Auditorias do Bacen e do Sicoob constataram que ele concedeu ‘empréstimos’ com vantajosas condições para si mesmo, sua empresa, membros do Conselho de Administração e funcionários da instituição de crédito.
O ex-presidente do Conselho de Administração da Cooperativa de Crédito Rural Ilhéus (Credilhéus) foi denunciado pelo Ministério Público Federal na Bahia (MPF/BA) por praticar atos de gestão fraudulenta. Auditorias realizadas pelo Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil (Sicoob) e pelo Banco Central do Brasil (Bacen) mostraram que A.R.F. concedia créditos com vantajosas condições para si mesmo, sua empresa, membros do Conselho de Administração e funcionários da instituição de crédito.
A.R.F. foi presidente e controlador da Credilhéus de 03/1999 a 08/2005. Durante esse período, ele praticou uma série de falcatruas à frente da instituição financeira, beneficiando principalmente a si mesmo, a sua empresa e a terceiros. Os empréstimos eram concedidos indiscriminadamente, sem respeitar a devida prudência e segurança que regem as práticas bancárias, a exemplo de garantias, avalistas ou testemunhas que respaldassem a obrigação assumida. Além disso, o ex-presidente da cooperativa liberava depósitos em cheques como se fossem em dinheiro, o que é classificado como fraude de escrita.
As fraudes foram constatadas a partir de 2002, quando um dos membros de Conselho de Administração iniciou levantamento das irregularidades. Com isso, o Sicoob e o Bacen foram acionados e auditaram a instituição financeira. O Bacen chegou a aplicar para o então gestor da cooperativa a pena de inabilitação pelo prazo de seis anos para o exercício de cargos de direção na administração ou gerência de instituições financeiras.