Ação para profissionais de saúde lançada por Itacaré tem repercussão nacional


Considerada como um gesto de gratidão e reconhecimento ao trabalho dos profissionais de saúde, ação “Aos Nossos Heróis”, lançada neste domingo pela Prefeitura Municipal de Itacaré, através da Secretaria de Turismo e Cultura e o Trade Turístico de Itacaré, ganhou repercussão nacional e vem sendo apontada como um gesto positivo a ser seguido em todo o Brasil. O objetivo da ação é proporcionar bem-estar, oferecendo condições especiais para os trabalhadores e trabalhadoras em saúde desfrutarem do destino completo que é Itacaré, com suas belezas, praias, mata atlântica, rios, cachoeiras, gastronomia diferenciada, e com isso tudo, recarregar suas energias.

O prefeito de Itacaré, Antônio de Anízio, explica que a ação faz parte do reconhecimento e gratidão aos incansáveis profissionais de saúde do Brasil e do mundo, considerando o grande esforço de trabalho e doação que vêm realizando ao longo desses últimos 12 difíceis meses no plantão mais longo e exaustivo das suas jornadas de trabalho. “Nosso desejo é que os profissionais de saúde, sejam bem-vindos a Itacaré, aproveitem as nossas belezas, curtam esse paraíso e aproveitem a cidade porque eles são os nossos heróis”, destacou o secretário municipal de Saúde, Jorge Ávila.

A ação já conta com a participação de mais de 200 estabelecimentos de Itacaré incluindo meios de hospedagens, bares, restaurantes, lanchonetes, agências de viagens, serviço de bem-estar e outros setores, que está oferecendo cortesias e descontos especiais. Os estabelecimentos são identificados com o selo “Aos Nossos Heróis”. E novos estabelecimentos também podem participar, não somente de Itacaré, como também de vários outros municípios. Para isso, basta procurar a secretaria municipal de saúde.

Os profissionais de saúde de Itacaré também podem participar, com descontos não somente nos estabelecimentos da cidade, como também em outros destinos turísticos que estão participando da ação. “A proposta é beneficiar a todos os profissionais pelo excelente trabalho que vem desenvolvendo no combate ao Covid-19”, complementou o prefeito. As regras para participar da ação, conhecer as vantagens e ver a lista dos estabelecimentos que estão participando do projeto pode ser acessada através do link: https://secultitacare.wixsite.com/aosnossosherois.

Lei garante auxílio financeiro a profissionais que atuam no assistência a Covid-19


Profissionais que atuam na rede pública estadual de saúde no combate ao novo coronavírus passam a ter direito a um auxílio excepcional temporário que pode chegar ao valor de R$ 30 mil. A lei que estabelece o auxilio foi publicada no Diário Oficial Do Estado deste sábado (23).

O objetivo do auxílio é fortalecer o atendimento prestado aos pacientes infectados e a redução do contágio nas unidades hospitalares. Os beneficiários são exclusivamente profissionais que atuam em setores ou unidades da rede pública estadual de saúde, voltados ao tratamento da Covid-19.

Para o secretário da Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, está é uma importante iniciativa no reconhecimento dos profissionais que se dedicam a assistência aos pacientes com covid-19. “Temos que dar garantias aos trabalhadores que atuam na linha de frente. Com isso, também esperamos que mais profissionais possam trabalhar na assistência direta”, afirmou.

O presidente da Associação Bahiana de Medicina , Robson Moura. Elogiou a iniciativa “Dá uma segurança ao profissional e a sua família”, afirma. A presidente do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Tereza Maltez também avaliou como positiva a lei. “ lei deve incentivar que mais profissionais se disponibilizem pata atuarem na linha de frente da assistência”, disse a presidente do Cremeb,

Concessão

O auxílio excepcional será concedido ao profissional afastado das atividades exercidas na rede pública estadual ou no caso da morte dos profissionais. Para ter acesso ao benefício, será necessário que o profissional realize os exames que comprovem o diagnóstico de Covid-19, exclusivamente, pelo Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen/BA).

Os profissionais cobertos pelo auxílio terão direito a uma parcela correspondente à diferença entre o valor integral da remuneração, salário ou contraprestação mensal e o benefício previdenciário a que tenha direito em razão do afastamento, limitada ao valor máximo de R$ 30 mil.

Em caso de confirmação de óbito por Covid-19, os dependentes do profissional terão direito, uma única vez, do valor equivalente a 30 vezes o montante da remuneração, salário ou contraprestação mensal que seria recebida pelo profissional. O auxílio não passará a integrar a remuneração, salário, proventos de aposentadoria ou qualquer forma de contraprestação recebida pelos profissionais.

Orçamento

As despesas decorrentes do auxílio excepcional são de responsabilidade do Governo do Estado, por meio de recursos próprios. Para isso, o Poder Executivo tem autorização para promover as modificações orçamentárias necessárias ao cumprimento do benefício. Caberá ao Governo do Estado regulamentar os procedimentos necessários para a fiel execução da lei.

Prefeitura de Ilhéus quadruplicou o número de profissionais para investigar Covid-19


André Cezário, e o infectologista Gustavo Cunha.

A Prefeitura de Ilhéus aumentou em quatro vezes o número de profissionais para atuação na Vigilância Epidemiológica para o combate ao coronavírus, informou o cardiologista e coordenador do Comitê Operacional de Emergência (COE) da Secretaria de Saúde (Sesau), André Cezário, em uma live, com o infectologista Gustavo Cunha. Os médicos abordaram temas como testagem, estrutura da saúde para atender casos de coronavírus e a quantidade de casos.

De acordo com Cezário, “tem municípios que mantiveram a mesma equipe e quantidade de profissionais na investigação dos casos Covid-19, o que reflete em uma testagem baixa e uma quantidade de casos que não foram notificados. O prefeito Mário Alexandre preparou a cidade não apenas com a montagem do Centro de Triagem, como também se antecipou a realizar a contratualização de leitos junto ao Estado, tanto no Hospital de Ilhéus, como no Hospital Regional Costa do Cacau”, acrescentou.

O infectologista Gustavo Cunha, também integrante do COE, concordou e disse que “o prefeito Mário Alexandre utilizou muito bem esse tempo da fase de mitigação pedindo para as pessoas ficarem em casa para criar a estrutura e poder receber os pacientes quando houver o pico da doença”.

Na opinião do coordenador do COE, não se analisa se o município está melhor ou pior somente pelo número de casos positivos. “A quantidade de casos registrados em Ilhéus, não deve ser visto como algo negativo, mas demonstra o trabalho da Secretaria Municipal de Saúde, ao testar o maior número possível de pessoas de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde. Aqui as pessoas estão sendo testadas até mais do que na maioria dos municípios”, ressaltou.

O infectologista acrescenta ainda que “quanto mais testes realizados, mais capacidade teremos para criar medidas específicas de combate ao Covid-19”.

Outro fator abordado foi sobre a taxa de mortalidade em Ilhéus. “Num cenário em que estamos próximos de cem casos positivos, e quatro óbitos são registrados, significa dizer que temos uma média de 4% de óbito. Um cenário positivo se compararmos com o coronavírus SARS, que matou 11% dos infectados, e o coronavírus MERS, em que a média de óbito foi de 34%”.

Ao final, Cunha enfatizou que não adiantam todos os esforços se a população não colaborar. Por isso a necessidade de ser mantido o isolamento social e os cuidados de higiene.

Após 7 anos em queda, diferença salarial de homens e mulheres aumenta


Foto ilustrativa.

Natália*, 40 anos e Felipe*, 42 anos, são professores, têm formação semelhante e exercem funções semelhantes, mas ao longo de 20 anos de carreira, Natália sempre ganhou menos que o marido. O caso mais marcante foi há dois anos, quando ela fez uma entrevista de emprego para uma escola particular, em São Carlos (SP), e recebeu a proposta salarial de R$ 800 por mês para lecionar seis aulas de 40 minutos cada, por manhã. “Na semana seguinte, a escola conversou com o meu marido e ofereceu R$ 1,7 mil pelo mesmo trabalho”, diz Natália.

O caso de Natália e Felipe não é isolado. Historicamente, no Brasil, homens ganham mais que mulheres. Após sete anos de quedas consecutivas, em 2019, houve um aumento da diferença dos salários de mulheres e homens de 9,2% em relação a 2018.

Em 2011, homens com ensino superior ganhavam, em média, R$ 3.058, enquanto as mulheres com o mesmo nível de formação ganhavam, em média, R$ 1.865, o que representa uma diferença de salário de 63,98%.

Em 2012, essa diferença começou a cair, passando para 61,78%. Em 2018, chegou a ser 44,7%, com homens ganhando, em média, R$ 3.752 e, mulheres, R$ 2.593. Em 2019, a diferença aumentou e passou a ser de 47,24%, com homens ganhando em média R$ 3.946 e, mulheres, R$ 2.680.

Os dados foram compilados para a Agência Brasil pela Quero Bolsa, plataforma de bolsas e vagas para o ensino superior, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“Muitas vezes não é só o currículo que conta, a capacidade, o profissionalismo, mas o simples fato de ser mulher. Se é mulher, você não é contratada porque vai dar problema, como já ouvi muitas vezes”, diz Natália. Ela conta que certa vez, uma escola de Jaú (SP) pediu que ela se comprometesse a não engravidar para não comprometer o ano letivo enquanto lecionasse na instituição. Ela recusou a vaga.

Previsão constitucional

A jornalista Clara*, 52 anos, passou por situação semelhante. Enquanto trabalhou na redação de um jornal em São Paulo, ganhou menos que um colega na mesma posição. “Recebi explicações superficiais sobre a diferença de salário. Mesmo mostrando que fazia a mesma coisa, com o mesmo volume de trabalho, a explicação foi de que cada salário era calculado de um jeito”, diz.

Clara, que tem 30 anos de profissão, ressalta que a equiparação salarial está prevista na Lei 1.723/1952, que assegura que sendo idêntica a função, “a todo trabalho de igual valor prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade”.

“Algumas empresas cumprem, outras acham que como a mulher engravida, tem licença maternidade, o custo dela como funcionária é maior. Logo, ela tem que ganhar menos, ou seja, pagar pela licença maternidade. Mas paga muito, muito mais. Não tem fiscalização e, com a crise, infelizmente esse cenário piorou”, diz a jornalista.

Carreiras

Segundo o pesquisador da área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) Daniel Duque, exista uma desvalorização de profissões que são majoritariamente ocupadas por mulheres. “Mais mulheres são formadas em profissões como licenciatura, pedagogia, enfermagem, odontologia, em relação a homens. E, mais homens são formados em cursos como engenharia. Parte desse diferencial de homens e mulheres é atribuído a essas diferentes escolhas de cursos” diz, e acrescenta, “Provavelmente, o maior fator foi uma maior desigualdade de retorno entre essas profissões”.

Os dados do Caged mostram que, no ano passado, entre as dez carreiras de ensino superior com maior geração de postos de trabalho, as mulheres recebem, em média, salários menores em sete delas. A maior desvantagem foi encontrada no cargo de analista de negócios, com homens ganhando R$ 5.334 e mulheres, R$ 4.303, o equivalente a 80,67% do salário deles.

Segundo Duque, ao pagar menos às mulheres, o Brasil perde economicamente. “Quando se nega a mulheres oportunidades equivalentes às dos homens no mercado, a gente abre mão de cérebros. Estamos deixando de incorporar no mercado de trabalho no Brasil mulheres que seriam extremamente talentosas”, diz. “Estamos perdendo força produtiva por desigualdade entre gêneros e isso vai impactar a produtividade agregada brasileira e nosso desenvolvimento”.

Mulheres estudam mais

Para o diretor de Inteligência Educacional da plataforma Quero Bolsa, Pedro Balerine, o aumento do número de pessoas com ensino superior fez com que as diferenças salariais entre as profissões e entre os gêneros ficasse mais evidente no ano passado.

“A oferta de ensino superior aumentou bastante de 2012 para cá. As pessoas [que se formaram] estão entrando no mercado de trabalho. Infelizmente, o Brasil ainda está aquém em igualdade salarial entre homens e mulheres”, diz Balerine.

Essa discrepância, segundo o diretor, é injusta: “As mulheres estudam mais, fazem mais pós-graduação, mais mestrado, mais doutorado, não faz o menor sentido ter essa discrepância. Ela é injustiça”.

Os dados copilados pela Quero Bolsa mostram que, apesar da maioria das carreiras pagarem salários menores às mulheres, elas são 57% do total de estudantes no ensino superior. São também maioria na iniciação científica, representando 59,71% do total dos pesquisadores. Na pós-graduação, 54% do total de estudantes são mulheres.

Veja as médias salariais de homens e mulheres nas dez carreiras com maior geração de postos de trabalho:

Analista de negócios: homens ganham R$ 5.334 e mulheres, R$ 4.303

Analista de desenvolvimento de sistemas: homens ganham R$ 5.779 e mulheres, R$ 5.166

Analista de pesquisa de mercado: homens ganham R$ 4.191 e mulheres, R$ 3.624

Biomédicina: homens ganham R$ 2.761 e mulheres, R$ 2.505

Enfermagem: homens ganham R$ 3.417 e mulheres, R$ 3.288

Preparador físico: homens ganham R$ 1.426 e mulheres, R$ 1.326

Nutricionista: homens ganham R$ 2.781 e mulheres, R$ 2.714

Farmacêutico: homens ganham R$ 3.209 e mulheres, R$ 3.221

Fisioterapeuta geral: homens ganham R$ 2.400 e mulheres, R$ 2.422

Avaliador físico: homens ganham R$ 2.107 e mulheres, R$ 2.303

*Os nomes foram mudados a pedidos das entrevistadas (Agência Brasil).