Viametro promoveu palestras sobre inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho


Funcionários da Viametro e palestrantes do INSS entre pessoas com deficiência e os representantes de suas instituições. Foto divulgação.

A Viametro Transportes Urbanos, que atua no sistema de transporte coletivo em Ilhéus, promoveu palestra sobre a reinserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, proferida pela coordenadora do Programa de Educação Previdenciária (PEP), Noélia Damasceno, e pela assistente social do Programa de Reabilitação Profissional do INSS, Iris Aragão. O evento foi dirigido ao público alvo aconteceu na sala de reunião do Sebrae, no Ed. Premier, no bairro Boa Vista, no dia 23.

A iniciativa faz parte do projeto Empresa Amiga da Inclusão, implantado na Viametro, e contou com o apoio do apoio do Núcleo de Atendimento Especializado (NAE), coordenado por Altamira Azevedo, e da assistente social Edmeire Cruz, da Secretaria de Saúde.

A psicóloga Camila Avelar, do setor Recursos Humanos da Viametro, falou sobre o trabalho de sensibilização que tem sido desenvolvido nos treinamentos dos colaboradores quanto às dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam no dia a dia, inclusive, no transporte coletivo. Na oportunidade, foi comunicado aos participantes as vagas disponíveis na empresa de transporte para as funções de cobrador, motorista e agente de limpeza.

Segundo a coordenadora de Recursos Humanos do Grupo Brasileiro, Jaciara Santos, palestras dessa natureza estão sendo promovidas por todas as empresas do Grupo. Ela informou ainda que estão realizados treinamentos com os colaboradores aplicando técnicas com olhos vedados e pesos nas pernas para que possam vivenciar dificuldades nos deslocamentos e ambientes, buscando aprimorar o atendimento ao cliente com deficiência.

Estiveram presentes também a assistente de RH e Qualidade da Viametro, Vanessa Oliveira; o presidente da Adefi – Associação dos Deficientes Físicos de Ilhéus, José Cruz da Silva; dos representantes da Casa de Apoio aos Deficientes Físicos de Ilhéus – Cadefi, Antonio dos Santos de Jesus Filho, e da Associação Beneficente dos Deficientes Físicos de Ilhéus – Abedefi, pedagoga Rejane Mendonça, que já participou do Projeto Motorista na Acessibilidade do Transporte, desenvolvido pela Viametro.

BPC – De acordo com a coordenadora do Programa de Educação Previdenciária, Noélia Damasceno, “cada cidadão, mesmo ele tendo uma deficiência e recebendo o Benefício de Prestação Continuada (BPC Loas), tem o direito de trabalhar por até dois anos nessas empresas que convocam as pessoas com deficiência, para que tenha essa valorização e se sinta mais útil na sociedade.”

Segundo a Técnica do Seguro Social, no momento em que é assinada a carteira do beneficiário, “ele deve informar ao INSS que está com a carteira assinada e, então, pode ficar até dois anos com o benefício suspenso e não passa pela perícia. Se, nesses dois anos, for demitido da empresa, ele vai voltar a ter o direito ao BPC Loas, sem precisar passar pela perícia. Só após dois anos é que acaba esse direito e assim vai passar novamente por uma perícia”, explicou.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família. Para ter direito, é necessário que a renda por pessoa do grupo familiar seja menor que 1/4 do salário-mínimo.

Na opinião de José Cruz da Silva, presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Ilhéus, o evento foi importantíssimo porque vai beneficiar muitas pessoas com deficiência. “Esta é a primeira reunião, acredito que vão ter outras…eu creio nisso. A gente precisa de mais uns apoios, pra poder ter cursos, pra estar ajudando essas pessoas entrarem no mercado de trabalho. Sabemos que existe a lei, mas é complicado ser cumprida, até porque a falta de acessibilidade, que não é culpa das empresas, já vem de uma demanda de muito tempo atrás, que vem atrapalhando, realmente, a entrada dessas pessoas com deficiência no mercado de trabalho.”.

E com otimismo o presidente José Cruz concluiu “Mas tenho certeza que vai estar mudando essa realidade, vai ter uma realidade em que a gente vai chegar em alguns setores e vai ver pessoas com deficiência trabalhando e desenvolvendo o seu trabalho em sua área. É importante que as empresas incentivem dando cursos a essas pessoas. Na verdade, hoje, 80% das pessoas com deficiência no município de Ilhéus são analfabetas e precisam de uma ajuda, de um apoio para poder alcançar o seu objetivo”.