Do Correio
Há um dia da eleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado Marcelo Nilo (PSL) retirou sua candidatura ao pleito, colocando fim a um reinado de dez anos como chefe da Casa. A informação foi confirmada pelo próprio deputado através de carta aberta. O desmanche na disputa começou com a renúncia do também candidato Luiz Augusto, do PP, em favor do deputado Ângelo Coronel (PSD), que agora concorre sozinho à presidência.
Apesar de não declarar na carta, a perda de apoio nas últimas 24 horas foi decisiva. Os deputados Manassés, Alan Castro e Paulo Câmara, todos do PSL, partido presidido por Nilo na Bahia, confirmaram à imprensa apoio a Ângelo Coronel. A insatisfação política com o longo tempo de permanência do deputado fez, inclusive, com que os outros dois candidatos ao cargo firmassem um pacto para evitar a reeleição de Nilo. No acordo, quem reunisse o maior número de alianças ganharia a vaga e o apoio público do outro.
Leia a carta na íntegra:
“Venho a público informar que não concorrerei à reeleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia amanhã. Ocupei o prestigioso cargo por dez anos, contando com o apoio suprapartidário dos companheiros deputados estaduais e tenho o orgulho de afirmar que, nesse período, o Legislativo Estadual cumpriu com seus deveres sem abdicar de suas prerrogativas, sem um único episódio que deslustre a sua imagem perante a Bahia e os baianos.
Atendendo a amigos deputados, postulei nova recondução à Presidência. Para tanto, constituí um grupo de alianças com legendas da base de apoio à administração do governador Rui Costa. Hoje, avaliando a conjuntura juntamente com os deputados que me apoiaram, resolvemos retirar a candidatura à Presidência da Assembleia Legislativa.
Deixo consolidado grande número de projetos destinados à melhoria das condições de vida do povo baiano.
Devo ressaltar que permanecerei na militância política. Jamais me furtarei a colaborar com a minha terra e com a minha gente. Dedicarei minha energia à defesa dos municípios que represento com o empenho de sempre, cumprindo a palavra e a todos os compromissos assumidos.
Este é o meu legado e marca pessoal.
São quase 40 anos de vida pública, sete mandatos parlamentares consecutivos com votação sempre crescente – o que me autoriza a afirmar que estou no caminho certo, combatendo o bom combate, em favor do desenvolvimento, com justiça social, para a Bahia.
Costumo dizer que quem não gosta de gente, do povo, nunca deve ingressar na vida pública. Eu permanecerei em atividade plena exatamente por isso.
Deixo a Presidência da Assembleia sem uma mácula e não encaro a saída do honroso cargo como um “retorno à planície”. O nosso plenário jamais deve ser tratado como algo trivial.
Com a cabeça erguida darei prosseguimento ao mandato que me confiaram 150 mil baianos.
Aos companheiros que me apoiaram, expresso a mais profunda gratidão e reconhecimento.
Aos demais colegas, igualmente, agradeço o apoio durante todo esse período, desejando êxito em suas caminhadas. Ao meu sucessor na Presidência, um mandato profícuo”.
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