Desafios da Cultura Ilheense durante e no pós-pandemia


Por Diego Messias.

A liberação do comércio e de parte do transporte público da cidade aumentou a circulação de pessoas nas ruas de Ilhéus. O aumento na quantidade de transeuntes é notório, algumas destas pessoas estão dando pouca atenção às medidas coletivas de combate à pandemia, outras mesmo atentas às medidas precisam sair de casa. A vida vai voltando à nova normalidade, uma adaptação, pois sabemos que existem inúmeras pessoas doentes e muitas outras perdendo a vida.

Para o setor cultural, o retorno será diferente, mais lento, mesmo se a Covid-19 for controlada, a retomada será retardada. Os shows, o circo, os parques, a concha acústica, o teatro, o centro de convenções, o cinema, as apresentações de capoeira, os blocos e grupos afro e toda a cadeia produtiva, não importa se da cultura elitista ou da cultura de massa, não se tem predição muito positiva para um futuro próximo.

Segundo Eduardo Bomfim, psicólogo do IFBA (campus de Ilhéus/BA), a arte e as suas diversas manifestações culturais são aliadas da saúde mental. Desta forma, devido a sua importância, a cultura terá que descobrir novos formatos. Precisa-se entender que o acesso a cultura traz uma contribuição na formação do ser social.

É certo, que todas as formas de expressão de cultura continuarão a existir e voltarão a normalidade em breve, pois a maioria de nós se comporta através da rotina, iniciando um processo de superação e esquecimento do trauma. Porém, o retorno de eventos com grandes aglomerações de público e em ambientes fechados como o teatro ou o centro de convenções terão que ocorrer com público reduzido e dependerá muito de uma vacina ou da cura para a Covid-19.

Para mestre Nei, diretor do Grupo Cultural Dilazenze, o setor cultural busca se adaptar a nova realidade, se reinventado, alterando sua atuação, diálogo e sua inserção com a sociedade, sendo expressão desta, se ajusta às novidades, como por exemplo, realizando lives. A cultura sempre sofreu com a escassez de investimentos, principalmente o pequeno produtor e os artistas locais, o auxílio emergencial, para este momento, é uma ajuda importante, no entanto os gestores públicos e os empresários têm que entender que este setor tem grande importância econômica, emprega muitas pessoas e precisa, como todo setor econômico, de apoio para não agravar ainda mais uma economia já fragilizada.

Um problema ressoante é saber qual choque econômico a pandemia causou no setor cultural local. Grandes ou pequenas amostras, shows ou peças teatrais movimentavam significantes recursos na cidade, geravam emprego e renda desde a empresa que confecciona os ingressos até os responsáveis pela bilheteria, incluindo neste rol o pessoal da iluminação, sonorização, segurança, montagem estrutural, bebidas e comidas, além dos artistas. Com a proibição dos espetáculos, percebeu-se a falta de recursos e o sofrimento financeiro imputado aos trabalhadores do setor, mesmo com a gestão municipal sensibilizada com a causa, a consequência já é gritante e notória, nos mostrando que precisamos entender que a cultura é um ativo econômico fundamental.

Em se tratando de falta de recursos, não podemos deixar de citar a Lei Rouanet, contudo, a concentração de projetos contemplados estão nas regiões Sul e Sudoeste, atendendo os eventos maiores que possibilitem retorno financeiro, o que dificulta o acesso de nossos artistas a estes recursos, por isso, a necessidade de políticas públicas do governo local para mitigar esta triste situação.

Destarte, é necessário pensar na reconstrução desde logo, fomentando uma interação do governo (municipal, estadual e federal), empresas e instituições de ensino. A título de sugestão, um consórcio entre a UESC (Universidade Estadual de Santa Cruz), a UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia) e o IFBA (Instituto Federal da Bahia) poderia analisar as perdas no cenário cultural, as mudanças e as transformações que aconteceram. Esta análise poderia ser utilizada para que ocorresse um olhar diferenciado para apoiar os grupos, indivíduos ou instituições mais afetados que de alguma forma se ligam ao ambiente cultural, incentivando parcerias com aporte financeiro para um setor tão importante.

O aparato Estatal é fundamental para manter e incentivar, principalmente através de políticas públicas claras, as manifestações culturais. A ajuda deve ser de todos para superar esta crise que é sanitária, econômica, social e, também, cultural, pois como disse Mestre Ney, “a cultura é a expressão da sociedade”.

Autor do artigo: Diego Messias, bacharel em Ciência Econômica e em Direito, especialista em Gestão Pública Municipal e em Processo e Direito do Trabalho, Vice-Presidente do Sindpoc/BA, presidente do PSB de Ilhéus/BA, perito técnico de polícia civil e professor universitário.

 

Saque de auxílio emergencial é liberado para beneficiários do 3º lote


Beneficiários do auxílio emergencial contemplados no terceiro lote podem sacar hoje (14) os recursos da primeira parcela. O saque está liberado para os nascidos entre outubro e dezembro. O auxílio foi criado pelo governo para reduzir os efeitos da pandemia na economia brasileira. 

A Caixa antecipou o calendário de saque em dinheiro aos beneficiários com direito a receber a primeira parcela do auxílio emergencial por terem sido aprovados no início do mês de junho.

Essas pessoas, que pertencem ao terceiro lote que a Caixa recebeu da Dataprev, teriam originalmente a liberação do saque em espécie concluída em 18 de julho. O calendário de saque em dinheiro teve início no dia 6 de julho, de forma escalonada pelo mês de nascimento.

Os beneficiários nascidos entre julho e setembro puderam sacar ontem. Os nascidos em junho tiveram o saque liberado no último sábado (11).

Nos dias 16 e 17 de junho, os valores de R$ 600 e R$ 1.200 (no caso de mães solteiras) já haviam sido depositados para esse público na conta poupança social digital da Caixa, de maneira escalonada conforme a data de aniversário do beneficiário.

Nas datas disponíveis para saque, havendo saldo, o valor será transferido automaticamente para a conta que o beneficiário indicou, sendo poupança da Caixa ou conta em outro banco.

Cartão de débito virtual

A Caixa informou que o beneficiário não precisa sacar o auxílio para transacionar o dinheiro. O aplicativo Caixa Tem possibilita que o cidadão faça transferências bancárias e ainda pague contas, como água, luz e telefone.

Além disso, o aplicativo disponibiliza gratuitamente o cartão de débito virtual. Com ele, é possível fazer compras pela internet, aplicativos e sites de qualquer um dos estabelecimentos credenciados. O cartão também é aceito em diversas lojas físicas.

O banco explica que, para utilizar o cartão virtual, o beneficiário precisa gerá-lo. Para isso, o primeiro passo é atualizar o Caixa Tem. Depois, entrar no aplicativo e acessar o ícone Cartão de Débito Virtual.

Feito isso, o usuário deverá digitar a senha do Caixa Tem. Em seguida, aparecerão os seguintes dados: nome do cidadão, número e validade do cartão, além do código de segurança. Ao lado do código, é preciso clicar em “gerar”. Pronto. O cartão está disponível. O código de segurança vale para uma compra ou por alguns minutos. Para realizar uma nova compra é preciso gerar um novo código.

QR Code

Além da possibilidade de uso do cartão de débito virtual, disponível para compras online, o Caixa Tem também oferece a opção “pague na maquininha”, forma de pagamento digital que pode ser utilizada nos estabelecimentos físicos habilitados.

É uma funcionalidade por leitura de QR Code gerado pelas maquininhas dos estabelecimentos e que pode ser facilmente escaneado pela maioria dos telefones celulares equipados com câmera. Quando o cliente seleciona a opção Pague na maquininha, no aplicativo, automaticamente a câmera do celular é aberta. O usuário deve apontar o celular para leitura do QR Code gerado na “maquininha” do estabelecimento.

Medidas mais rígidas passam a valer para 77 municípios no estado


O decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira (14) inclui mais 15 municípios entre os que devem adotar medidas mais duras para barrar o crescimento da disseminação da Covid-19 na Bahia. Se juntam às primeiras 62 cidades os municípios de Aurelino Leal, Capela do Alto Alegre, Muritiba, Senhor do Bonfim, Carfanaum, Capim Grosso, Feira de Santana, Itanhém, Medeiros Neto, Piraí do Norte, Serra Preta, Belmonte, Brumado, Presidente Dutra e Ribeira do Pombal.

Entre as ações adotadas estão a restrição de circulação de pessoas à noite, a restrição de atividades econômicas e a delimitação do horário de funcionamento dos serviços essenciais.

O decreto estadual também restringe o funcionamento do comércio. Fica autorizado, das 5h às 17h, somente o funcionamento dos serviços essenciais, e em especial as atividades relacionadas ao enfrentamento da pandemia, o transporte e o serviço de entrega de medicamentos e demais insumos necessários à manutenção das atividades de saúde, as obras em hospitais e a construção de unidades de saúde.

A alteração no decreto 19.829 estabelece medidas voltadas a três grupos distintos de municípios, agora distribuídos da seguinte maneira:

Anexo 1, com 28 cidades: Aurelino Leal, Cachoeira, Camamu, Campo Formoso, Capela do Alto Alegre, Casa Nova, Catu, Filadélfia, Gentio do Ouro, Guaratinga, Ibirapitanga, Ibirataia, Igrapiúna, Ipiaú, Ituberá, Maragogipe, Muritiba, Nazaré, Nilo Peçanha, Paulo Afonso, Ruy Barbosa, Santo Estêvão, Senhor do Bonfim, Taperoá, Uauá, Ubaitaba, Valença e Wenceslau Guimarães.

Anexo 2, com 25 cidades: Alagoinhas, Amélia Rodrigues, América Dourada, Barra do Choça, Barro Preto, Buerarema, Cafarnaum, Capim Grosso, Conceição do Coité, Feira de Santana, Iraquara, Irecê, Itanhém, Jaguaquara, Jequié, João Dourado, Macururé, Medeiros Neto, Mucuri, Piraí do Norte, Queimadas, Santa Bárbara, São Gonçalo dos Campos, Serra Preta e Serrinha.

Anexo 3, com 24 cidades: Apuarema, Belmonte, Brumado, Caravelas, Conceição do Almeida, Conceição do Jacuípe, Cruz das Almas, Gandu, Ibotirama, Ilhéus, Itapetinga, Jacobina, Luís Eduardo Magalhães, Nova Ibiá, Nova Soure, Porto Seguro, Presidente Dutra,  Presidente Tancredo Neves, Ribeira do Pombal, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus, Ubatã, Una e Vera Cruz.

As medidas

1 – O toque de recolher está determinado das 18h às 05h, a partir da 0h da próxima segunda-feira (13) até as 24h do dia 19 de julho, para os municípios dos anexos 1 e 2, em conformidade com as condições estabelecidas nos respectivos Decretos Municipais. A circulação noturna estará liberada apenas para ida a serviços de saúde ou farmácia, ou ainda em situações em que fique comprovada a urgência.

2 – Nos municípios que integram o anexo 2, também entre 13 e 19 de julho, está autorizado entre 5h e 16h apenas o funcionamento dos serviços essenciais, e em especial as atividades relacionadas ao enfrentamento da pandemia, o transporte e o serviço de entrega de medicamentos e demais insumos necessários para manutenção das atividades de saúde, as obras em hospitais e a construção de unidades de saúde.

3 – O decreto também ratifica as medidas adotadas pelos Municípios que integram o anexo 3, na forma dos respectivos Decretos Municipais.

4 – A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) apoiará as medidas necessárias adotadas pelos Municípios, em conjunto com a Guarda Municipal.

5 – Os órgãos especiais vinculados à Secretaria da Segurança Pública observarão a incidência dos arts. 268 e 330 do Código Penal, nos casos de descumprimento do quanto disposto neste Decreto.