A metamorfose de Cacá Colchões


Por Jamesson Araújo

Cacá e o ex- prefeito Jabes Ribeiro.

 

O empresário e ex-candidato a prefeito de Ilhéus, Cacá Colchões, é uma das figuras mais conhecidas da população da cidade, segundo revelam pesquisas realizadas durante a campanha. Cacá só não é tão popular quanto o prefeito reeleito na cidade, Mário Alexandre. Por que o nome de Cacá não decola? Na política, dizemos que quando o eleitor cisma, não tem jeito. O rótulo Jabista não fez bem à Cacá. Só ele que não vê isso!

Já perdi as contas de quantos artigos escrevi alertando Cacá.

Cacá se contentou com uma vice, uma figura decorativa no governo de Jabes, que não teve expressão. É fácil ouvir relatos como “Cacá é gente boa, preparado, mas está com Jabes”. Não estou aqui dizendo que Jabes é ruim, estou falando que Cacá e o Jabismo não se completam.

Com uma votação pífia em 2020, Cacá tomou uma lavada de Marão, com uma diferença de mais de 23 mil votos.

E Cacá não entende que ele está vivendo politicamente na conta e saldo das viúvas do Jabismo, que historicamente têm entre 11 e 13 mil votos. Quantos votos a figura Cacá têm hoje? Em 2008, Cacá tinha sozinho 19 mil votos, sendo o candidato a deputado federal mais bem votado na época em Ilhéus. Como estrela do jabismo, a votação só fez cair.

Cacá virou uma marionete do jabismo e de figuras que foram reprovadas. E não estou falando de Jabes, mas de alicerces do jabismo. Na minha humilde opinião, chegou a hora de Cacá reavaliar sua estadia do Partido Progressista e tentar mudar sua imagem. O novo Cacá não tem grupo, pois o grupo é de Jabes!

Mais uma vez, Jabes jogou Cacá aos leões, sabendo que as chances de vitória seriam mínimas. Se as chances fossem grandes, o candidato não seria Cacá, mas Jabes.

Colchões é novo, tem condições de se enquadrar entre as novas lideranças que se formaram em Ilhéus para a próxima década. Mas reafirmo: Cacá precisa tomar um rumo diferente do jabismo.

Novas perspectivas, novos recomeços para Ilhéus. Mas por onde começamos realmente? Por dentro.


 Por Graziela Guimarães dos Anjos.

Temos que reconhecer que são novos tempos. Tempo para uma pausa, tempo para desacelerar os ânimos, refletir sobre tudo que nos tem acontecido e sobretudo tempo para pensar em como recomeçar a vida. O mundo parou, a pandemia chegou e se instalou em nossas vidas como um furacão e tudo mudou, a nossa rotina de vida mudou completamente. O medo, a insegurança, o desconforto, o desconhecimento do que estava por vir passou a rondar nossos pensamentos. Para uns (famílias) como algo inofensivo, para outros (famílias) algo completamente letal e avassalador.

Mas estamos em Ilhéus, “a linda princesa do sul” como diz a canção do cantor e compositor ilheense Reizinho, falecido em 1994, a terra inspiração de Jorge Amado e de todos nós. E não ficamos imunes a esse cenário de terror de disseminação do Sars-Cov-2. Conseguimos nos adaptar a esse vírus e fazer com que o prejuízo (em vidas, que é o que importa) não fosse tão devastador quanto em outras cidades do mundo.

Digo conseguimos nos adaptar, mas ainda estamos no “olho do furacão”. A pandemia não acabou ainda estamos em alerta e precisamos reconhecer que ouve um esforço de todos: individual (em suas casas) e coletivo (em seus estabelecimentos), a iniciativa privada e principalmente a iniciativa pública. Temos que reconhecer cada um dos esforços disponíveis e disponibilizados para minimizar esse cenário o qual nos coube nesse ano de 2020.

Precisamos rever nossos hábitos, nossos costumes, nossas heranças e buscar refazer um novo amanhã, principalmente no que diz respeito a nossa cidade. Por muito tempo enxergamos a olhos nus, resíduos do passado, regado de prosperidade e um coronelismo latente que o fruto de ouro proporcionava para a nossa cidade. Esse tempo passou e aqui estamos tentando sobreviver a uma situação tão devastadora quanto foi a vassoura de bruxa naquela época para a nossa cidade.

É preciso que tenhamos ciência de que essa é uma fase de transição, algo de melhor vem por aí, sendo assim, precisamos mudar a forma que pensamos, modificar a forma que agimos para que possamos presenciar uma mudança efetiva. Mas por onde começamos essa mudança? Como? E eis que a resposta está explícita: POR DENTRO. Porque não começamos a mudança dentro de nós? Podemos? Lógico que podemos! Estamos aqui, vivos e a cada dia que passa é uma oportunidade de seguirmos em frente.

Sabe aquele estereótipo de cidade que sempre tivemos em sermos sempre o segundo lugar do comércio da região? Pois é, porque não mudamos isso? Agora a onda da vez é o delivery, venda on line… podemos ser uma cidade que tem um serviço de excelência no comércio. Claro que podemos! Temos outro ponto que precisa ter uma atenção devida que é o atendimento ao turista. É óbvio que existe um encanto incomum pela nossa cidade pelos turistas que aqui nos visitam, temos recursos naturais que embelezam a cidade e nos fazem ser referência em destinos de férias e no verão, mas não podemos deixar esse encanto apenas para os recursos naturais, temos que atrair pessoas pela estrutura de acolhimento que podemos oferecer juntamente com esses recursos naturais. Ou seja, é necessário haver uma mudança de paradigma (é uma expressão utilizada por Thomas Kuhn no seu livro Estrutura das Revoluções Científicas (1962) para descrever uma mudança nas concepções básicas) em nossa forma de pensar, em nossa forma de agir para com o nosso próximo, para com a nossa cidade.

Existe um ditado popular que diz “Quem não vive para servir não serve para viver”. Que tal usarmos esse ditado para iniciarmos essa mudança! Podemos começar dentro de nossos próprios lares, e quem sabe num futuro próximo não sejamos a cidade referência em atendimento, tanto no comércio quanto no turismo, quem sabe! Toda mudança requer esforço, vontade e perseverança para que o objetivo seja alcançado. Não existe nada fácil nessa vida. Não foi fácil chegar aonde chegamos, aos poucos vemos sinais de progresso em nossa cidade, aos poucos vemos iniciativas individuais e coletivas, públicas e privadas fazerem o progresso acontecer, a exemplo da Ponte Jorge Amado, nossa! Que progresso! Temos que agradecer por recebermos uma ponte linda, tão benéfica para nossa cidade em plena pandemia, em pleno caos. Uma ponte que com certeza é, agora, um cartão postal da nossa cidade.

Enfim, por onde começamos? POR DENTRO. Podemos repensar nossos conceitos, nossas perspectivas para com o próximo, para com a nossa cidade e obviamente com uma qualidade de vida melhor para todos nós.. Não nos custa nada. No futuro iremos olhar para trás e agradecer a escolha que fizemos agora, a escolha da mudança.

Autora do artigo,Graziela Guimarães dos Anjos é administradora de empresas (UESC), MBA em Finanças corporativas e mercados financeiros (UNIFACS), Pós Graduada em gestão pública (UESC), pós graduada em Formação de Consultores (UESC), pós graduanda em Prática Jurídica em Direito Público e privado (CESUPI) e graduanda em Direito (CESUPI).

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Desastre no São Miguel pode ser evitado


Por Jabes Ribeiro.

É do conhecimento de todos que as obras do Porto do Malhado influenciaram negativamente para a situação em que se encontram os bairros São Miguel e São Domingos. Na época da construção do porto, década de 1970, não se pensava em impacto no meio ambiente, e as obras foram iniciadas sem a devida e necessária Licença Ambiental. O bairro São Miguel, nos últimos anos do século passado, teve a situação da erosão marítima agravada. Na ponta, a maré tinha destruído totalmente a rua frontal e ameaçava invadir o bairro. Como prefeito, não ficamos de braços cruzados. Fomos buscar recursos no Ministério dos Transportes, Ministério do Turismo e Governo do Estado para iniciar uma obra que seria, e é, da responsabilidade do Governo Federal, através da Codeba. Contratamos o engenheiro Aleixo Belov, um dos maiores especialistas em obras marítimas do Brasil para conceber o projeto.

Além da proteção da bordadura da ponta, com enrocamento de pedras, projetou-se a construção de seis espigões, cada um com 250 metros de extensão. As obras foram iniciadas com os recursos disponíveis, inclusive do orçamento municipal. O primeiro espigão e a bordadura foram concluídos e mais três outros espigões iniciados. A obra, de grande porte, exigia mais recursos, e ao término do nosso terceiro mandato, em 2004, a situação do bairro estava relativamente controlada. Porém, os governos que me sucederam não fizeram manutenção do serviço realizado e muito menos buscaram recursos para complementação e manutenção das obras. Em 2015, em nosso quarto mandato, enviamos para a Secretaria de Defesa Civil, ligada ao Ministério da Integração Nacional, um projeto de captação de recurso, com o propósito de recuperar os espigões existentes e construir mais dois espigões, completando assim o projeto original.

Estivemos com o ministro Gilberto Occhi e com o secretário da Defesa Civil, General Adriano Pereira, acompanhado pelo então deputado Roberto Brito. O ministro se comprometeu em nos atender, ciente da gravidade da situação. Levamos orçamento, projeto, fotografias, laudos técnicos, enfim, todo material necessário para liberação dos recursos. Ocorreu então o impeachment de Dilma e, para variar, os recursos não foram liberados no governo que sucedeu. A situação vem se agravando a cada ano. É imperioso que o atual governo municipal interceda junto à Secretaria Nacional de Defesa Civil para a liberação do recurso, embora saibamos que a obrigação dessa providência caiba à Codeba. Importante lembrar que a Associação de Moradores do Bairro São Miguel ingressou com uma representação junto ao Ministério Público Federal para que a Codeba realizasse o serviço. Infelizmente a lentidão da Justiça e a inércia dos poderes públicos obriga os moradores a conviver com a calamidade.

*O autor Jabes Ribeiro é professor, advogado, político, ex-deputado federal, ex-prefeito de Ilhéus e atualmente secretário estadual do Partido Progressista na Bahia

O Artigo foi publicado orientalmente no Jornal Bahia Online.

Segurança Pública na Bahia durante o período de pandemia do novo coronavírus


Por Diego Messias.

A Segurança Pública consiste na possibilidade das pessoas usufruírem seus direitos e cumprirem suas obrigações pacificamente. Para que a segurança pública esteja instituída em sua plenitude faz-se necessário a presença de um sistema de instituições com objetivo de prevenir e reprimir a criminalidade, por vezes violenta, recorrendo não só a operações policiais, mas também, envolvendo outras áreas, tais como: justiça, saúde, educação e desenvolvimento social.

Nota-se, então, que se trata de um sistema interdisciplinar, que envolve quase todos os outros setores do Estado, sendo de suma importância que estejam funcionando razoavelmente bem, pois, caso contrário, contribuem para o colapso na paz social. É possível observar, por exemplo, que uma elevada taxa de desemprego pode desencadear o aumento significativo nas ocorrências de furto e roubo.

A pandemia do novo coronavírus e a necessidade de isolamento social colocaram mais luz no que já era notório: as nossas enormes fragilidades da saúde pública, do emprego e renda, do apoio a micro, pequeno e médio empreendedor, entre outros. Desnudou-se, também, a vulnerabilidade do nosso já caótico sistema de Segurança Pública. Ora, se a paz social depende de diversas áreas e elas são deficitárias, com certeza, irão gerar problemas de segurança para as pessoas, sem contar os próprios equívocos da pasta.

Em relação à violência, neste período suis generis que passamos, segundo o Monitor da Violência, houve no país 4.146 mortes violentas em março deste ano, no mesmo mês no ano passado, foram 3.729 no Brasil. Só a Bahia teve 525 mortes em março de 2020. Em 2019, levando em consideração o mês de março, foram 443 casos. Se observarmos o índice por 100 mil habitantes, o estado baiano teve uma taxa de 3,53, quase o dobro em relação a taxa nacional que é de 1,97.

Além dos problemas estruturantes nas outras pastas, pode-se atribuir este aumento da criminalidade neste momento na Bahia às atividades ligadas ao tráfico de drogas, a soltura de detentos do sistema judiciário, a infraestrutura deficitária das polícias, em especial, a Polícia Civil, incluindo Polícia Técnica, falta de qualificação contínua dos policiais, distinção clara de atribuições entre as polícias que compõe o sistema, desvalorização financeira e promocional dos policiais de base (praças, investigadores, escrivães, peritos técnicos), escassez de EPI´s para os policiais que atuam na linha de frente.

Em se tratando de solução para a Segurança Pública, deve-se atacar todos os gargalos supramencionados. Ao invés de centrar a atenção apenas no combate direto ao tráfico, tem que rastrear o dinheiro que o financia; acompanhar através de tecnologia os detentos que foram soltos; melhorar infraestrutura das delegacias, das companhias, oferecendo materiais modernos para o sistema de investigação e enfrentamento a criminalidade; qualificação anual para todos os policiais, principalmente com novas técnicas e tecnologias para prevenção e enfrentamento à criminalidade; constituir atribuições claras entre os órgãos policiais; fornecer todos os EPI´s necessários, principalmente, neste momento de pandemia; valorizar o policial, extinguindo o abismo salarial entre o policial de nível hierárquico inicial e o policial gestor, permitindo que o profissional que ingresse nas carreiras de base, possa alcançar as carreiras de gestão do sistema policial; atendimento psicológico e psiquiátrico a todo policial envolvido em ocorrências que tiveram resultado lesões ou morte.

Com estas mudanças profundas, com gasto de energia, tempo e dinheiro, poderemos sentir melhoras nos índices e, consequentemente, na segurança pública de nosso Estado.

*Diego Messias – Vice-presidente adjunto do Sindpoc/BA, Presidente do PSB-Ilhéus, perito técnico de polícia civil, professor universitário, bacharel em direito e em ciências econômicas, especialista em processo e direito do trabalho e em gestão pública municipal.

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Resistir, Aprender e Sobreviver em tempos de pandemia


Por Maurício Galvão.

A todo momento somos lembrados de que “estamos todos juntos nessa”, mas muitos também já sinalizaram (ou nos lembraram) que, na verdade, nunca estivemos realmente juntos, nem antes da pandemia, nem dentro dela, e é muito possível que sairemos dessa ainda menos juntos do que antes. Em termos de desigualdade, renda e sobre a estrutura econômica nacional, as perspectivas não são nada otimistas e sabemos apenas com o que temos frente aos olhos. Aqueles mais abastados enfrentam as “quarentenas” com mais conforto e sem sentir a ameaça da inadimplência, despejo ou fome, alguns, por contar com uma reserva, quando empresário/a consolidado, outros por se encontrarem em um trabalho seguro.

Nos países subdesenvolvidos como o nosso, a insegurança do desemprego, da informalidade e das vidas consumidas para ter o de comer, a ameaça de um contágio viral e sua doença parecem cada vez mais abstratos à medida que os problemas da sobrevivência se agravam. Mesmo que, a cada dia, mais pessoas morram à nossa volta, a dura realidade e do “não ter o que fazer” se agigantam e parecem sempre mais reais que a morte por falta de ar que a COVID-19 causa. É por essa mesma razão que os governos locais, a despeito de terem convicção do potencial devastador de vidas humanas que o descontrole do contágio causa, cedem às pressões da população que clama por suas vidas voltaram ao normal, mesmo que o normal esteja longe do aceitável. Não é à toa que os movimentos governamentais, em muitas cidades brasileiras, e também em Ilhéus, estão sendo guiados em parte pela OMS e em outra parte por pesquisas públicas de opinião. Nesse ponto, se o resultado de uma pesquisa apontar forte rejeição do gestor que demonstra algum rigor no controle da doença em sua cidade, a pressão parece insuportável. Tudo isso, na verdade, é brutalmente irracional.

Por outro lado, nenhuma avaliação de governo ou analistas econômicos poderia realmente prever a pandemia, embora os sinais dos destemperos ambientais no mundo todo sempre advirtam a emergência de um fenômeno do tipo. Mas o que importa agora são as direções que ela abre para nossa escolha. Mais do que a crise financeira colocada em curso em 2008/2009, a pandemia expôs as notórias inadequações da política econômica aplicada por todo lugar, e principalmente para os países menos avançados industrialmente/tecnologicamente. Destacou a extraordinária incerteza deste momento e quanto pesa a opção da manutenção de populações extremamente pobres pelas elites financeiras e Estados que as apoiam. A economia que conhecemos não pode fornecer uma solução digna para o que estamos passando.

Essa pandemia foi compreendida, desde o início, como um produto das formas que o capitalismo assume hoje no mundo, mas sem ser dotado de culpa, e o ódio acabou depositado sobre os outros (aqueles que identificamos como diferentes de nós). Assim como no filme Contágio (2011), onde o longa exibe ao seu final a cadeia que encontra o paciente zero (e esse é um trabalhador pobre oriental), é o frenético ritmo de consumo que provavelmente inicia a transmissão, através de formas de trabalho que invariavelmente avançam cada vez mais sobre a natureza, empurrados para o interior da vida silvestre por grandes empresas que já tomaram o seu lugar. As redes velozes de fluxos globais garantem que a transmissão seja praticamente impossível de parar. Ainda que a China tivesse feito um controle ainda mais rigoroso vinte dias antes do espalhamento, os vetores internacionais já teriam saído do seu território e o estrago, feito. O mais grave, em seguida, e que muitos se recusam a ver, é como as décadas de hipocrisias liberais, privatizações, arrochos e dissolução das instituições públicas co-responsáveis pela vida das pessoas, foram o verdadeiro desastre dessa pandemia. No Brasil, por exemplo, nos sobraram duas coisas, ambas indispensáveis: o SUS, sustentáculo do nosso resto de esperança, e o Auxílio Emergencial, uma resposta lamentável, preguiçosa, e que expõe milhões ao perigo das aglomerações, numa crise como essa.

É exatamente por isso que pensar uma nova economia que possa substituir a apodrecida que temos não pode ser um fantasma keynesiano, afinal, ela precisa resgatar também aqueles que foram jogados para fora do barco “comum” bem antes da pandemia. Os modos de organização alternativos, que já existiam antes desse momento, devem ser aproveitados como orientação para o futuro logo ali. As cidades devem resistir o quanto puderem, a despeito das irresponsabilidades de muitos. Os empreendimentos locais e regionais, ser apoiados por suas comunidades fazendo o melhor uso dos meios virtuais. Os profissionais de serviços essenciais valorizados por seus empregadores e respeitados por todos, não apenas da boca para fora. As escolas e famílias reinventarem seus laços para além de um EaD que não consegue alcançar a todos. E assim vamos seguindo, cuidando uns dos outros, tendo em mente que uma vacina está no horizonte de eventos. Quando esse dia chegar, devemos estar preparados para agir melhor sobre cada ponto da vida em sociedade que conhecemos.

*Maurício Galvão é engenheiro florestal, vice-presidente da Juventude Socialista Brasileira e pré-candidato à vereador em Ilhéus.

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Ponte Nova (o encanto) x Ponte Velha (o desencanto) Ilhéus/Pontal


Artigo de José Rezende Mendonça.

Minha vó já dizia: “Nunca despreze a velha, por uma nova. Se um dia, a nova vier a falhar, a velha volta a servir”.

Este ditado popular, serve para nossa ponte Lomanto Júnior, que irá completar no dia 15 de agosto, 54 anos, que durante este período todo, só houve uma intervenção mais demorada, que teve início em 08/09/2008 e durou até 30 de novembro do mesmo ano. Ressalve-se que em 2008, antes mesmo do final da obra, publicamos uma matéria, onde sob nosso ângulo de leigo, que a intervenção fora realizada de forma errada. Que escrevemos assim: “por incrível que pareça, modificaram a estrutura do piso de rolamento, trocando o lastro de cimento para asfalto, deixando claro e comentamos muitas vezes sobre isso, pois o asfalto iria comprometer seriamente a sua estrutura e não deu outra”.

“Ora, fizeram um asfaltamento contínuo, juntando os vãos, que são separados para o “balanço” normal em termos de engenharia. Os defeitos estão cada vez mais à vista e precisam ser realizados de imediato. Outro erro cometido que, não era para acontecer nesta reforma/intervenção quando da reforma em 2008/2009, fora quanto o escoamento das águas pluviais”.

“Desde àquela época, comentamos no Facebook, que os drenos originais de escoamento com tubos de 40 mm, eram dos anos de 60 (1966), quando da sua inauguração. Estes drenos não recebiam águas pluviais em volume tão expressivo, devido um outro escoamento muito bem feito na cabeceira do lado norte. Este dreno, (bueiro) recebia as águas de chuvas oriundas das ladeiras do bairro da Conquista. Mas, de nada adiantou nossas observações, onde sugerimos as substituições por tubos de 100 mm no mínimo, e em diversos outros pontos espalhados na ponte”.

“E foram mais além, isolando (entupindo com brita e asfalto) em definitivo um grande dreno com grade de ferro, ali existente entre as duas calçadas. Resultado: toda vez que chove é aquele acúmulo de água e terra em toda sua extensão piorando cada vez mais a estrutura da ponte”. Pontal, 04/02/2009.

No final da reforma o Secretário de Obras da prefeitura, num determinado meio de comunicação da cidade simplesmente declarou: “a ponte tá igual a uma mulher de 45 anos que depois de umas plásticas fica uma garotinha de 15 anos…”

Como não somos especialista no assunto, tivemos que esperar os primeiros resultados desta intervenção na ponte, que não demorou muito. Tudo fora revelado ao passar de cada ano, onde lentamente as aberturas entre os vãos, voltaram ao mesmo estágio de 2009. Tudo pela insistência de vedar com asfalto, estas separações que tecnicamente existem para o balanço, na dilatação do cimento entre a temperatura fria e quente.

Nestas abertura/separação entre vãos, o que vemos por aí, são estes vãos separados por um tipo de borracha, para funcionar como “sanfona”. O mal disto tudo, é que ao longo do tempo, a vida útil desta ponte, que seria pra mais de 100 anos, deverá ter este tempo bastante reduzido, pois cada intervenção desta natureza, com asfalto nas juntas de dilatação, significa mais esforços do efeito sanfona, comprometendo mais precocemente a vida útil de uma obra tipo padrão dos anos 60 e 70.

Pois, hoje as obras deste tipo e com tecnologias modernas, estão despencado com menos de cinco anos. Exemplos vistos com várias obras nos últimos anos no Brasil. São edifícios, conjuntos habitacionais, viadutos, anéis rodoviários, passarelas, pista de ciclismo, aeroportos, etc.

Resolvemos hoje, fazer mais uma vistoria a nossa velha ponte, e não tivemos surpresa alguma, pois estavam lá e cada vez mais de forma acentuada, as falhas/aberturas pelo rompimento do asfalto de forma contínuo. (Ver fotos abaixo).

O que registramos na verdade neste texto, não foi mais um apelo, de uma intervenção nas juntas da ponte, pois como sabemos, a pandemia do Covid – 19, vai ser por um bom tempo, as desculpas para o abandono de todo patrimônio público, daqui pra frente.

Só nos resta, as lembranças da pomposa festa da reinauguração da Ponte Lomanto Junior, com uma iluminação cênica e com a presença do saudoso governador Lomanto Júnior. E como se quisesse protestar a tudo isso, sua iluminação cênica se apagou pra sempre, assim como se apagaram as mentes dos gestores públicos ultimamente. E como tudo se apaga nesta Terra de Gabriela, a ponte Lomanto Júnior, deverá ser chamada de a “PONTE VELHA”, para diferenciar da ponte Jorge Amado, que não vai vingar, e por isso, deverá ser chamada de “PONTE NOVA”, pela maioria da população.

É assim que funciona com a memória do passado.

AS FOTOS A SEGUIR SÃO DE 2009/2010 – DOIS ANOS DEPOIS DA GRANDE INTERVENÇÃO E ÚNICA NESTE 54 ANOS DA EXISTÊNCIA DA PONTE LOMANTO JÚNIOR. DANOS QUE JÁ 2007, DIZÍAMOS QUE IRIA OCORRER, E COMO LEIGO NÃO FUI OUVIDO. RESULTADO, UMA NOVA INTERVENÇÃO. MAS, SEGUIRAM O MESMO CRITÉRIO DE VEDAR AS JUNÇÕES DE CADA VÃO COM ASFALTO. E DE NOVO DOIS ANOS DEPOIS, JÁ ERA O MESMO ESTRAGO. E HOJE 19.05.2020, PUDE MAIS UMA VEZ PROVAR QUE, O DINHEIRO PÚBLICO É ASSIM QUE SE ESVAI PELO RALO.

CLIQUE AQUI PARA VER AS FOTOS.

Todas as fotos foram clicadas por José Rezende Mendonça e fazem parte do nosso acervo eletrônico.

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O contágio do COVID-19 no Sul da Bahia.


Por Professor Reinaldo Soares.

Prof. Ms. Reinaldo Soares
Diretor do IBEC.

Depois de Salvador, o sul da Bahia é a região que apresenta o maior número de casos confirmados do COVID19 e a maior em proporção por 10 mil habitantes no Estado, considerando apenas os quatro municípios com maior número de casos confirmados até dia 21 de março, Ilhéus, Itabuna, Ipiaú e Uruçuca. Vejamos:

Salvador, com 2 milhões e oitocentos mil habitantes, possui 922 casos e uma proporção de 3,2 casos para 10 mil habitantes. Com 614 mil habitantes e 61 casos confirmados, Feira de Santana, tem uma proporção de 1 caso para 10 mil habitantes, já Vitória da Conquista, com 338 mil habitantes e 22 casos, possui uma proporção de 0,6 casos para 10 mil habitantes.

Com uma população de 162 mil pessoas e 92 casos confirmados, Ilhéus torna-se o centro de contágio no sul da Bahia. Somando-se com Itabuna com 213 mil habitantes e 58 casos, Ipiaú 45.800 habitantes e 15 casos e Uruçuca com 13 casos e uma população de 20.500 pessoas, soma-se 441.300 habitantes, 178 casos e uma média de 4 casos para 10 mil habitantes, tornando o Sul da Bahia, o epicentro do Coronavírus no Estado.

Neste período de quarentena, já fiz três publicações alertando o foco do contágio nos Hospitais e profissionais de saúde, destacando-se o Hospital Costa do Cacau e o Hospital Geral de Ipiaú.

A cadeia que envolve os profissionais de Saúde, tem uma característica que contribui para estes profissionais serem emissores de contágio. Eles prestam serviços em várias cidades e hospitais ao mesmo tempo. Na medida em que são contagiados, vão levando adiante esse contágio.

É dramático saber, que os profissionais contratados no Costa do Cacau, além de não possuírem os equipamentos recomendados, quando afastados para quarentena de 15 dias, não são remunerados por esse período.

Sem fazer a devida prevenção estrutural e oferecer a segurança e valorização dos profissionais (pessoas de higienização, maqueiros, agentes administrativos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e médicos), o Governo do Estado vai transformar o Costa do Cacau no Hospital de Referência do Coronavírus da Região. Referência de quê? De Contágio?

Enquanto o Secretário Estadual Fabio Vilas-Boas, apoiado pelo Prefeito Municipal colocam a Polícia para trabalhadores e empreendedores e ainda de forma imprópria sugere que as pessoas que questionam o isolamento horizontal renunciem o uso de UTI caso precisem, o contágio se propaga por falta de EPIs, planejamento transparente e consistente para conter a pandemia, mesmo com o comércio fechado há mais de 20 dias.

Diante das reflexões feitas, apresento ações que poderão contribuir para frear o contágio em Ilhéus e região:

1- Reabertura do setor de Psiquiatria do Hospital Regional Luiz Viana Filho que antes do fechamento tinha sido totalmente reformado com duas alas e 30 leitos para ser usado como atendimento aos pacientes de Coronavírus, como foi feito com o Hospital Espanhol em Salvador;

2- Realizar imediata testagem em todos os profissionais de Saúde que atuam no Costa do Cacau e demais Hospitais da região;

3- Afastar para quarentena remunerada, os profissionais com casos confirmados;

4- Alocar na retaguarda hospitalar , os profissionais de saúde que possuem doenças que podem agravar o quadro com o COVID19;

5- Convocar, treinar e equipar os formandos de Medicina e Enfermagem de instituições públicas ou privadas que estudam com subsídios do FIES e PROUNI para atuarem nesse momento;

6- A SESAB trazer de Municípios com índice menor, como Vitória da Conquista, profissionais para suprir o efetivo da região que se encontra na quarentena;

7- Ocupar a rede hoteleira que está fechada, para hospedar esses profissionais.

Diante de tal situação, solicitamos uma posição do Ministério Público, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Enfermagem, SINDIMED, SINDSAÙDE, AMURC e DIRES.


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O outro lado do Carnaval, eis a questão!


Por João José

Neste mês de carnaval estou lendo alguns textos nas redes sociais sobre a temática, que vão de mini-artigos, críticas, divisão de classes, errôneo investimento com o dinheiro público. Estas análises são realizadas por vários indivíduos da sociedade civil, assim como, por intelectuais dos vários ramos do conhecimento.

Pois bem, vejo o carnaval como um encontro de pessoas para comemorar uma data histórica, que independente da classe social, cor da pele, sexo, religião, e outros, se aglutinam para uma diversão que a maioria dos participantes não sabem o que é comemorado nesta festividade . Já alguns historiadores classificam como um festival do cristianismo ocidental que ocorre antes da estação litúrgica da Quaresma. Desta forma, cada um ao seu tempo, dançam, cultuam, riem, fazem críticas, protestam, etc. Enfim, fazem do elo de ligação cultural a ascensão de forças para serem vistos, aceitos,ouvidos; aproveitam para mostrarem a sua arte, a sua cultura, os seus problemas.

O carnaval não pode ser visto apenas como provocações para atrair a violência, para propagar as doenças sexualmente transmissíveis, para o aumento da prostituição infantil. Não, carnaval, também, pode ser o veículo para que os governos possam utilizar para divulgar e propagar as políticas públicas: de combate as drogas, a gravidez na adolescência, da conscientização do sexo com segurança/preservativo. O carnaval pode ser utilizado para dizer à população que é possível se divertir sem levar armas, sem agredir o próximo, de entender o (não do outro, seja homem ou mulher), respeite o “não”.

Se no carnaval, segundo as estatísticas aumentam o número de assédios sexuais , assim, pode se fazer desde encontro cultural uma “injeção para contagiar” o respeito à mulher, a opção sexual de cada um, de cada uma. Portanto, pode se fazer do carnaval o grande encontro da democracia, da cultura, da arte, do afeto, do riso, e, acima de tudo, da compreensão do espaço da diversidade.

Dito isto, cito algumas manifestações do carnal que repercutiram no Brasil e no mundo, aduziram a questão do poder econômico, dos países de primeiro mundo, referindo à sua evolução, retrataram a cultura das religiões de matrizes africanas, da história do Brasil (principalmente, do processo escravocrata, que assassinou sonhos, ocultou a realidade, atrasou o crescimento cultural e político do Brasil). Creio que o mais dramático de todas estas características expostas na maior festa de rua do mundo- é ter a figura do líder, do presidente do país apresentada como “palhaço” nas suas ações e exposições.

Dado ao exposto, contesto o que expressei na introdução deste texto, dos escritos de alguns intelectuais e religiosos, os quais demonizam o carnaval como o espaço/encontro de apenas relações negativas; “ que o indivíduo pobre, proletariado, trabalha o dia todo, outros, muitas vezes com uma alimentação precária, encontra forças para a noite pular, rir, assistir a sua escola de samba favorita, correr atrás do trio elétrico ,etc.”.

Consequentemente, esquecem estes religiosos e intelectuais que o carnaval gera milhões de empregos indiretos, faz a economia circular em mais de oito bilhões de reais, cria uma renda sazonal em várias localidades do país. Também, propaga a imaginação das pessoas, cada um em seu contexto, com suas temáticas, seus carros alegóricos, desenvolve uma maneira de pensar e vê o mundo por outros horizontes, principalmente pelo protagonismo das mulheres, a intolerância religiosa e de gênero, pelo mudo educacional, o mundo histórico/social, o mundo do gueto, o mundo onde as políticas públicas ainda não chegaram, o mundo em que os problemas ainda não estão nas agendas dos governantes para serem debatidos e solucionados.

*João José é Sociólogo e agente público no Estado da Bahia.

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O Carnaval é um custo ou investimento em uma cidade turística?


Prof. Reinaldo Soares.

Prof. Ms. Reinaldo Soares.

Como Mestre em Cultura e Turismo, afirmo que o Turismo é uma das principais atividades econômicas. É a indústria sem chamiminé. Ele consegue impactar em todas as camadas sociais.

Em uma cidade de clima tropical como Ilhéus, o verão é a estação mais esperada. O momento principal do verão é o Carnaval. Fala-se que no Brasil, o ano novo inicia depois do carnaval, tamanha sua influência e expectativa.

Se desejamos que Ilhéus seja uma cidade turística, não podemos reduzir a programação oficial de dezembro a janeiro, muito menos abdicar do carnaval com justificativas que não se sustentam.

Em janeiro de 2017, o Governo Municipal decretou estado de emergência na Saúde quando vivíamos uma crise dengue e chikungunya e um mês depois realizou o carnaval.

Reformas de Escolas não se faz apenas em final de governo, mas durante todos os anos e em período de férias escolares de forma planejada.

O carnaval, mais do que uma manifestação cultural, é um fonte de receita para o Município e renda para os moradores. É o momento que o ambulante desempregado pode vender seus produtos e sustentar sua família. É o momento que as pousadas e hotéis ampliam sua ocupação gerando emprego na cidade.

Portanto, planejar e executar o carnaval e outros eventos de impactos turísticos, é ter noção da importância do Turismo para o desenvolvimento econômico de ilhéus. Quem assim não faz, desconhece essa importância, age de forma amadora.

Municípios como Salvador, Porto Seguro, Itacaré, Canavieiras, Prado e tantos outros, realizam o Carnaval pois sabem o quanto esse evento Momesco traz recursos para o Município e seu povo.

Chegamos ao patamar, que as trevas têm conduzido a luz. É tempo para renovar, mudar é o caminho!

*Prof. Reinaldo Soares, é Mestre em Cultura e Turismo pela UESC/UFBA, Diretor do IBEC e da Faculdade Santo Agostinho e Presidente do Diretório Municipal do PTB.

*Os Artigos são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Pontal no caminho da lama sem pai e sem mãe


Por José Rezende Mendonça

“O pau que nasce torto não jeito morre torto”. Este adágio popular é bem peculiar para as diversas aberrações que vem ocorrendo no bairro do Pontal. Mas, dentre tantas, neste relato vamos dar ênfase a dois aspectos: aos proprietários de boa parte das ruas aqui do bairro, que atendem pelo nome de locadora de veículos.

Fato comentado, repetido, discutido rediscutido e que já perdura por mais de dois anos, mesmo depois de várias reuniões com algumas secretarias do município e o ministério público. Além de vários abaixo assinados, entregues a quem de direito, com registro em atas.

Como todas as promessas sobre este caso específico, foram jogadas no lixo e no esquecimento. Com isso, as locadoras teimam em fazer das ruas do Pontal, seus estacionamentos, garagens e até posto de lavagem, onde a lama é jogada diretamente na boca de lobo (bueiro). Uma verdadeira bagunça, deixando o trânsito caótico e infernizando a vida dos moradores, que não tem mais pra quem a pelar.
E não tendo pra quem apelar, fizeram suas próprias leis, sinalizando suas portas com pirulitos, gelos baianos, cones e paralelepípedos, dando um aspecto de descaso, de terra sem lei, do “aqui ninguém tasca, que eu vi primeiro”.

Como sabemos, a maioria destes carros locados, vão para Itacaré, península de Maraú, até Barra Grande, e no retorno com “lama até o pescoço”, são largados nas portas de quem muitas das vezes nem veículo tem. Sendo obrigado a realizarem a limpeza da rua, por conta própria, pois nem garis, nas ruas do Pontal passam mais.
A lama é simplesmente canalizada com as águas da chuvas para a rede pluvial, que já é precária, pois nunca fora revitalizada nestes últimos 43 anos, apenas remendos e mesmo assim, quando não tem mais jeito, e até uma criança sabe as consequências disso.

Uma das maiores locadoras de aluguéis de carros no Pontal, simplesmente, ignorando a tudo e a todos, instalou um lava jato na atual Rua Juca Pinto (antiga Rua D. Pedro – II), até aí parece tudo tranquilo, mas, não o é. E por assim saber da impunidade, tão peculiar no Brasil, resolveu jogar toda lama (barro), proveniente das lavagens dos carros, DIRETAMENTE na calçada, que escorre paralelamente junto ao meio fio, e outra quantidade pela pista de rolamento, que se encaminham pra a boca de lobo (bueiro).

Os pontalenses no passado, tinham um bairro pitoresco, conservado, limpo e agradável pra se morar. Hoje assistem pasmos um novo bairro pedinte, que em breve, já poderá optar pelo “Bolsa Família”, pois, é o único bairro da zona Sul sem rede de esgoto; sem um posto médico, que se arrasta numa reforma sem fim; sem varredores de rua, onde a maioria delas mais parece uma “tábua de pirulito”; sem placas de sinalização vertical e placas de orientação de trânsito, e as que tinham foram tiradas, e ninguém sabe e ninguém viu; deixando os turistas, sem saber pra onde fica o aeroporto. Sem contar o abandono que deixaram nossa única praça, que foi requalificada há mais seis anos, pela força de um bairro criativo, que praticamente não existe mais. A Avenida Lomanto Júnior e a Rua 13 de Maio, que juntas, são as principais e únicas na ligação Centro/Sul/Centro, que mais parecem uma colcha de retalhos, com calçadas sujas, arrebentadas, bueiros entupidos, etc….etc….

Será que não seria mais prático e barato, restaurar a Rua 13 de Maio com uma camada de asfalto, como fora feito em algumas ruas da cidade? E não venham para cá, nos dizer que, recapear a 13 de Maio não é viável, devido não haver a rede de esgoto. Mas, se for por isso, que interditem o Pontal, o deixem de vez, sem pai e sem mãe.

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José Rezende Mendonça é Técnico Agrícola, aposentado/CEPLAC – Fotointérprete Especialista em Cartografia e Aerofotogrametria, na interpretação de fotos aéreas, imagens de radar e satélite.

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