PF combate desvio de recursos públicos em municípios baianos


Agência Brasil

Integrantes da Polícia Federal dão entrevista em Fortaleza. Foto de Sayonara Moreno/Agência Brasil.
Integrantes da Polícia Federal dão entrevista em Fortaleza. Foto de Sayonara Moreno/Agência Brasil.

A Polícia Federal (PF) cumpriu hoje (2) oito mandados de busca e apreensão nas cidades baianas de Salvador, Feira de Santana e Ruy Barbosa, durante a Operação Orobó. A ação é um desdobramento da Operação Águia de Haia, deflagrada em julho do ano passado, quando um esquema criminoso de desvio de recursos públicos foi desarticulado, mostrando mais de R$ 6,6 milhões desviados dos cofres públicos da cidade de Ruy Barbosa.

Entre os investigados estão o atual prefeito de Ruy Barbosa, José Bonifácio Marques Dourado, e um deputado estadual, cuja identidade não foi revelada. Ambos divulgavam, segundo a PF, o esquema e atraíam mais de 20 prefeituras que ainda são investigadas, conforme contou o delegado da Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal, Fernando Berbert.

“Hoje, nós cumprimos seis mandados de busca e apreensão em Salvador, um em Feira de Santana e um na cidade de Ruy Barbosa. Houve um pedido de prisão, mas não foi expedido porque a Justiça Federal não viu necessidade. Grande parte dos valores pagos era devolvida aos servidores públicos dos respectivos municípios. Com isso, a operação pôde ser desdobrada em outras cidades, que continuam sendo investigadas. Os prefeitos envolvidos já foram indiciados por desvio de verba pública, mas neste desdobramento, investigamos a lavagem de dinheiro”, explica o delegado.

Segundo a Polícia Federal, a operação de hoje, com cerca de 30 policiais, busca descobrir como o dinheiro desviado era lavado, já que existem suspeitas de que era trocado por imóveis, veículos e outros bens de luxo, além de investimento no agronegócio.

Entre os principais investigados de hoje estão dois advogados contratados por integrantes do esquema para tentar atrapalhar o andamento das investigações. Eles alegavam ter influência dentro da Polícia Federal para fazer a troca de delegados, o que a PF nega e diz combater. O órgão informou que os advogados agiam fora dos limites da profissão e não tiveram a prisão solicitada por não oferecer risco às apurações, mas que eles podem ser ouvidos futuramente.

Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região e as investigações mostram – por meio da quebra de sigilos bancário e telefônico e apreensão de documentos – que os envolvidos teriam fraudado contrato com uma empresa de desenvolvimento de programa de computador, por meio de licitação, encerrada em 2015, para fornecer serviços à área de educação dos municípios.

O nome da operação é uma referência à Serra Orobó, onde está localizado o município de Ruy Barbosa.