Para aliados de Dilma, delação de Odebrecht é “bomba atômica”


Folha de S. Paulo

Os executivos da maior empreiteira do País decidiram buscar o acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. O empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, preso na Operação Erga Omnes, desde 19 de junho de 2015, está entre os que devem fazer a colaboração.
Os executivos da maior empreiteira do País decidiram buscar o acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. O empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, preso na Operação Erga , desde 19 de junho de 2015, vai fazer a colaboração.

Integrantes do Palácio do Planalto e aliados do governo comentavam a portas fechadas desde o fim da semana passada que havia o risco de Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo que carrega seu nome, fechar um acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato. Se confirmado, diziam, a colaboração seria “uma bomba atômica”.

A disposição dos executivos da empreiteira e do próprio Marcelo de fecharem o acordo foi oficializada nesta terça-feira (22). Na nota em que noticiou publicamente sua decisão, a Odebrecht tratou sua oferta como uma “colaboração definitiva”.

O potencial das revelações que podem ser feitas pelos executivos da empreiteira preocupa o Planalto e reforça o discurso que vem sendo feito a dirigentes de partidos aliados: o de que a lava Jato montou um cerco não só “ao PT, mas a todos os partidos que ajudam o governo”.

Segundo a narrativa de aliados de Dilma, seria preciso compreender que “nem a oposição” sairá ilesa dos avanços da operação. Em conversas privadas, integrantes do governo têm dito que siglas como o PMDB cometerão um erro se acreditarem que o impeachment da petista colocará um freio à crise.