Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes disparou todo um arsenal de críticas contra o que considera a falta de dureza na aplicação da lei penal no país. Afirmou, em palestra na noite desta quinta-feira, 15, que “o Brasil virou bagunça”, que “qualquer tratamento rigoroso com criminalidade é questão de ditadura” e que “se você é molenga, é amado pela mídia e é progressista”.
“Se você quer fazer justiça, no mínimo, é chamado de fascista. Isso é um pós-conceito absurdo, que até se justificava após a Ditadura Militar. Nós temos enquanto país traumas, realmente, porque nós tivemos ditaduras durante a nossa história. Ditadura Marechal Deodoro, Ditadura Vagas, Ditadura Militar. Mas por causa desses traumas chegamos a essa situação de total insegurança pública”, disse Alexandre de Moraes,diante de mais de cem juízes, em Brasília, na abertura do II Encontro do Fórum Nacional de Juízes Criminais.
Ao dizer que a sociedade às vezes reage com a aprovação de leis, Moraes afirmou que é preciso mudar a mentalidade do País em relação à justiça criminal e à segurança pública. Nesse ponto, falou do assassinato da vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) na noite da quarta-feira, 14.
“Cada vez que morre alguém… Vocês vão ver agora, com a lamentável morte da vereadora, devem aprovar umas quatro leis”, disse. “Aumentou de 12 para 15 anos a pena, acabou a criminalidade”, disse, em tom de ironia, afirmando que isso não irá solucionar a situação. “Sem mudança de mentalidade, nós podemos ter picos de melhora, mas nós vamos voltar para a UTI”, disse. (mais…)