Facções, tiroteios e domínio territorial: a Bahia à beira do colapso


Por Jamesson Araújo

Baianos na mira de fuzis.

A escalada da violência impulsionada por facções criminosas e disputas territoriais tem transformado a realidade de milhões de brasileiros, especialmente na Bahia, onde a população presencia, atônita, a deterioração da segurança pública. A situação não se limita ao estado baiano—estende-se por várias unidades federativas—, mas os casos do Rio de Janeiro, Ceará e Bahia têm sido comparados a um cenário de guerra civil.

A Polícia Militar da Bahia tem reagido com combatividade, mas enfrenta desafios estruturais e falta de suporte institucional. Enquanto isso, parte da mídia e de setores da sociedade criminaliza a ação policial, ignorando que, sem sua atuação, o estado já estaria completamente dominado pelo crime organizado. Das dez cidades mais violentas do Brasil, seis estão na Bahia. Dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) revelam que, apenas nos dois primeiros meses de 2023, cerca de mil armas de fogo foram apreendidas, incluindo oito fuzis—evidência clara de que o estado vive um conflito armado.

Para as facções criminosas, o controle territorial é essencial para a expansão de seus negócios ilícitos. Sem ele, não há tráfico de drogas, extorsão, roubo de cargas ou monopólio de serviços básicos, como gás e transporte. Na Bahia, a atuação de grupos criminosos intensifica os índices de homicídios e confrontos. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a Bahia registrou uma taxa de 47,5 homicídios por 100 mil habitantes em 2022, acima da média nacional, que foi de 22,7.

A Bahia, inclusive, tem a polícia que mais mata em confrontos no Brasil. Esse dado, longe de ser um orgulho, reflete a brutalidade da guerra contra o crime. Se as forças de segurança não agissem com firmeza, as facções já teriam tomado o controle de municípios do interior e de bairros inteiros das grandes cidades, como ocorreu em partes de Salvador.

Especialistas em segurança pública, como Rodrigo Pimentel, ex-capitão do BOPE e consultor, alertam que o problema vai além da violência urbana: as facções estão infiltrando-se na política e em setores econômicos, controlando até mesmo o fornecimento de gás e transportes em comunidades carentes. Esse cenário lembra o que aconteceu em El Salvador antes da ascensão de Nayib Bukele, onde as gangues MS-13 e Barrio 18 dominavam territórios e influenciavam eleições.

Bukele, com apoio popular e do Legislativo, adotou medidas extremas: estado de exceção, prisões em massa e construção de megapresídios. O resultado? Uma queda drástica nos homicídios, de 103 por 100 mil habitantes em 2015 para 7,8 em 2022. A estratégia salvadorenha, embora polêmica, mostrou que apenas políticas de tolerância zero e forte presença estatal podem quebrar o poder das organizações criminosas.

Enquanto o Brasil debate políticas de redução de danos e direitos humanos para criminosos, a população sofre. A pergunta que fica é: até quando a sociedade baiana e brasileira suportarão viver sob o domínio de facções? Se a violência continuar nesse ritmo, a pressão por um “Bukele brasileiro” pode crescer—alguém disposto a tomar medidas duras, mesmo que controversas, para restaurar a ordem.

A diferença é que, em El Salvador, houve vontade política. No Brasil, o crime avança também na política enquanto o Estado hesita. Se nada for feito, a Bahia—assim como outras regiões—pode mergulhar em um caos ainda maior. A pergunta não é se um líder como Bukele surgirá no Brasil, mas quando.

Confira debate sobre segurança pública no Podcast Inteligência LTDA:

Crime bárbaro contra cão em Ilhéus: quem vai pagar por essa crueldade?


Romeu foi levado para uma clínica veterinária, mas precisa de doações para continuar o tratamento. Foto Ong Planeta dos bichos.

Romeu, também conhecido como Jurandir, era um cachorro comunitário que vivia próximo a uma fábrica no bairro Iguape, em Ilhéus. Manso e querido por todos, ele recebia cuidados e carinho de funcionários e moradores. Mas sua vida mudou de forma brutal e dolorosa.

Em um ato de extrema violência, Romeu teve parte do rabo e do ânus cortados com um facão. As feridas graves evoluíram para um estado de putrefação, deixando-o em sofrimento constante e risco de morte. A dor que ele sente é inimaginável, e sua sobrevivência agora depende de ajuda urgente.

Resgatado pela ONG Planeta dos Bichos, Romeu está internado em estado delicado, precisando de tratamentos intensivos, medicamentos e cirurgias. Cada dia é uma batalha pela vida, e sua recuperação exige recursos que vão além do que a ONG pode arcar sozinha.

Crueldade é Crime

O que aconteceu com Romeu não é apenas um ato de violência, mas um crime previsto na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). Desde 2020, a Lei Sansão (14.064/2020) aumentou as penas para maus-tratos contra cães e gatos, prevendo de 2 a 5 anos de prisão, além de multa e perda da guarda de animais.

A agressão a Romeu não pode ficar impune. Denunciar casos como esse é um dever de todos que acreditam em justiça e compaixão.

Como Ajudar
Romeu precisa de você. Qualquer valor, por menor que seja, pode salvar sua vida. As doações podem ser feitas via PIX para a ONG Planeta dos Bichos:

Chave PIX: 35.774.889/0001-49

Nenhum gesto de solidariedade é pequeno. Juntos, podemos mostrar que o amor supera a crueldade e que Romeu terá a chance de recomeçar.

Ele sobreviveu ao pior. Agora, precisa de nós para ter o melhor: a vida.

Audiência Pública do Dia do Trabalhador contará com presença do Ministério do Trabalho e lideranças sindicais


Está confirmada a participação de importantes lideranças sindicais e de representação nacional na Audiência Pública em celebração ao Dia do Trabalhador, que acontecerá na próxima quarta-feira (30), às 8h30, no plenário da Casa Legislativa. O evento é aberto à comunidade, com especial convite a sindicatos, associações e entidades representativas dos trabalhadores.

Entre os nomes confirmados estão Magno Lavigne, Secretário de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho e Emprego, cuja participação reforça o peso institucional e o compromisso federal com as pautas trabalhistas. A presença do Ministério contribui para ampliar o debate sobre políticas públicas e valorização do trabalho, fortalecendo o papel da audiência como espaço de escuta e articulação.

Também participarão da audiência Rosa de Souza, presidenta na Bahia da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e Emerson Gomes, presidente da Força Sindical na Bahia.

Proposta pela vereadora e professora Enilda Mendonça (PT), com subscrição do vereador Maurício Galvão (PSB), a audiência pública tem como objetivo promover um momento de diálogo sobre as conquistas e desafios da classe trabalhadora. A iniciativa integra as atividades em alusão ao 1º de Maio, destacando a importância da mobilização social e institucional em defesa dos direitos trabalhistas.

Prefeitura de Ilhéus divulga tabela temporária de horários do transporte público nos distritos


A Prefeitura de Ilhéus informa a nova grade de horários do transporte público para a zona rural do município. A tabela temporária foi elaborada para suprir as linhas que eram operadas anteriormente pela empresa São Miguel. As linhas de responsabilidade da empresa Via Metro seguem funcionando normalmente, sem alterações.

O serviço está sendo realizado de forma gratuita até o dia 30 de abril de 2025, por meio de uma parceria com a empresa DZSET, atual responsável pelo transporte escolar do município. A medida não gera custos para os cofres públicos e permanecerá em vigor enquanto a gestão realiza uma licitação emergencial para contratação de uma nova empresa de transporte coletivo.

A Prefeitura reforça que, mesmo diante dos desafios dessa transição, o compromisso com a população da zona rural segue firme, garantindo o acesso ao transporte durante esse período de ajustes.

Confira:

 

ACM Neto destaca mudanças positivas em Ilhéus com gestão de Valderico Junior



Em entrevista à rádio Gabriela FM nesta sexta-feira (25), o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, elogiou os avanços promovidos pela nova gestão municipal em Ilhéus. Durante sua visita à cidade, Neto afirmou ter percebido mudanças positivas no clima entre a população.

“Ao chegar na cidade ontem e percorrer algumas ruas, já percebi a mudança nos rostos das pessoas. Ilhéus hoje tem comando, tem um prefeito que trabalha pela cidade”, declarou.

Apesar de reconhecer os desafios herdados de gestões anteriores, o dirigente político destacou que os primeiros meses do governo Valderico Junior já mostram resultados concretos.

“Não estou dizendo que está tudo resolvido. Não! Foram anos de abandono e o trabalho está apenas começando. Ainda assim, é visível a mudança e o quanto já foi feito nesses primeiros meses”, completou.

ACM Neto cumpre agenda oficial em Ilhéus ao lado do prefeito Valderico Junior, de secretários municipais e vereadores.

APPI realiza assembleia em Uruçuca para discutir andamento de precatórios do Fundef



A APPI/APLB promoveu nesta quinta-feira (25) uma assembleia no Núcleo de Uruçuca para informar os profissionais da educação sobre os desdobramentos da ação relacionada aos precatórios do Fundef. O encontro contou com a participação virtual do advogado Vanderlei Veras, que esclareceu os principais pontos do processo.

De acordo com Veras, o valor reivindicado como débito pela Prefeitura foi contestado, mas já foi solicitada a execução. Quanto à União, outra parte envolvida no processo, o advogado explicou que o prazo para análise do caso se encerrou em 2 de abril sem um posicionamento, o que, na prática, impede a inclusão do valor no orçamento federal de 2026.

Agora, o próximo passo é cobrar o juiz responsável para que emita um parecer favorável à inclusão do montante no orçamento de 2027, permitindo assim a liberação dos recursos.

A APPI/APLB orienta os filiados a buscarem a diretoria do sindicato em caso de dúvidas sobre o andamento do processo. A entidade reforça o compromisso de manter a categoria informada sobre as atualizações referentes ao tema.

Mais de 260 mil pessoas correm o risco de ter o título cancelado na Bahia


Foto divulgação.

 

Na Bahia, mais de 260 mil pessoas estão com risco de ter a inscrição eleitoral cancelada por não votarem, não explicarem a ausência às urnas e não quitarem as multas referentes às três últimas eleições consecutivas. O número está disponível no portal de estatísticas do TSE. Os candidatos que estão nessas condições deverão procurar a Justiça Eleitoral até dia 19 de maio de 2025 e, assim, evitar o cancelamento do título.

Região                       Quantidade

Salvador.                        62.128

Feira de Santana.            9.601

Vitória da Conquista      7.503

Camaçari.                        5.924

Como consultar a situação eleitoral

Eleitoras e eleitores podem consultar se estão com pendências na Justiça Eleitoral pelos seguintes canais: site do TRE-BA ( www.tre-ba.jus.br ), aplicativo e-Título (disponível gratuitamente para Android e iOS) ou pelo telefone (71) 3373-7000. A consulta também pode ser feita presencialmente em um cartório eleitoral ou nos postos da Justiça Eleitoral.

Como regularizar a situação

Após consultar a situação eleitoral e identificar alguma pendência, como subsídios eleitorais decorrentes de multas por ausência às urnas ou aos trabalhos eleitorais, a eleitora ou o eleitor deve primeiro quitar as multas pelo Autoatendimento Eleitoral . Somente após o pagamento, será possível concluir a regularização e evitar o cancelamento definitivo do título.

Outra opção é buscar atendimento presencial no TRE-BA . Em Salvador e no interior do estado, o serviço está disponível nos Cartórios Eleitorais, nos postos descentralizados da Justiça Eleitoral e nos postos do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). Na capital, também é possível ser atendido na Central de Atendimento ao Público – sede do TRE-BA – localizada no CAB. Confira aqui a lista completa de locais de atendimento na capital e no interior .

Consequências do cancelamento

Os investidores que desejam o título cancelado não poderão: inscrever-se em concurso público, tomar posse em carga ou função pública, obter financiamento ou comprovação de emprego público, participar de licitação ou concorrência pública, obter empréstimos em instituições financeiras públicas ou que tenham participação do governo, emitir passaporte ou carteira de identidade (exceto para quem está no exterior e preciso retornar ao Brasil), renovar matrícula em instituições de ensino oficiais ou fiscalizadas pelo governo, além de realizar atos que exijam quitação com o serviço militar ou com a Receita Federal ( art. 7º, §1º, do Código Eleitoral).

Ex-presidente Fernando Collor é preso pela Polícia Federal em operação determinada pelo STF


A Polícia Federal prendeu, às 4h desta sexta-feira (25), o ex-presidente Fernando Collor de Mello, de 75 anos. A ordem de prisão, em regime inicial fechado, foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Collor foi condenado pelo STF em maio de 2023 pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com pena fixada em oito anos e dez meses de prisão. De acordo com a decisão judicial, o ex-presidente teria influenciado diretorias da BR Distribuidora entre 2010 e 2014 para garantir contratos com a construtora UTC, recebendo R$ 20 milhões em troca.

A defesa do ex-mandatário havia apresentado embargos contra a condenação, mas, nesta quinta-feira (24), Moraes negou o recurso. O ministro afirmou que os argumentos da defesa já haviam sido analisados anteriormente pelo tribunal, caracterizando uma tentativa de protelar o cumprimento da pena.

A prisão ocorre 33 anos após Collor ser afastado da Presidência da República por impeachment, em um processo que se tornou símbolo da luta contra a corrupção no país. Ele foi definitivamente removido do cargo pelo Senado em 30 de dezembro de 1992.

Collor assumiu a Presidência em março de 1990 e deixou o governo dois anos e nove meses depois, sendo substituído pelo vice Itamar Franco, que completou o mandato até o fim de 1994.

 

Fernando Collor terá que cumprir pena: Ministro Alexandre de Moraes rejeita recursos e decreta prisão

Fernando Collor terá que cumprir pena: Ministro Alexandre de Moraes rejeita recursos e decreta prisão


Ex- presidente Fernando Collor. Jefferson Rudy/Agência Senado).

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes rejeitou nesta quinta-feira (24) os recursos do ex-presidente Fernando Collor de Mello — sim, aquele do impeachment e do Porsche vermelho — contra sua condenação a 8 anos e 10 meses de prisão em um caso derivado da Lava Jato.

Segundo Moraes, ficou provado que Collor, com a ajuda dos empresários Luis Pereira Duarte de Amorim e Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, recebeu 20 milhões de reais em propinas para viabilizar irregularmente contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia para a construção de bases de distribuição de combustíveis.

A vantagem foi dada em troca de apoio político para indicação e manutenção de diretores da estatal.

Na decisão, Moraes não só manteve a sentença como ainda determinou o início imediato da prisão, afirmando que os recursos apresentados pela defesa tinham caráter “meramente protelatório” — ou, em bom português, eram só para enroscar.

A pedido de Moraes, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, marcou uma sessão no plenário virtual para que os demais ministros avaliem a decisão. A votação começa às 11h desta sexta (25) e vai até 23h59.

Enquanto isso, a ordem de prisão segue valendo. Collor, que já sobreviveu a um impeachment e a várias polêmicas, agora enfrenta a possibilidade real de trocar o conforto de Brasília por uma cela — a menos, é claro, que seus advogados encontrem mais um recurso milagroso nos próximos minutos.

 

Assembleia Legislativa recebe projetos de reajuste para segurança pública e saúde


Matérias serão analisados pelos parlamentares nas comissões técnicas e no plenário da Casa. Foto Agência ALB.

A Assembleia Legislativa da Bahia recebeu nesta quarta-feira (24) seis projetos de lei enviados pelo Poder Executivo, sendo quatro deles voltados para a revisão da estrutura remuneratória de servidores das áreas de segurança pública, agentes penitenciários e saúde.

Reajustes para PM e Bombeiros

O PL 25.761/25 prevê reajustes nos vencimentos básicos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia, com retroatividade a março deste ano. A proposta estabelece um reajuste escalonado, com nova atualização prevista para maio de 2026. Além disso, a Gratificação por Atividade Policial Militar (GAP) terá aumentos em maio de 2024 e junho de 2025.

Com os ajustes, o soldado terá vencimento total (salário base + GAP I) superior a R$ 3 mil, enquanto um coronel no fim da carreira alcançará R$ 16 mil. A tabela salarial da PM é dividida em dez níveis, conforme graduação e posto, com a gratificação variando entre GAP I e GAP V.

Ajustes na Polícia Civil e carreiras técnicas

Já o PL 25.762/25 redefine a remuneração das carreiras da Polícia Civil, incluindo delegados, escrivães, investigadores e peritos (criminal, médico-legista e odonto-legal). O texto também altera os critérios de promoção, que passará a exigir avaliação de desempenho anual e três anos de exercício ininterrupto no cargo. Os reajustes seguirão o modelo escalonado, com a primeira parcela retroativa a março, seguida de atualizações em agosto de 2024, março e junho de 2026.

Agentes penitenciários e servidores da saúde

O Grupo Ocupacional Serviços Penitenciários, vinculado à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), terá reajustes retroativos a março, com nova revisão em março de 2026. Os vencimentos variarão entre R$ 2.280,55 e R$ 2.562,43, podendo chegar a R$ 2.735,23 com gratificações. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que a medida cumpre acordo com o Sindicato dos Policiais Penais e Servidores Penitenciários (Sinspe).

Por fim, o PL 25.764/25 atualiza as leis que regulamentam as carreiras do Grupo Ocupacional Serviços Públicos de Saúde, revisando vencimentos básicos, subsídios e gratificações por desempenho. Os projetos seguem para análise dos deputados estaduais.