Bebeto acusa Petrobrás de querer lotear contratos para grupos estrangeiros


Bebeto-AssembleiaO deputado federal Bebeto Galvão (PSB) ficou estarrecido com a decisão da Petrobrás de publicar um edital de licitação para contratar blocos para a construção dos equipamentos da indústria naval no país através de grupos estrangeiros, proibindo a participação de empresas brasileiras nos serviços.

Bebeto, que é presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial (SINTEPAV) e secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Construção, avalia que essa postura configura um verdadeiro “tiro no pé” e um espancamento sem precedentes ao processo de reconstrução do setor industrial do Brasil, iniciado pelo ex-presidente Lula, que permitiu ao país uma escala de crescimento, garantindo possibilidades para a melhora da indústria nacional, com a reformulação dos modelos de contratação, de forma que garantiu o fortalecimento do conteúdo nacional.

Galvão denuncia ainda que “essa medida desastrosa pode representar a demissão de cerca de 100 mil trabalhadores em todo o país e o início de um caos sócio econômico gigantesco.” Ele já iniciou um processo de mobilização com diversos sindicatos para protestar contra a decisão da Petrobras e, caso a situação não seja revertida, promover uma greve da classe trabalhadora do setor em todo o território brasileiro. Para se ter uma ideia, cerca de 300 mil trabalhadores terceirizados atuam a serviço da estatal e deste montante 80 mil trabalhadores estão na indústria naval.

Bebeto exige que a presidenta Dilma Rousseff se retrate com a população porque permitiu que a gestora da Petrobras, Graça Foster, tenha cometido esse verdadeiro boicote à economia nacional. “Isso é um absurdo sem tamanho. Não estou me reconhecendo em que Brasil estamos vivendo, que deveria priorizar política industrial, que é capaz de gerar riquezas, bens e serviços para fortalecer a economia nacional, mas está simplesmente a promover um loteamento do país para grupos estrangeiros. Não podemos aceitar isso. Ou o governo soluciona esse disparate ou os trabalhadores vão fazer uma paralisação no país nas mesmas proporções”, avisa Bebeto.