Ilhéus: Orla norte, parte da cidade esquecida pelo poder público


O mar já chegou a quatro metros da pista da BA-001 Ilhéus – Itacaré

Apesar de estar a 10 km do ponto de construção do comemorado Porto Sul, com um investimento de R$ 3,5 bilhões e a geração de 2,5 mil empregos diretos e indiretos, a orla norte da cidade de Ilhéus é o contrassenso ante a empolgação com a vinda do citado empreendimento.

Abandonada pelo governo estadual e municipal, os moradores apontam problemas que comprometem as suas qualidades de vida.

Um dos problemas graves é o avanço do mar no bairro São Miguel e São Domingos. Esse ano a maré de agosto destruiu o restantes da contenção de pedra, levando medo a motoristas, moradores e barraqueiros da localidade, já que a pista, em dois lugares da orla, está a menos de 4 metros das ondas do mar, e a cada dia aumenta a erosão.

Além de linda, a orla norte também presenteia com uma vista magnífica de Ilhéus.

A erosão costeira além de prejudicar os moradores e proprietários de imóveis no local, prejudicou também o turismo, que é a principal atividades econômicas da localidade.

Com uma das vistas mais bonitas do extenso litoral ilheense, a orla norte vem há muito tempo fora do mapa do poder público, aumentando problemas, a exemplo da iluminação pública, invasões e cabanas de praias fantasmas, que sofrem com ação de vandalismo.

Morador Miguel Dantas limpando a orla da praia do Norte

Nossa reportagem esteve hoje (24), na praia do norte, onde encontramos o morador e comerciante no local há 23 anos, Miguel Dantas, dando o exemplo de cidadania e limpando parte da orla. “Se a prefeitura não chega aqui, temos que fazer”, salienta Miguel.

Segundo ele, a situação é preocupante, já que todo o calçadão da orla pode sumir em poucos meses, e com ele, cabanas que até hoje são pagas, ou possuem débitos  contraídos pelos cabaneiros, junto aos órgãos de crédito.

“Nos colocamos em situação difícil em relação ao financiamento das cabanas já que não conseguimos concluir os pagamentos, numa pendência terrível. Por aqui não existe progresso”, desabafou Miguel.

Até a organização da iluminação por parte do governo municipal e da Coelba, foi deixada de lado na localidade. Segundo Miguel, prepostos da Coelba começaram a trocar os postes velhos por novos, e até hoje não ligaram a luminária, já instaladas no local.

O morador também se queixa do poder público, que há anos dá certo privilégio a zona sul da cidade, com obras de infraestrutura. “Aqui  a prefeitura não existe, e o matagal toma conta da entrada da cidade”, lembrou outro morador.

Mas na frente encontramos a senhora Maria Silva, marisqueira que vive há 40 anos no bairro São Miguel e que desabafou para nossa reportagem “Estamos sem posto de saúde, para conseguir uma consulta com geriatra estou na fila há 10 meses”.

Andando pela área norte, a sensação é de que o poder público não existe, com invasões, construções ilegais, além dos dejetos das invasões, jogadas no rio Almada.

O sonho de desenvolvimento e urbanização da zona norte da cidade é um princípio básico para o governo municipal, principalmente para um local tão bonito, e tão importante para alavancar o turismo na cidade.

 Os moradores esperam o básico do poder público. Ou seja,  atenção !

Com a palavra o governo estadual e municipal.

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