Estudantes de Ilhéus desenvolvem inseticida a partir da folha da mandioca


Folha da raiz contém o ácido cianídrico (HCN), que elimina as formigas e lagartas. Segundo os pesquisadores, o produto é sustentável e tem bom custo-benefício.

Os agrotóxicos são substâncias desenvolvidas para matar pragas e doenças que afetam o crescimento de plantações. Apesar de ter seus benefícios, esses produtos podem ser prejudiciais para a saúde do solo e de outros seres vivos. Pensando em elaborar um inseticida mais natural e sustentável, os alunos do Centro Estadual de Educação Profissional Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira, localizado na cidade de Ilhéus, Iran Oliveira, Ayla Souza e Diogo dos Santos, orientados pela professora Margarete Correia, produziram um defensivo agrícola à base da folha da mandioca.

A pesquisa, que conta com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), surgiu após Iran Pereira observar que as mandiocas da sua horta, diferentes de outras plantas, não sofriam com as formigas. “A partir disso, Iran pesquisou e descobriu que as folhas das mandiocas possuem uma substância chamada de ácido cianídrico (HCN). Assim, começamos a pensar e desenvolver um inseticida que pudesse ser utilizado pelos agricultores e que não poluísse o meio ambiente”, explica Ayla.

O projeto, que está na segunda fase de teste, faz parte do Programa Ciência na Escola, da Secretaria de Educação e foi um dos vencedores da 9ª Feira de Ciências, Empreendedorismo e Inovação da Bahia (FECIBA). Segundo Ayla Silva, o maior objetivo da pesquisa é produzir um inseticida com um bom custo-benefício. “O inseticida beneficia os agricultores e as populações que sofrem com as pragas que destroem suas plantações. Queremos fornecer produtos sustentáveis e serviços que possibilitem a melhoria da condição de vida das pessoas, atuando na preservação e reduzindo os impactos dos agrotóxicos no meio ambiente”.

A pesquisa do pesticida à base da folha da mandioca tem parceria com a professora de Química, Elisa Prestes Massena, da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). A orientadora do projeto, professora Margarete Correia, afirma que o produto está no processo de testes e que o intuito é incentivar o uso do inseticida sustentável nas hortas. “A partir da realização de mais testes de qualidade, acredito que poderemos buscar uma melhoria na fórmula, com o objetivo de estimular os pequenos produtores a utilizarem o inseticida em suas hortas”.

Félix pede linha de crédito e perdão da dívida dos cacauicultores atingidos pelas chuvas


Deputado Federal, Feliz Mendonça Júnior (PDT).

Coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Lavoura Cacaueira no Congresso Nacional, o deputado Félix Mendonça Júnior (PDT) solicitou do governo federal a abertura de novas linhas de crédito com juros vantajosos e a anistia das dívidas dos produtores de cacau do sul da Bahia contraídas historicamente junto ao Banco do Brasil. O pedetista afirmou que as fortes chuvas atingiram a lavoura, principalmente os pequenos e médios produtores, que precisam de ajuda federal.

“Estamos falando de pequenos e médios produtores que desenvolvem a lavoura preservando a Mata Atlântica, gerando emprego e distribuindo renda em vários municípios da região sul que foram atingidos pelas chuvas. São produtores que terão enormes dificuldades de se reerguer e crescer sem o apoio governamental, pois muitos tiveram até perdas materiais. É preciso perdoar as dívidas e liberar novos créditos”, afirmou Félix.

O deputado fez a solicitação a representantes de diversos ministérios que estão em Salvador tratando dos problemas provocados pelas chuvas, numa reunião suprapartidária que ocorreu no final da semana passada. Ele também encaminhou ofício ao Ministério da Economia e à Casa Civil da Presidência.

“Vale lembrar que os cacauicultores contraíram essas dívidas junto ao Banco do Brasil, no passado, a partir de orientações técnicas equivocadas da Comissão Executiva Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) no enfrentamento à praga da vassoura-de-bruxa. Nada melhor do que corrigir isso nesse momento delicado em que as chuvas atingiram também o segmento”, concluiu o deputado.

Vice-governador João Leão, o ilusionista


João Leão (Chapéu) durante a visita a Biofábrica de Ilhéus.

O vice-governador da Bahia, João Leão, esteve nesta quinta-feira (16) em visita à Biofábrica da Bahia, situada no distrito de Banco do Pedro, em Ilhéus, Litoral Sul. Na ocasião, João Leão, que também é secretário de Planejamento do estado, estava acompanhado pelo deputado estadual Eduardo Salles, o secretário da Agricultura, João Carlos, e o secretário de Turismo, Maurício Bacelar.

Durante a visita, João Leão rasgou elogios a entidade, insinuando que a Biofábrica é uma referência em administração. Faltou o vice-governador falar a verdade. A Biofábrica sofre com o abandono do governo do estado, atrasando salários de seus funcionários, pessoas simples, em sua grande maioria residentes em Banco do Pedro.

Muitos desses trabalhadores entraram em contato com a imprensa nas últimas semanas relatando o sofrimento de não ter comida na mesa, e ficarem sem crédito no comércio local.

Conselhamos ao vice-governador a falar menos, e trabalhar mais. Por que falatório não enche a barriga de ninguém!

“Ilhéus e região Sul já são um celeiro de empreendedorismo, inovação e economia criativa”, afirma Soane Galvão sobre o Chocolat Bahia


Presente no maior evento de chocolate de origem do Brasil realizado em Ilhéus, a secretária de Desenvolvimento e Inovação do município, Soane Galvão prestigiou a abertura do Chocolat Bahia 2021 ao lado da comitiva do Governo do Estado com as presenças do senador Jaques Wagner, do vice-governador João Leão, do secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacelar, e demais autoridades na 12ª edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau. Na ocasião, Soane defendeu Ilhéus e o Sul da Bahia como verdadeiros celeiros de empreendedorismo, inovação e economia criativa.

“Uma iniciativa brilhante de valorização das riquezas gastronômicas e agrícolas do nosso Sul da Bahia, e que Ilhéus traduz muito bem, transformadas em arte, sabores do cacau e do chocolate de origem, turismo, cultura regional, história e economia criativa. No Chocolat Bahia, vemos e sentimos as belezas da nossa região, transformadas em negócios e grandes oportunidades de empreendedorismo. Esse é o resultado de uma união de forças para alavancar a retomada econômica, gerando emprego e renda. Precisamos estimular em nós, baianos, o espírito empreendedor, de quem faz acontecer”, declarou Soane Galvão, que parabenizou a M21, na pessoa do empresário Marco Lessa, pela organização do evento.

Na oportunidade, Soane Galvão acompanhou o Senador Wagner, após uma audiência no centro administrativo de apresentação da revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do Município proposto pela Bamin, onde também se fez presente o deputado federal e amigo de Ilhéus, Paulo Magalhães.

Prefeito Mário Alexandre participa de abertura do 12º Festival Internacional do Chocolate


A 12ª edição do Festival Internacional do Chocolate e Cacau vai movimentar o final de semana em Ilhéus. Durante abertura do evento na noite de quinta-feira (16), o prefeito Mário Alexandre prestigiou os stands acompanhado da comitiva presidida pelo vice-governador João Leão e pelo senador Jaques Wagner, com a presença de secretários, empresários e lideranças políticas.

O gestor municipal destacou que o Festival marca o calendário turístico da cidade e se destaca como importante segmento da economia da Bahia, promovendo também os setores da gastronomia e do turismo.

“A parceria entre o poder público e a iniciativa privada é de extrema importância para garantir geração de emprego, renda e melhores condições de vida para o nosso povo. O Festival do Chocolate é uma construção do planejamento com apoio da Prefeitura de Ilhéus, do Governo da Bahia e diversas entidades e se transformou em referência para o Brasil e para o mundo. Ainda estamos enfrentando uma pandemia, mas com todos os cuidados necessários a economia começa a girar”.

A comitiva percorreu os stands montados no estacionamento do Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, que reúnem expositores e marcas de chocolate de origem do sul da Bahia. O espaço também conta com diversas manifestações culturais, artesanato, literatura e gastronomia regional, além de apresentação de artistas locais.

“Um evento de empreendedorismo, inovação, de valorização das riquezas gastronômicas e agrícolas do sul da Bahia. O Festival do Chocolate é uma união de forças que vem para alavancar ainda mais os nossos ânimos nesse momento de retomada econômica, gerando emprego e renda, com todos os cuidados preventivos contra a Covid-19”, destacou Soane Galvão, secretária municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação.

O festival segue até domingo (19) e o público terá à disposição uma vasta programação que inclui atrações musicais, gastronômicas, stands de comercialização de produtos, fóruns e palestras.

O senador Jaques Wagner, por sua vez, salientou que “O cacau sustentou a Bahia e o Brasil e agora a gente está abrindo novos caminhos para que Ilhéus garanta 50, 100 anos ou mais de desenvolvimento, tanto na verticalização da produção do cacau quanto com a ferrovia e o porto, dos quais não tenho dúvida de que irão abrir possibilidades de emprego, trabalho e crescimento socioeconômico”.

O empresário e idealizador do evento, Marco Lessa, registrou que o festival firma o sul da Bahia como uma das principais regiões produtoras de chocolate de origem do Brasil, agregando turismo e cultura regional com traços da economia criativa.

“É uma realização, porque a gente sabe que esse projeto impacta na vida de muitas pessoas. Eu quero agradecer ao prefeito Mário Alexandre, à secretária Soane Galvão, porque sem essa união não seria viável mantê-lo com essa força. O que fazemos aqui é devolver a Ilhéus a sua vocação natural”.

Sobre o evento – O Chocolat Festival já é considerado o maior evento de chocolate de origem do Brasil e reúne toda a cadeia produtiva do cacau ao chocolate, derivados, aspectos e manifestações culturais e artísticas em torno desse rico produto agrícola.

Após diálogo com investidores, Ilhéus será responsável pela exportação de cacau para os Emirados Árabes


O cacau produzido em Ilhéus será exportado para os Emirados Árabes. A notícia foi anunciada nesta quinta-feira (28) durante visita do governador Rui Costa à sede da Dubai Multi Commodities Center (DMCC), empresa especializada na importação e exportação de produtos agrícolas dos Emirados Árabes. Para o prefeito Mário Alexandre, a parceria é resultado do diálogo com os investidores, que após visita à cidade em setembro último (veja aqui) demonstraram interesse em implantar um Centro de Distribuição do Cacau em Dubai.

“A parceria firmada é fruto do nosso projeto de desenvolvimento para a expansão da economia de Ilhéus e do sul da Bahia. Agradeço ao governador Rui Costa, grande apoiador da nossa região, que tem contribuído de forma determinante para elevar a autoestima do nosso povo, com geração de emprego, renda e novas oportunidades de negócios”, destacou Mário Alexandre.

Rui reforçou a importância de Ilhéus no ciclo virtuoso que se inicia. “Nós produzimos o melhor cacau do Brasil e eles estão muito interessados em começar o processamento do cacau baiano”. O dirigente estadual disse ainda que outros produtos serão exportados, como algodão, castanha de caju e o café gourmet.

O CEO da DMCC, Ahmed Bin Sulayem, informou que a primeira amêndoa de cacau processada será baiana. “Estive em Ilhéus e conheci o sistema cabruca de plantação, que é incrível. Contamos com a Bahia para essa parceria comercial com o cacau”. A comercialização do cacau será realizada por intermédio da Câmara de Comércio Árabe/Brasileira.

Bahia vai exportar cacau para os Emirados Árabes


No último dia de agendas no exterior, o governador Rui Costa visitou nesta quinta-feira (28), acompanhado de produtores do agronegócio baiano, a Dubai Multi Commodities Center (DMCC), especializada na importação e exportação de produtos agrícolas dos Emirados Árabes. Rui conheceu a unidade de processamento de café que compra, avalia, empacota e exporta café de várias partes do mundo. A empresa vai iniciar um processo semelhante com o cacau baiano, produzido em Ilhéus.

“Nós produzimos o melhor cacau do Brasil e eles estão muito interessados em começar o processamento do cacau baiano. Vamos aproveitar e mandar para eles outros produtos, como algodão, castanha de caju e o café gourmet, que também têm muito potencial e são de extrema qualidade”, afirmou Rui.

O presidente da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa), Luis Carlos Bergamashi, que integra a comitiva, aproveitou a oportunidade para apresentar o algodão produzido no oeste da Bahia.

O CEO da DMCC, Ahmed Bin Sulayem, disse que a primeira amêndoa de cacau que será processada por eles será baiana. “Estive em Ilhéus e conheci o sistema cabruca de plantação, que é incrível. Contamos com a Bahia para essa parceria comercial com o cacau”, explicou Sulayem.

Ainda nesta quinta-feira (28), o governador terá uma reunião com a Sinoma, fabricante chinesa de pás eólicas usadas na produção de energia limpa. Será a última agenda desta missão internacional que começou no dia (18) e já passou pela Alemanha, Cazaquistão, República Tcheca e está sendo encerrada nos Emirados Árabes.

Salon du Chocolat: Governo do Estado destaca qualidade do chocolate baiano em Paris


A segunda fase da missão internacional liderada pelo vice-governador João Leão, secretário do Planejamento (Seplan), começou nesta quinta-feira (28), no Salon du Chocolat, em Paris, onde a Bahia tem o estande ‘Cacau e Chocolate do Brasil’. A feira é a mais importante do mundo dedicada ao chocolate e ao cacau. Na segunda agenda do dia, a comitiva se reunirá com a Organização Internacional dos Vinhos da França para discutir sobre produção vinícola e turismo na Embaixada do Brasil na França.

“Estamos no Salão do Chocolate em Paris mostrando que a Bahia produz chocolate e cacau de qualidade. Grandes negócios vão surgir daqui. Nosso objetivo, marcando presença em Paris, a meca do chocolate, é valorizar o interior do estado. Precisamos acabar com as diferenças que nós temos na Bahia, equilibrar a arrecadação entre os municípios e nada melhor do que participar desse evento e trazer os produtos baianos para o mundo”, declara Leão.

“O Salão do Chocolate é uma referência mundial no que tange a tudo que envolve essa cadeia produtiva, influenciando em negócios por todo planeta, com ênfase na Europa. A presença da Bahia certamente irá resultar em um crescimento maior ainda do interesse pelo cacau e pelo chocolate de nosso estado, gerando emprego e renda para nosso povo, além da constatação da qualidade de nossos produtos”, destaca o secretário da Agricultura da Bahia, João Carlos Oliveira.

Para o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, a Bahia é o principal produtor de chocolate do Brasil e sua produção está se expandindo bastante, especialmente na região Sul. “A nossa presença no Salão do Chocolate de Paris, em uma comitiva liderada pelo vice-governador João Leão, é muito importante para atrair investimentos e dinamizar essa atividade econômica no estado”, pontua.

Já o deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar do Setor Produtivo, Eduardo Salles, diz que o Salão do Chocolate é o “Oscar” do segmento: “Quando estive secretário estadual da Agricultura, consegui, à época, junto com minha equipe, levar o evento para a Bahia por acreditar no potencial dos nossos produtores”.

Turismo e planejamento

“A Bahia já conquistou seu espaço nesse evento internacional emblemático, com reflexos no turismo. A visita às fábricas de chocolate da Costa do Cacau é um roteiro gastronômico em ascensão, associado à história das antigas fazendas da região. O destino vai ganhar mais um atrativo: o Governo do Estado está reativando a Estrada do Chocolate, na ligação Ilhéus-Uruçuca. O turismo avança na terra de Jorge Amado, onde o chocolate gourmet ganha cada vez mais qualidade, inclusive com premiação aqui na França, entre os três melhores do mundo”, ressalta o secretário do Turismo, Maurício Bacelar.

De acordo com o diretor de Planejamento Territorial da Seplan, Herbert Oliveira, a cultura do cacau está presente em três Territórios de Identidades do Sul baiano: Costa do Descobrimento, Extremo Sul e Litoral Sul. “Estamos prestigiando o estande do Estado e o cacau da Bahia, importante cultura que tem desenvolvido esses três territórios e gerado muito emprego e renda para a população”, afirma.

Aberto processo seletivo para 24 vagas em assentamento no Litoral Sul


Têm início as inscrições para seleção de famílias candidatas a beneficiárias do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) para o assentamento Santa Isabel, localizado no município de Uruçuca, no Litoral Sul da Bahia.

Estão sendo disponibilizadas 24 vagas nessa área, conforme o Edital nº 567/2021 publicado no portal do Incra. Os interessados devem comparecer com a documentação devida até 4 de novembro, na sede da Prefeitura de Uruçuca, na Rua Vital Soares, nº 100, Centro, das 8 h às 16 h.

Este é o primeiro processo de seleção de famílias para assentamentos, dentro da nova sistemática promovida pelo Incra, a ser realizado no estado. Os beneficiários escolhidos poderão ser atendidos com as políticas públicas da autarquia, como o acesso à terra e às modalidades do Crédito Instalação, entre outras.

Para participar do certame, o representante da unidade familiar candidata deve possuir inscrição ativa no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal, nos termos do Decreto nº 6.135/2007.

O candidato deve apresentar ainda documento de identidade civil (RG, carteira de habilitação ou de trabalho), CPF, extrato do cadastro na Previdência Social (pode ser obtido por meio do aplicativo Meu INSS), extrato do CadÚnico e documentação comprobatória do estado civil.

Área

Criado em 2016, o assentamento Santa Isabel possui 282 hectares e está situado a 4 quilômetros de Uruçuca. A vegetação remanescente de Mata Atlântica possui plantações de cacau. As benfeitorias do local englobam barcaças (utilizadas na secagem da amêndoa do cacau), secador, casa de cocho, depósito, casa sede e outras seis moradias.

Acesse o Edital nº 567/2021 de seleção de famílias para o assentamento Santa Isabel.

Governo Federal lança edital para elaboração de projetos para construção do Canal do Sertão Baiano


Imagem ilustrativa. A obra vai beneficiar 1,2 milhão de pessoas em 44 cidades do interior da Bahia.

O Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), lançou nesta terça-feira (19), em Juazeiro (BA), a licitação para elaboração de estudos ambientais e projeto básico para a construção do Canal do Sertão Baiano. A obra vai beneficiar 1,2 milhão de pessoas em 44 cidades do interior da Bahia.

A ação integra a programação da Jornada das Águas – evento que partiu da nascente histórica do Rio São Francisco, no norte de Minas Gerais, e vai percorrer os nove estados do Nordeste com anúncios e entregas de obras de infraestrutura, preservação e recuperação de nascentes e cursos d’água, saneamento, irrigação, apoio ao setor produtivo e aos municípios, além de mudanças normativas que vão revolucionar a maneira como o brasileiro se relaciona com a água.

“Este Canal vai cortar a região, vai trazer a redenção daquela região e permitir que os habitantes possam, finalmente, bater no peito, olhar para os seus filhos e dizer: ‘nós também somos brasileiros’. Isso não tem preço”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. “Com isso, teremos mais geração de renda e de empregos em uma região que necessita de apoio para crescer. O governo do presidente Jair Bolsonaro não tem medido esforços para garantir a segurança hídrica, especialmente para o povo do Nordeste”, completou.

O investimento do Governo Federal no projeto básico do Canal do Sertão Baiano será de R$ 19 milhões, dos quais R$ 4 milhões serão repassados ainda neste ano. A infraestrutura hídrica como um todo está orçada em R$ 4,62 bilhões e servirá para garantir o abastecimento de água para consumo humano, industrial e de animais, além de permitir o desenvolvimento de cadeias produtivas como a da mineração e a agrícola, por meio do uso de técnicas de irrigação.

Com a construção do Canal do Sertão Baiano, as águas do Rio São Francisco também vão auxiliar na perenização de bacias hidrográficas dos Rios Itapecuru e Jacuípe, localizadas em regiões da Bahia com elevada escassez hídrica. No percurso, também serão atendidas as bacias dos Rios Tatauí, Salitre, Tourão/Poção e Vaza-Barris.

O Canal, que vai distribuir água do Velho Chico a partir do reservatório de Sobradinho, terá extensão de 300 quilômetros e será construído pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), instituição vinculada ao MDR. É a água servindo como instrumento para melhorar a qualidade de vida de milhares de pessoas, além de permitir a geração de 45 mil empregos diretos e indiretos e renda nas áreas atendidas pela obra.

A construção do empreendimento vai beneficiar uma série de atividades produtivas em seu entorno, especialmente relacionados a atividades rurais. A previsão é que 70 mil agricultores – 90% deles familiares – poderão melhorar sua produtividade com a maior oferta hídrica. Outros 10 mil trabalhadores rurais instalados em perímetros públicos de irrigação também serão beneficiados. Além disso, as águas do ‘Velho Chico’ vão permitir que 4,7 mil piscicultores possam manter sua ocupação.

Confira todos os municípios que serão beneficiados pelo Canal do Sertão Baiano: Andorinha, Antônio Gonçalves, Caém, Caldeirão Grande, Campo Formoso, Candeal, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Filadélfia, Gavião, Ichu, Itiúba, Jacobina, Jaguarari, Juazeiro, Mairi, Miguel Calmon, Mirangaba, Morro do Chapéu, Mundo Novo, Nova Fátima, Ourolândia, Pé de Serra, Pindobaçu, Pintadas, Piritiba, Ponto Novo, Queimadas, Quixabeira, Riachão do Jacuípe, Santaluz, São Domingos, São José do Jacuípe, Saúde, Senhor do Bonfim, Serrolândia, Sobradinho, Tapiramutá, Umburanas, Valente, Várzea da Roça Várzea do Poço, Várzea Nova e Uauá.

Projeto Salitre

O Canal do Sertão Baiano será interligado ao Projeto Salitre, perímetro irrigado de cerca de 5,1 mil hectares implementado pela Codevasf em 1998, em Juazeiro (BA), e que teve a produção agrícola iniciada em 2010. Com a medida, o perímetro poderá ser expandido.

Até agora, o Projeto Salitre recebeu R$ 915,7 milhões em investimentos federais. O montante serviu para a aquisição da área, além da construção de 41,5 quilômetros de canais, 159,5 quilômetros de drenos, 116,3 quilômetros de estradas, 6,38 quilômetros de adutoras, seis estações de bombeamento e oito reservatórios.

O empreendimento é o mais novo de todos os perímetros irrigados da Codevasf e foi dividido em cinco etapas, sendo que a primeira delas já está totalmente operacional. Ela conta com 255 lotes agrícolas de agricultura familiar – com um total de 1,6 mil hectares – e outros 67 lotes empresariais – com área irrigável de 2,7 mil hectares.

As principais culturas produzidas são melão, banana, cana-de-açúcar, manga, cebola, goiaba e uva. A previsão é que o perímetro possa gerar cerca de 2,8 mil empregos diretos e outros 4,2 mil indiretos, com produção de até 228,5 mil toneladas. No ano passado, os agricultores locais conseguiram um Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 74,4 milhões.

Baixio do Irecê

Outra ação importante divulgada nesta terça-feira foi o anúncio do edital de concessão das etapas 3 a 9 do Perímetro Irrigado do Baixio do Irecê. A área fica localizada na Bahia e, quando estiver totalmente operacional, será o maior projeto de irrigação da América Latina.

Com a publicação do edital, o leilão deve ocorrer em fevereiro de 2022. A previsão de investimentos é de R$ 1,1 bilhão, ao longo dos 35 anos do contrato, e o critério utilizado para o leilão será de maior outorga, ou seja, a concessionária que der o maior lance será a vencedora.

O montante mínimo estipulado de outorga é de R$ 82,7 milhões. A concessão beneficiará cerca de 250 mil pessoas, com o pleno aproveitamento da área e com a produção de cultivos diversos, como grãos, frutas e hortícolas. O potencial de geração de emprego com a concessão é de 180 mil empregos diretos e indiretos.

Sustentabilidade

Uma das preocupações do Governo Federal é garantir não só o fornecimento de água, mas também a perenização do fornecimento desse recurso tão precioso para as futuras gerações. Com base nessa premissa, o MDR criou o Programa Águas Brasileiras. Foram selecionados, por meio de edital, 26 projetos de revitalização de bacias hidrográficas, que contemplam mais de 250 municípios de 10 estados e visam o uso sustentável dos recursos naturais e a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para usos múltiplos.

Uma dessas ações escolhidas pelo MDR é a “Agroflorestando Bacias para Conservar Águas”, que receberá aporte de R$ 1,6 milhão da MRV Engenharia, empresa parceira do Águas Brasileiras. A iniciativa será implementada pela Associação Humana Povo para o Povo e vai beneficiar diretamente 60 famílias que vivem nas comunidades quilombolas Fazenda Grande e Boa Vista de Pixaim, em Muquém do São Francisco. Serão recuperados 16 hectares de áreas degradadas.

No âmbito do Programa Águas Brasileiras, foram escolhidos 16 projetos para a Bacia do Rio São Francisco. Outros dois são destinados a ações no Rio Parnaíba, mais dois para a bacia do Rio Taquari e seis para a do Rio Tocantins-Araguaia. A lista completa dos projetos selecionados está disponível neste link.

Jornada das Águas

Durante os dez dias, serão realizados anúncios, entregas e liberações de recursos em dez estados brasileiros. Será promovida uma série de iniciativas que tem como essência quatro eixos: de infraestrutura, com entregas, inaugurações e anúncios de obras que levarão água aos moradores das regiões mais secas do país; de sustentabilidade, com ações de saneamento básico e de preservação, conservação e recuperação de bacias hidrográficas; de desenvolvimento econômico e social, com o apoio a organização de arranjos produtivos locais, promovendo geração de emprego e renda; e de melhoria da governança, com a modernização de toda a regulação do setor.

A primeira parada da Jornada das Águas ocorreu na segunda-feira (18), em Minas Gerais. Após a Bahia, a comitiva do MDR passará por Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte Piauí, Maranhão, Alagoas e Sergipe.

“Não existe desenvolvimento econômico sem água. A água é o principal insumo estratégico do Brasil. Ela está nos alimentos que exportamos, na energia, na indústria, na saúde… Sem ela não há vida. É por isso que o governo do presidente Jair Bolsonaro vem atuando para garantir que a água chegue às pessoas, mas também para que ela seja preservada e continue disponível para as próximas gerações”, explica o ministro Rogério Marinho.