O Ministério Público Federal do Paraná justificou o pedido de prisão do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, executado nesta madrugada, dizendo que “há fortes indícios de que ele continua a praticar crimes”. Além da prisão, houve também um mandado de busca e apreensão na residência do executivo e seus familiares. O MPF vê evidências de que Cerveró “buscará frustrar o cumprimento de penalidades futuras” e cita a transferência de bens para familiares e venda de imóveis por valores declarados abaixo do preço real.
Veja a íntegra da nota do Ministério Público Federal:
O ex-diretor da área internacional da Petrobras Nestor Cuñat Cerveró foi preso preventivamente, na madrugada desta quarta-feira (14 de janeiro), ao desembarcar no Aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro, quando chegava de viagem de Londres. Além disso, no dia 13 de janeiro, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência de Cerveró e de seus familiares, em função de seu envolvimento em novos fatos ilícitos relacionados os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro que foram denunciados recentemente pelo Ministério Público Federal (Ação Penal nº 5083838-59.2014.404.7000). Cerveró deverá ser transferido para a Delegacia da Polícia Federal em Curitiba ainda hoje.
A prisão e as buscas foram obtidas pelo MPF durante o recesso judiciário. A prisão preventiva foi requerida porque há fortes indícios de que Cerveró continua a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, e pela transferência de bens (valores e imóveis) para familiares. Além disso, há evidências de que ele buscará frustrar o cumprimento de penalidades futuras. De acordo com informações fornecidas pelo COAF logo após o recebimento da denúncia e durante o recesso forense, o ex-diretor tentou transferir para sua filha meio milhão de reais – mesmo considerando que com tal operação haveria uma perda de mais de 20% da aplicação financeira. Cerveró também transferiu recentemente três apartamentos adquiridos com recursos de origem duvidosa, em valores nitidamente subfaturados: há evidências de que os imóveis possuem valor de mais de R$ 7 milhões, sendo que a operação foi declarada por apenas R$ 560 mil. Para o MPF, a custódia cautelar é necessária, também, para resguardar as ordens pública e econômica, diante da dimensão dos crimes e de sua continuidade até o presente momento, o que tem amparo em circunstâncias e provas concretas do caso.
Agência Estado
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