Quem será o próximo prefeito de Ilhéus ?


Por Jamesson Araújo

Estamos a menos de um ano da eleição municipal em Ilhéus, que decidirá quem será o próximo prefeito. Muitos amigos me perguntam sobre as possibilidades dos pré-candidatos, e sempre respondo que a eleição é imprevisível, assim como o futebol, onde o inesperado prevalece. No entanto, já é possível identificar os favoritos neste momento. Isso não significa que eles vão vencer, mas sim que estão na disputa.

Apesar da rejeição do governo de Mário Alexandre (PSD), ele será o fiel da balança nessas eleições. Mas tudo vai depender de como ele escolherá seu pré-candidato. Na base do governo estadual, pelo menos dois nomes despontam nas pesquisas internas de diversos grupos políticos: o vice-prefeito Bebeto Galvão (PSB) e o vereador Augustão (PT). No entanto, é improvável que o prefeito abrace a candidatura desses políticos. Minha aposta é que haverá uma grande ruptura na base do governo estadual, o que pode resultar na vitória da oposição. Se houver mais de uma candidatura da base, as chances do governo estadual eleger seu candidato serão reduzidas.

Mas cada eleição é única, e dificilmente teremos algo semelhante à eleição de Jerônimo a nível municipal. A eleição de 2024 pode afetar a de 2026 e atrapalhar os planos do atual prefeito Mário Alexandre de se tornar um congressista. No confronto entre oposição e situação, muito dependerá das jogadas políticas e da leitura de Marão. Primeiro, o prefeito está tentando melhorar a imagem de seu governo para direcionar o apoio de toda a base em seu escolhido.

O vice-prefeito Bebeto Galvão está correndo para construir sua candidatura, conversando com os partidos da base, e tem avançado bastante. No entanto, enfrenta poderosos inimigos dentro do governo, que terão um papel importante na decisão final. O apoio e a imposição do PSB em nível estadual serão determinantes para respeitar a leitura das pesquisas. As trocas de farpas entre o grupo de Bebeto e o secretário Bento Lima podem resultar em um rompimento por parte do governo municipal. Na minha leitura, Bebeto prefere ser traído do que ser o traidor, pois a população sempre abraça o traído!

O vereador Augustão enfrenta o desdém do PT, que não o vê como um candidato alinhado à cúpula partidária nem ideologicamente. Resta a Augustão buscar um partido de esquerda para lançar sua candidatura, mas isso pode ser um desafio. Atualmente, Augustão está bem posicionado e será uma figura importante na eleição, podendo ser a grande surpresa. No entanto, ele precisará expandir sua influência para a zona sul, já que sua base eleitoral está concentrada na zona norte.

Alguns podem questionar sobre os nomes de Marcos Flávio, Adélia Pinheiro, entre outros. Falarei sobre eles quando se destacarem como candidatos competitivos ao longo da campanha eleitoral. Neste momento, isso não está acontecendo.

Do outro lado da moeda, temos os candidatos da oposição: Valderico Júnior (União Brasil), Jabes Ribeiro (PP) e Cacá Colchões (PP). Por enquanto, vou me concentrar nesses três nomes que estão bem posicionados nas pesquisas. A oposição está trabalhando em uma união, onde há um acordo de que o candidato mais competitivo será o cabeça de chapa. Assim, existem pelo menos três possíveis formações de chapa: Jabes na cabeça e Valderico como vice, Valderico na cabeça e Jabes como vice (embora seja difícil) e, por fim, o nome de Jabes seria substituído pelo empresário Cacá Colchões.

O ex-prefeito Jabes tem se gabado de liderar a corrida eleitoral em Ilhéus, mas é importante lembrar que ele possui um alto índice de rejeição, o que é compreensível para alguém que governou a cidade por quatro vezes. No entanto, Jabes enfrenta um problema de identidade política. Embora esteja na oposição ao governo estadual e municipal, ele insiste em elogiar figuras importantes da política governista. Será que Jabes ainda sonha em se aliar à situação? Seria possível que ele indicasse um vice ou até mesmo se juntasse ao candidato de Mário?

O fato é que o ex-prefeito tem navegado em águas tranquilas, mas em breve isso chegará ao fim. Valderico Júnior tem adiado sua pré-campanha, preferindo se especializar em gestão pública através de cursos na capital do país. Talvez isso esteja beneficiando o ex-prefeito, já que Junior ainda não começou a campanha oficialmente, mas mesmo assim é lembrado com muita frequência pelos eleitores.

A verdade é que a eleição pode ter várias configurações, tanto na oposição quanto na situação. Como podemos ver, a resposta para o título deste artigo estar há menos de um ano de ser encontrada!

Sobre o autor: Jamesson Araújo é jornalista, editor do Blog Agravo, com vasta experiência na cobertura política e em campanhas eleitorais.