Técnicos da Seleção Brasileira de Futebol


Por Gustavo  Kruschewsky – [email protected]

Gustavo-Kruschewsky-OABA Seleção Brasileira de Futebol, que disputou a Copa do Mundo de 1958 e foi campeã, comandada por VICENTE FEOLA – “ele mesmo, o gorducho bonachão que cochilava no banco de reservas” – não conseguiu realizar o mesmo feito em 1966 e a Seleção fez uma péssima apresentação neste ano! Notícias dão conta que  na referida Copa de 66, Feola “estava sozinho para encarar as pressões que vinham de todos os lados. E simplesmente não conseguiu dar conta do recado”, acostumado que era em ouvir os conselhos de muitos dirigentes na hora de definir a escalação da equipe.

Qual deverá ser a função do técnico de futebol?  Dentre muitas, a função primordial do técnico é fazer uma equipe tornar-se eficiente pelo menos – de forma técnica, tática e emocional – durante o percurso dos noventa minutos de jogo, utilizando-se de treinamentos pré-estabelecidos sem ingerência política de A ou B. Deve ouvir opiniões e debater com os dirigentes sobre assuntos da equipe,  desde que tenha a última palavra nas decisões da formação da equipe.  O trabalho do treinador no contexto moderno do futebol mundial é muito estressante e requer vasto conhecimento deste profissional. Além da questão do conhecimento técnico, tático e físico, requer um exato conhecimento da questão motivacional dos atletas. Ele, o treinador, deve ter um bom poder de liderança e um comportamento exemplar para que sirva de exemplos pelos seus atletas.

Fábio Aires da Cunha autor do livro – Técnico de Futebol – A arte de comandar – Editora Prestígio assenta que: “O cotidiano dos profissionais do futebol não é fácil como muitos imaginam. A função de técnico de futebol é uma das mais complexas, pois ele precisa possuir uma gama muito grande de conhecimentos, conhecimentos esses técnicos, táticos, físicos, fisiológicos, médicos, psicológicos, nutricionais, pedagógicos, sociais, comportamentais, políticos, econômicos entre outros. No futebol moderno, o técnico assumiu um papel de destaque. O futebol é um esporte que exige diferentes profissionais nas mais variadas áreas atuando em prol de um resultado único, que é a vitória. Essa reunião de valores e especialidades necessita ser chefiada por uma pessoa, precisa de um líder eficaz e carismático, ou seja, necessita de um comandante que tenha capacitação e que saiba extrair o melhor desempenho de sua equipe de trabalho e atletas”.

Em alguns jogos dessa Copa do Mundo de 2014, percebeu-se um pouco de descompasso do técnico Felipão demonstrando em determinados momentos evidente nervosismo, proferindo até palavras de baixo calão, que lhe dificultou “extrair” fracos desempenhos de alguns atletas da equipe Brasileira. O ideal em um treinador é que ele mantenha a calma principalmente durante o desenrolar do jogo e observe o desempenho dos seus atletas – sem fanatismos – esperando uma oportunidade a fim de, com sabedoria, tomar decisões no decorrer da peleja. Vale dizer que deve orientar os seus comandados para que, dentro de campo, não percam a cabeça mesmo considerando que o futebol é um esporte que em certos momentos leva o atleta a ficar em clima de cabeça quente.

No mais, daqui pra frente – não tem muito mistério –  o torcedor Brasileiro espera a seleção bastante modificada, com efetiva precisão no manejo dos passes, rapidez nas saídas de bola, facilidade nos deslocamentos e façanhas com dribles desconcertantes conforme a tradição do futebol brasileiro. Além de uma equipe, principalmente no meio de campo, bem mais articulada, com os jogadores impondo-se dentro do gramado, dando apoio tanto à defesa quanto ao ataque de forma coesa, aguerrida, porém, com tranquilidade, brilhantismo, empregando aquela arte que é historicamente um dos principais atributos do futebol brasileiro. Material humano Felipão tem para que tudo isso aconteça! É só saber utilizá-lo, porque com certeza não tem “pressão de todos os lados” interferindo na escalação da equipe que atrapalhou muito o bom desempenho da Seleção Brasileira de Feola que foi derrotada na Copa do Mundo de 1966.

Gustavo Cezar do Amaral Kruschewsky  é advogado e professor.