Por Gustavo Kruschewsky
Interessante quando se ouve e se lê que alguns governantes do país afirmaram que a Copa de 2014 teve uma grande organização e o povo brasileiro – incluindo descendentes dos índios Tapaxós assentados em terras de Santa Cruz de Cabrália – está de parabéns pela sua forma gentil de tratar os forasteiros que visitaram o Brasil. Com pouco dinheiro não se organizaria uma Copa dessa amplitude! Grana teve à vontade para se ter uma boa organização! FIFA, empresas e governo brasileiro gastaram às toneladas. E será que ganharam também? Não há negar que muitos brasileiros são hospitaleiros e bastante educados com as pessoas que vêm de fora! Talvez por três razões principais: porque muitos dos forasteiros e forasteiras agiram com educação – uma ação gera uma reação – a segunda razão, vamos combinar, é que muitas pessoas são carentes pela própria natureza da vida dura que levam aqui no Brasil e no terceiro ponto é a novidade que contagia quando se está perto ou em contato com pessoas de outras culturas, idiomas distintos, etc.
Doravante para que o Brasil seja bem representado em competições futebolísticas internacionais não basta apenas que os atletas sejam “bons de bola”, que haja unicamente um trabalho “organizacional” permanente na formação de atletas, mas que sejam também orientados para o exercício da cidadania – desde a tenra idade – abstraindo a importância da influência deles e de todos nas decisões políticas das suas cidades, do estado e da nação brasileira. Grande parte do povo brasileiro ainda é inocente neste quesito. Falta educação política no âmbito familiar e escolar. Talvez, se os atletas da seleção brasileira de futebol tivessem essa formação questionassem se era momento de se gastar bilhões de reais com reformulações de estádios – quedando-se às determinações da “poderosa” FIFA – e faltar nas cidades brasileiras, por exemplo, bom sistema de educação, saúde e segurança. Só se deve dar festa rica em sua casa quem na realidade tem condições financeiras e demonstra que não falta o básico para os moradores.