Ilheense com câncer briga na justiça por transferência para clínica especializada


Documento apresentando pela família de Sérgio que traz determinações da liminar (Foto: Imagem/TV Bahia)

Um homem que trata um câncer está com problemas com um plano de saúde para conseguir internação em uma clínica especializada, em Salvador. Sérgio Teles mora em Ilhéus, com a mulher e está internado em um hospital particular da capital desde o dia 22 de junho.

Sérgio teve um câncer de mama há 15 anos e há sete meses descobriu um novo tumor, que se espalhou pelo organismo dele. Os ossos são os mais afetados. Ele começou o tratamento em Ilhéus, mas veio para Salvador em junho.

Mesmo internado, Sérgio foi orientado pelos médicos da capital baiana a ser transferido para uma clínica de cuidados paliativos, para evitar infecções, que podem acontecer no ambiente hospitalar. O problema é que o plano de saúde só quer oferecer o Home Care, quando o atendimento é feito em casa.

A mulher de Sérgio, Selma Teles, explica que eles não tem como utilizar uma Home Care porque o casal não tem endereço em Salvador. Além disso, segundo ela, o casal paga por um item do plano que oferece cuidados em clínica, também conhecido como hospital de transição.

“Sérgio tem alta hospitalar mas não para ir em uma home care. Porque nosso endereço em Ilhéus e ele não pode ir para Ilhéus no momento. Sérgio tem uma disseminação óssea e corre risco de fraturas. O melhor seria, conforme relatórios dos médicos, transferir ele para um hospital de transição. O juiz concedeu uma liminar e ela não está sendo cumprida. O plano insiste em oferecer uma home care”, explicou.

A clínica que oferece o atendimento necessário para Sérgio ainda está no processo de cadastramento do plano de saúde Cassi. Mas a família conseguiu através de liminar, expedida no dia 3 de agosto, que o plano acelere o processo, e conclua o cadastramento, para receber Sérgio.

Representantes da clínica informaram que a unidade está em processo de cadastro com a Cassi, há cerca de um ano, mas que os trâmites ainda não foram finalizados. Mesmo sem o registro, a liminar obriga o plano a manter o paciente na clínica. O plano de saúde Cassi informou que o caso segue em juízo, e que não vai dar mais informações sobre o caso.

O paciente lamenta a situação e espera conseguir o tratamento adequado. “Na hora que você mais precisa do plano de saúde, que vocês está mais fragilizado na sua vida, eu me sinto sem apoio nenhum do plano que eu pago a mais ou menos 20 anos”, desabafou Sérgio.Para a advogada Cristiana Santos, a liminar deve ser cumprida. “A liminar está concedida. É preciso que o plano reccorra se entender assim necessário, mas ele tem que cumprir. Primeira coisa errada é o plano estar “brincando” com os argumentos. Existe uma liminar que o tratamento deve ser feito na clínica”, explicou.

Conforme o Procon, este ano o órgão recebeu de janeiro a julho 306 reclamações voltadas à planos de saúde na Bahia, estado que possui quase 1,6 milhão de beneficiários, conforme a Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Com informações do G1 Bahia