Pelir Engenharia, B2 Engenharia e Portal Santo Agostinho, empresas que, juntas, têm cerca de 70 anos de experiência e reconhecimento no mercado regional e nacional, apresentaram o empreendimento imobiliário para os ilheenses.

Desenvolvido para um público seleto e exclusivo, o residencial tem área total de aproximadamente 15.000m², onde serão erguidas duas torres, Cravo e Canela, com 88 unidades de 2, 3 e 4 suítes e metragens de 95 a 258m², além de gardens privativos, garagens cobertas, opções de personalização dos ambientes e preços a partir de R$595.000,00.

“Queremos criar raízes na terra do saudoso e amado Jorge, chamar Ilhéus de nossa casa e contribuir para o seu desenvolvimento. Por isso, pedimos licença para chegar, oferecendo o nosso melhor.”, comenta Rodrigo Peleteiro, diretor da Pelir Engenharia.

O projeto arquitetônico moderno e sustentável reflete o carinho e o cuidado das empresas com o local. “O Ilhéus Select é um empreendimento para morar, passar as férias e investir, em um lugar cercado de atrativos naturais e culturais, com uma história riquíssima e gente hospitaleira”, diz Vitor Brasileiro, diretor da B2 Engenharia.

A Prefeitura de Ilhéus dá início à campanha de vacinação contra a dengue


A Prefeitura de Ilhéus iniciou nas unidades básicas de saúde nesta terça-feira ( 27), a imunização contra a Dengue em crianças de 10 e 11 anos.

O imunizante é desenvolvido pelo Instituto Butantan, possuindo propriedade tetravalente, visto que protege contra os quatro sorotipos do vírus da dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Como qualquer vacina, a Qdenga pode causar reações adversas em alguns indivíduos, a exemplo de dor no local da aplicação, febre leve e mal-estar. No entanto, os benefícios da vacinação superam geralmente os riscos de complicações causadas pela dengue.

Neste primeiro momento, a Secretaria de Saúde (Sesau) recebeu 4.709 doses e a aplicação da vacina segue escalonamento de faixa etária. O público-alvo é composto por crianças de 10 e 11 anos, mas a estratégia visa ampliar a faixa etária nas próximas remessas.

De acordo com dados do Setor de Vigilância Epidemiológica de Ilhéus, o município registra Índice de Infestação Predial (IIP) pelo mosquito Aedes aegypti de 3,7%. A Prefeitura tem intensificado as ações de enfrentamento das arboviroses, através de visitas de rotina, com realização de inspeção de depósitos e atendimento de denúncias feitas pela população.

Os índices acima de 1 e até 3,9% são considerados como situação de alerta. Já os superiores a 4% estão em risco iminente de surtos de doenças transmitidas pelo mosquito, algumas das quais podem ser fatais. O trabalho deve ter continuidade nas escolas, sendo a vacina mais uma forma de prevenção.

Disque-dengue – A população pode efetuar denúncias de possíveis criadouros do mosquito em terrenos baldios, casas abandonadas e áreas mais críticas, através do número (73) 3234-2040.  O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Movimentações e perguntas ao tabuleiro político eleitoral de Ilhéus


Por Jerberson Josué 

Ao se aproximar o período da troca de legenda, que conforme o Tribunal Superior Eleitoral – TSE, neste ano, acontece de 7 de março a 5 de abril, data final do prazo de filiação exigido em lei para quem pretende concorrer às eleições de 2024, alguns nomes ganham força e robustez nos bastidores da política ilheense. Entre estes, o nome da Secretária de Educação da Bahia, Adélia Pinheiro, com destacada atuação no cenário da mídia especializada, inclusive, com sinalização de filiação ao partido do Presidente Lula e do Governador Jerônimo, o Partido dos Trabalhadores (PT).

As próximas pesquisas são cruciais para se confirmar o interesse do eleitor consolidando o nome da médica professora ex-Reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), e ainda Secretária Estadual da Educação da Bahia, doutora Adélia Pinheiro. Conversas com o prefeito Mário Alexandre, reuniões com o Ministro Chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, e o Deputado Rosemberg Pinto, líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia, bate-papos que vão de lideranças comunitárias a empresários, além do corpo a corpo com os eleitores/foliões no carnaval, estiveram na agenda da pré-candidata.

Outro ator que fez movimento importante foi o ex-vereador e servidor público Makrisi Angeli, que anunciou sua saída do PT, após décadas de militância e atuação, para cerrar fileiras no Partido Socialismo e Liberdade (PSOl) como pré-candidato a prefeito de Ilhéus, se colocando como alternativa para o eleitorado ilheense, caso o PSOL lhe dê guarida oficialmente.

O vereador Augustão é outro postulante com grande destaque nos holofotes da pré-campanha, que também nas últimas semanas não saiu da mídia especializada, seja por suas andanças no meio do folião/eleitor, ou por questionamentos e incógnita sobre seu futuro partidário, já que seu atual partido não demonstra interesse em sua candidatura. Com isso, a pergunta que não quer calar: pra onde vai Augustão? Nos bastidores existem alguns indícios que ele pode ir para o Partido Democrático Trabalhista (PDT), a saber no fechamento da janela de filiações partidárias. Importante ressaltar que o PDT é aliado do União Brasil no estado, partido do pré-candidato Valderico Reis Júnior, também postulante ao Palácio Paranaguá (saudosismo que ainda prefiro escrever em vez de Centro Administrativo de Ilhéus), o que leva a outra pergunta inevitável: Augustão pode ser vice de Valderico Reis Júnior ou vice-versa? A saber na convenção!

Outra incógnita muito importante é nome oficial do pré-candidato que terá o apoio do prefeito Mário Alexandre. Nos bastidores, o nome da pedra mais cantada pra disputar a sucessão no grupo do alcaide é do Secretário de Gestão, Bento Lima, porém, todavia, entretanto, nem um sinal da fumaça branca do “habemus candidato”. Só quando o prefeito Mário Alexandre decidir anunciar quem será ele ou ela. O que foi dito é que até o final do mês de março teremos a resposta.

Eu, no meu humilde observar, fico a perguntar: teremos um único candidato na base do Governador Jerônimo em Ilhéus?

A saber, com as correntezas do fluir no rio das articulações políticas do campo governista estadual.

Acreditem, ainda temos um longo caminho pela frente!


Por Jamesson Araújo

Esse ano os habitantes de Ilhéus terão a difícil tarefa de escolher quem comandará o município pelos próximos quatro anos. Tenho acompanhado algumas análises políticas que insinuam que a eleição na terra de Gabriela já está decidida e que um grupo político sairá vitorioso.

O mais curioso é que essas análises vêm de pessoas consideradas especialistas em política. O que mais chama a atenção é que essas previsões são feitas em pesquisas, com base em apenas 30% dos eleitores. Seria no mínimo insano fazer previsões com tão pouca informação, já que 70% dos eleitores ainda não têm um candidato definido. Isso mostra que a eleição está completamente em aberto!

E para desacreditar ainda mais essas análises políticas, o jogo político mal começou. Não podemos ignorar a força política do atual prefeito, das máquinas dos estados e do município, mesmo com sua grande rejeição. Eles ainda não entraram no jogo e nem uniram a base da esquerda em torno de um nome. Quando isso acontecer, teremos uma visão completa do cenário político.

Enquanto isso, a turma da direita criou uma aliança e decidiu, em um acordo, que o primeiro nas pesquisas será o candidato e o segundo, naturalmente, será o vice. É natural que eles saiam na frente por começarem a caminhada antes. Os dois nomes que se destacam nesse grupo, Valderico Junior e Jabes Ribeiro, estão disputando para ver quem será o cabeça de chapa. E aqui mora o problema: se Jabes ficar em segundo lugar, ele indicará Cacá Colchões como seu vice. Por que Jabes não pode ser o vice? Será que isso diminuiria Valderico Junior?

Mas não se enganem, esse acordo tem prazo de validade! Como podem ver, a leitura política pode mudar drasticamente até as convenções municipais.

E assim, continuamos nesse jogo político cheio de reviravoltas e incertezas. Mas uma coisa é certa: ainda temos muito a presenciar e a descobrir nessa eleição em Ilhéus!

Jamesson Araújo é jornalista e editor chefe do Blog Agravo. 

Seria Jabes o Santo do pau oco?


Artigo de Makrisi Angeli

Ônibus do transporte escolar abandonados na gestão de Jabes Ribeiro. Foto de 6 de junho de 2016.
Ônibus próprios do transporte escolar abandonados foi rotina na gestão do prefeito Jabes Ribeiro. Foto Jamesson Araújo/ 2016.

Nos últimos 40 anos Ilhéus teve uma sequencia de prefeitos que não pensaram de verdade a projeção do município, mesmo com tantas possibilidades. De terceira cidade da Bahia passamos para a 12ª na economia e 8ª em população.

Neste período ,somente o ex-prefeito, juntamente com seu grupo, esteve no comando da prefeitura por 22 anos. Sendo ele mesmo prefeito por 18 anos e deputado por 4. Importante repetir: Jabes foi prefeito de Ilhéus por 18 anos.

Quais são as principais “marcas” deixadas na memória do povo? Peixe, frango, escadarias, seis e meia, e…??

Porém, o que normalmente as pessoas não sabem ou não lembram é de que por conta do grupo do ex-prefeito Ilhéus passou a ser o MAIOR DEVEDOR trabalhista da Bahia e QUARTO MAIOR DEVEDOR do Brasil; O atual prefeito ELEVOU para a TERCEIRA MAIOR do Brasil;

Os principais planos que todo município precisa para estar organizado, não existem ou estão desatualizados, por exemplo: Não temos Plano Municipal de Saneamento Básico; Não temos Plano de Saneamento, Não temos Plano Habitacional e não temos regulamentação do transporte coletivo, entre outros itens.
Estão desatualizados: Plano Diretor (um dos mais importantes), desde 2015, com o ex-prefeito; o Código de Posturas é de 1974 e assim por diante.

Precisamos romper este ciclo de um gestor ruim fazer o outro ruim querer aparecer como bom e realizar uma gestão organizada de verdade, projetando Ilhéus dentro das diversas possibilidades que temos em mãos.

Makrisi Angeli é ex- vereador e pre-candidato a prefeito.

Governo do Estado anuncia retomada de voo Buenos Aires – Porto Seguro operado pela GOL Linhas Aéreas


O governador Jerônimo Rodrigues autorizou o restabelecimento do voo Buenos Aires – Porto Seguro, operado pela GOL Linhas Aéreas, nesta sexta-feira (20), durante agenda no município que faz parte da zona turística Costa do Descobrimento. A rota entra em operação a partir de 16 de dezembro deste ano, com voos diretos aos sábados – tanto ida quanto volta.

“Essa nova rota que se estabelece para o nosso estado é resultado do trabalho forte que temos realizado para ampliar a malha aérea, seja dentro da própria Bahia como também para fora do nosso estado e até do país, como é o caso de hoje. Isso comprova também o grande potencial da Bahia, não só como um importante destino turístico, procurado por pessoas de todo o mundo, como um polo de desenvolvimento que se destaca cada vez mais”, celebrou Jerônimo.

Conforme o titular da Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA), Maurício Bacelar, o Governo do Estado trabalha permanentemente no fomento do setor e na ligação efetiva do estado com outros países. “Temos feito uma prospecção contínua de novos voos internacionais para a Bahia, em parceria com as companhias aéreas, além da promoção dos atrativos das 13 zonas turísticas do estado nas principais feiras de turismo, que acontecem na América do Sul e na Europa”.

Os voos de Porto Seguro para a Argentina, que já podem ser adquiridos, serão operados com o jato Boeing 737, cuja capacidade é de 176 passageiros em trajetos internacionais. A rota Buenos Aires (EZE) – Porto Seguro (BPS) aproxima os turistas do exterior a um dos destinos mais relevantes no sul da Bahia, e facilita o acesso a lugares como Trancoso, Arraial d’Ajuda, Caraíva e Santa Cruz Cabrália. Já os baianos que visitarem Buenos Aires também contam com as opções de conexões em Ezeiza para cidades como Mendoza, Bariloche, El Calafate, Ushuaia, Córdoba, entre outras, por meio da parceria entre a GOL e a Aerolíneas Argentinas.

Heróis de farda: Policiais Militares salvam bebê engasgado em Itabuna


Bebê passa bem, graças a agilidade dos policiais e corpo médico da Santa Casa de Itabuna. Foto Polícia Militar. 

Na noite desta quinta-feira (13), por volta das 19h40, uma equipe da Polícia Rodoviária Estadual, composta pelos sargentos Mauro e Brandão e pelo soldado Siqueira, estava retornando para a sede da Companhia quando se depararam com uma emergência. Duas senhoras estavam pedindo socorro nas proximidades da Hyundai, em Itabuna. Sem hesitar, os policiais pararam para verificar o que estava acontecendo e, para a surpresa deles, uma das mulheres estava segurando um bebê de apenas 24 dias de vida, que estava sufocado e com a pele roxa.

Agindo rapidamente, os PMs utilizaram técnicas de primeiros socorros para salvar a vida do pequeno. Apesar do alívio momentâneo, a criança voltou a ficar sufocada, o que levou a guarnição a tomar a decisão de levá-la às pressas para a Santa Casa da Misericórdia de Itabuna. Lá, a equipe médica prestou um atendimento ágil e eficiente, garantindo a recuperação do bebê.

Atualmente, a criança encontra-se em bom estado de saúde e permanece internada para acompanhamento, juntamente com sua mãe, Franciellen Santos de Oliveira, de 24 anos. Esta ação heroica da equipe da Polícia Rodoviária Estadual demonstra o comprometimento e a dedicação desses profissionais em proteger e salvar vidas.

A policial militar e a mídia


Artigo de André Curvello

Andréia é brasileira, baiana, mulher preta, formada em Direito, mãe de um advogado de 32 anos e de uma jornalista de 27. Trabalha há duas décadas na mesma instituição. Em sua ficha, seus superiores anotaram que ela é uma “excelente profissional, dedicada, assídua, pontual, proativa e disciplinada”. Também é elogiada por seus colegas de trabalho.

Porém, nos últimos dias, no cumprimento do dever, ela quase teve sua reputação destruída. Um vídeo repetido à exaustão, feito com um aparelho celular, no Hospital da Mulher, em Salvador, a fez viver dias terríveis. Andréia Carla de Brito Ribeiro, de quem falamos, é uma dedicada e respeitada policial militar.

Ela foi vítima da insanidade dos veículos de comunicação de Salvador, da Bahia, e até mesmo do Brasil, que, lamentavelmente, fizeram da busca pela audiência sua prioridade, relegando ao limbo o cuidado de comunicar bem e com responsabilidade social.

Na última terça-feira, Andréia foi recebida pelo secretário da Segurança Pública, Marcelo Werner, e pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Coutinho, em reconhecimento aos serviços prestados ao longo de sua carreira. Ambos prestaram solidariedade a ela, em razão da injustiça a que foi submetida pela mídia.

Relembrando o caso, há poucos dias Andréia foi acionada por funcionários do Hospital da Mulher, no largo de Roma, para ajudar a conter uma paciente que se recusava a observar as orientações dos atendentes. O vídeo que viralizou mostra apenas um trecho do que de fato ocorreu.

O que mais revolta é que não houve, da parte de nenhum veículo de comunicação, a preocupação com aquilo que era e ainda deveria ser sagrado no jornalismo: colher a versão de quem foi citado ou exposto. O principal esforço foi fazer o vídeo ser visualizado pelo maior número de pessoas. Isso, obviamente, atrai anúncios! A lógica foi essencialmente financeira, e chegar a essa conclusão é entristecedor.

Na descuidada corrida contra o tempo, veículos publicam imediatamente o que chega às suas mãos, muitas vezes sem dar espaço ao outro lado e sem checar a veracidade da informação. O desequilíbrio é patente. A informação mal apurada e descontextualizada corre o mundo, com a velocidade da internet, das TVs e das emissoras de rádio.

Para simular imparcialidade, pedem aos citados uma nota de resposta, que geralmente é editada com pouco destaque e que muitos chamam pelo sintomático nome de notapé – espécie de rodapé da notícia.

Assim, o dano à imagem é consumado. Quem é acusado de forma leviana dificilmente consegue limpar sua reputação por completo. Mais intensa, a mentira se sobressai sobre a verdade, e quem mais perde nesse jogo desproporcional é a sociedade.

Esta é a triste notícia: ninguém se preocupou em ouvir a policial militar.

Autor do artigo; André Curvello, secretário estadual de Comunicação Social

Ilhéus – 489 anos


Artigo de Lorenna Caldas , CEO da Avoar Comunicação Criativa e Delegada Sinapro-BA Regional Sul.

De uma natureza exuberante e riqueza histórica sem igual, Ilhéus sempre encantou quem teve o prazer de te conhecer, seja através de filmes, novelas, livros ou até mesmo sentindo o seu cheiro de cravo com sabor de canela.

Mas, nem tudo foi doce como o cacau na terra da Gabriela.

Uma cidade que praticamente nasceu com o Brasil, onde sua origem vem desde a época das capitanias hereditárias, passando pela cana-de-açúcar até culminar nos tempos áureos do fruto de ouro.

Ilhéus sempre encantou por suas belezas e teve lugar de destaque quando escoava a semente dourada para todo o mundo, através de seu porto, e se encontrou responsável por 40% de toda a atividade financeira do estado da Bahia. Ganhando assim o título de Princesinha do Sul.

Mas, a partir da década de 80, após sofrer com a decadência da cultura cacaueira, a região sul começou a definhar economicamente, e nem o turismo e nem o polo industrial foram capazes de soerguer a região economicamente.

Mesmo diante desse cenário, o ilheense alimentou durante décadas, uma grande expectativa para que a cidade voltasse a transitar no cenário econômico estadual, e quiçá nacional, na esperança de que a cidade voltasse a ser a protagonista do sul da Bahia e retomar seu status de princesinha do sul.

Hoje, esse futuro parece mais presente do que nunca.

Pensar em uma Ilhéus melhor para se viver é abandonar o passado com olhar no futuro, mas, dessa vez, com a esperança viva e ávida para recuperar o título de Princesinha do Sul.

O momento é de esperança e otimismo para os cidadãos ilheenses, que veem uma nova realidade se desenhando graças aos investimentos da parceria entre os governos municipal, federal e estadual que criam um ambiente favorável para negócios e atrai os olhares de investidores do mundo inteiro.

Mas a cidade precisa ficar atenta para não abandonar valores como democracia, pluralidade, respeito, acessibilidade, ética, responsabilidade ambiental e social, o que faria com que os benefícios desse crescimento só alcançassem as camadas mais abastadas da sociedade. Mas se não for bom para todos não é bom para ninguém.

Ilhéus, por esses e outros motivos te parabenizo pelos seus 489 anos de histórias, belezas e cultura.

Essa cidade que acolhe os seus de nascimento e, ainda mais, os seus de coração que se orgulham em ver a cidade retomar ao lugar de destaque e progresso de onde nunca deveria ter saído.

Parabéns, eterna princesinha do sul.

Fernando Gabeira – As raízes intelectuais da tragédia ianomâmi


Por Fernando Gabeira/ O Globo

A visão negacionista de Bolsonaro, e infelizmente de muitos militares, se articulou com o catequismo evangélico.

Os mais novos não se lembram da grande fome na antiga Biafra, que pertenceu à Nigéria. Eram impressionantes as imagens das crianças, com os ossos salientes na pele. Na verdade, uma antevisão da morte, pois assim ficamos quando repousamos para sempre. É difícil aceitar que imagens semelhantes apareçam agora no Norte do Brasil: esquálidas crianças ianomâmis sendo resgatadas às pressas.

Meu primeiro contato com os ianomâmis foi na Suécia, quando estudava antropologia. Era um documentário sobre um povo altivo. Na volta ao Brasil, pude visitar algumas aldeias remotas ianomâmis, na condição de deputado, usando helicópteros do Exército. Naquele momento, o governo Fernando Collor já tinha demarcado os 181 mil quilômetros quadrados do território ianomâmi. Mas sempre houve contestação. A mais simples era esta: não é muita terra para pouca gente? Temos visões diferentes. Nem todas as áreas são para a produção, algumas são apenas sagradas.

O coronel Carlos Alberto Menna Barreto publicou pela Biblioteca do Exército um livro intitulado “A farsa ianomâmi”. Sua tese é que os ianomâmis não existiam como cultura singular, viviam misturados aos outros indígenas. Na visão de Menna Barreto, eles foram inventados pela fotógrafa de origem suíça Claudia Andujar. Como se fosse possível, mesmo para uma fotógrafa excepcional como Claudia, inventar uma cultura, uma religião, um punhado de mitos fundadores. A visão do militar era que houve uma conspiração internacional para demarcar as terras ianomâmi, com ajuda da Survival, entidade voltada para os direitos indígenas, e até mesmo do então príncipe Charles, hoje rei da Inglaterra.

Não foi acidental a resposta de Bolsonaro às denúncias sobre a fome entre os ianomâmis: uma farsa da esquerda. O ex-presidente jamais aceitou a demarcação das terras ianomâmis. Quando deputado, apresentou um projeto para anulá-la. Conseguimos evitar sua aprovação no plenário, depois Almino Afonso e eu o enterramos nas comissões. A história está contada por Lira Neto no Diário do Nordeste e contém fragmentos de nossos discursos.

Bolsonaro chegou a presidente com grande simpatia pelos garimpeiros (ele chegou a pensar em se tornar um deles), com a visão de que os ianomâmis não deveriam ter suas terras e, como os outros indígenas, precisavam se integrar à sociedade nacional. O problema para essa concepção é que temos uma Constituição, e nela está assegurado o direito dos indígenas a suas terras, cultura e religião.

Para dizer a verdade, há muitos anos o grande líder ianomâmi Davi Kopenawa denuncia a destruição de seu povo e da própria floresta. Ele escreveu o livro “A queda do céu” em parceria com o antropólogo Bruce Albert.

A visão negacionista de Bolsonaro, que infelizmente também é a de muitos militares, acabou se articulando com outra: a do catequismo evangélico. O governo destinou R$ 840 milhões a uma entidade evangélica para cuidar dos índios, para tentar atraí-los para a religião branca. A então ministra Damares Alves recusou-se a seguir um projeto no Congresso que obrigava o governo a destinar água potável aos indígenas durante a pandemia. Argumento: eles não foram ouvidos. Como assim? Sempre denunciaram que sua água estava contaminada pelo garimpo.

Algumas vezes denunciei na TV o ataque dos garimpeiros contra os ianomâmis. Entrevistei Júnior Yanomâmi em Brasília, e ele passou esses anos pedindo ajuda. Crianças foram assassinadas, adolescentes se prostituíram, o álcool foi disseminado. Nada disso tocou o governo Bolsonaro. Afinal, a integração à sociedade branca se faria por violência, corrupção e dissolução dos costumes originários.

Os garimpeiros estão associados aos traficantes de drogas e fortemente armados. Não é fácil entrar lá. Um grupo de deputados tentou chegar às aldeias, mas não conseguiu apoio do Exército com seus helicópteros. Toda a história foi construída para que os garimpeiros varressem os ianomâmis do mapa. O Brasil precisa dar numa resposta ao genocídio antes que o próprio mundo a dê. A antecipação fica melhor para nós todos, inclusive para os culpados.