Mestre Virgílio é Doutor Honoris Causa da Uesc


Reitor e professor Dr. Alessandro entregou a honraria ao Mestre Virgílio.

José Virgílio dos Santos – o Mestre Virgílio – um dos mais importantes divulgadores do conhecimento e da prática da Capoeira Angola na Bahia e no Brasil é Doutor Honoris Causa. A sua trajetória o qualificou a receber, nesta segunda-feira (24), o título pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), durante reunião extraordinária do Conselho Superior (Consu), no Auditório do Centro de Arte e Cultura da Instituição.

Para o reitor da Uesc e presidente do Consu, professor Dr. Alessandro Fernandes de Santana “o título de Doutor Honoris Causa ao Mestre Virgílio, mestre de Capoeira, é importantíssimo para nossa Universidade. No momento em que o país passa por um período de intolerância, a Uesc através do seu Conselho Superior dá uma demonstração inequívoca de reconhecimento a arte da Capoeira, de reconhecimento a uma pessoa que passou a sua vida lutando pelo melhor entendimento entre os povos. Esse título outorgado ao mestre Virgílio na realidade, é um título que está sendo outorgado a Capoeira baiana, a Capoeira brasileira e a Capoeira Angola. A Universidade sente-se extremamente honrada em conceder esse título, por unanimidade, tanto para arte da Capoeira como para cultura da região Sul da Bahia quiçá da Bahia e do Brasil.”

A autora da proposta, a professora Dra. Camila Righetto Cassano, do Departamento de Ciências Biológicas (DCB/Uesc) lembrou em seu pronunciamento que “a trajetória de vida e resistência, suas produções artísticas, o apoio e incentivo a grupos de capoeira e a manutenção da tradição da Capoeira Angola em sua linhagem demonstram o saber e o fazer de Mestre Virgílio em prol da cultura afro-brasileira, tendo a cidade de Ilhéus como ponto de origem. Tais atributos conferem a Mestre Virgílio as qualidades que justificam a concessão do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz, o qual se destina à “personalidade que se tenha distinguido pelo saber ou atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou de melhor entendimento entre os povos”.

Depois de várias homenagens de mestre de capoeira, lideranças da arte e cultura do Sul da Bahia, Ilhéus e Salvador , on-line, bastante emocionado o Mestre Virgílio declarou que tinha caminhado muito, mas não tinha se apercebido onde chegou. “Cheguei aqui pela graça de Deus e o apoio de todos vocês. Este título que recebo não é meu, vai ficar na parede porque ele é de todos vocês,” disse se dirigido aos professores e ao seu grupo de Capoeira. “Caminhei pelo Brasil e fora daqui. Sempre fui alegre graças a Deus. Minha trajetória de vida até aqui foi muito alegre, sempre me dei bem com todos, com os meus alunos e com todo mundo,” prosseguiu o Mestre.

Em trechos do parecer que compõem o processo de solicitação de título de Dr. Honoris Causa a Mestre Virgílio, emitido pela professora/Dra Flávia Alessandra diz que “Por meio da Capoeira Angola, Mestre Virgílio expressa uma forma africana e afro-diaspórica de conhecimento orgânico, o qual não se pode adquirir nos poucos anos de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado da academia ocidental clássica. O saber-fazer compartilhado pelo Mestre Virgílio é indissociável de valores negros que, não por acaso, foram edificados na ancestralidade africana. Mestre Virgílio é uma biblioteca vigorosa, complexa e pujante…”

Outro parecer dado pela professora/Dra. Luzineide Miranda Borges afirma “Mestre Virgílio traz na sua trajetória de vida, escrita pela sua corporeidade nos movimentos encantados pelo toque do atabaque e som do berimbau, a memória coletiva do seu povo, da cidade de Ilhéus, da Bahia e do Brasil. Um povo que não se reconhece e não escreve a sua própria história corre o risco de viver invisibilizado e subjugado.”

Turismo e Cultura ganham novos horizontes após Audiência Pública realizada na Câmara de Ilhéus


Ainda há um abismo gigantesco entre as políticas públicas voltadas para os segmentos da Cultura e do Turismo de Ilhéus e a relação direta que especialmente a Prefeitura – independente de qual governo esteja no poder – mantém com os protagonistas destes dois importantes setores. Enquanto a cidade possui uma moderna legislação para abrigar e proteger os dois segmentos e fazê-los avançar, artistas e empresários se sentem desprotegidos, solitários, à espera de ações mais efetivas que possam fazer “a roda girar”. Para todos.

Essa foi a principal conclusão tirada hoje (12), durante Audiência Pública realizada pela Câmara Municipal de Ilhéus para discutir o futuro dos dois segmentos, tidos como fundamentais para o processo de crescimento da economia da cidade, especialmente no período da pós-pandemia. “Isso acontece por que ações isoladas não avançam. É preciso trabalhar em grupo”, resume o presidente da Academia de Letras de Ilhéus e representante Fundação Cultural do Estado da Bahia no evento, Pawlo Cidade.

Grupo de Trabalho

A audiência reuniu representações artísticas, políticas e empresariais de Ilhéus e foi considerada um absoluto sucesso pelo propositor, o vereador Alzimário Belmonte, o Gurita (PSD). Participaram ainda os vereadores Cláudio Magalhães (PCdoB), Kaíque Souza (Podemos) e Ederjúnior dos Anjos (PSL). Um Grupo de Trabalho começa a atuar já na próxima quinta-feira (19), a fim de elaborar uma estratégia de aproximação entre governo e sociedade, viabilizando ações que beneficiem os dois setores, com uma pauta definida e um objetivo planejado.

“O caminho é parar com a política de balcão e democratizar recursos por meio de edital, com lisura e com rigor”, opina a cantora e compositora Eloah Monteiro. Ao receber o convite para participar do evento, ela chegou a pensar em não comparecer. “Resisti, estava com a sensação de descrença”. A artista lembrou que em 2019 apresentou – e foi aprovado com apoio da Prefeitura – um projeto artístico colocando Ilhéus na maior rede de música autoral do mundo. O evento foi realizado. Mas até hoje ela aguarda o repasse a que tinha direito. “A arte é um desafio para todos nós. Eu só existo se eu mesma me financiar”, lamentou.

Ideia, ação e resultado

A mesma sensação de Eloah é partilhada pelo empresário Átila Eiras, presidente da Associação de Turismo de Ilhéus (ATIL). “A cabeça do empresário é clara. Pensamos nesta ordem: ideia, ação, resultado. O plano existe. É praticar. Mas o sentimento é de que sempre estamos fazendo tudo de novo”, afirmou. Eiras destacou que, lamentavelmente, o potencial turístico de Ilhéus ao longo dos anos não saiu do lugar. “É o mesmo que ter uma Ferrari na garagem, ficar olhando pra ela e não andar com ela. É diferente de quem tem um fusca, anda e faz a roda girar”, comparou.

Liderança importante do terceiro setor, a ativista social, Socorro Mendonça, do Instituto Nossa Ilhéus, disse que mesmo diante desta realidade, a cidade precisa acreditar que um dia pode ser diferente. Ela destacou a audiência pública como uma oportunidade de mostrar ao poder público que a sociedade se preocupa com a cidade e quer acertar. “Para isso é preciso que tenhamos consciência do que está sendo adotado. Onde estamos e onde queremos chegar. As oportunidades e os desafios. E o que é mais importante: o que fortalece e o que nos enfraquece”, apoiou a artista popular, Janete Lainha, que defende a mesma tese.

Falta espaço

A cantora Laís Marques lembrou que é inconcebível que esteja num lugar com tantos artistas e que não se sinta parte dos espaços artísticos da cidade. O ex-vereador Paulo Moreira foi além. Para ele, faltam projetos bem elaborados e priorizar o que, de fato, possa ser elemento gerador de emprego e renda. “No Turismo, por exemplo, a realidade é que ele seja pensado como produto e não mais de forma amadora”, destacou.

Em geral, a maior queixa para o segmento do turismo é a falta de um calendário promocional fixo e a necessidade da melhoria de serviços na cidade, como o seu aspecto visual. “Uma campanha de limpeza pública não se restringe ao lixo que é retirado da cidade. Ilhéus começa da praia pra dentro. E as praias são abandonadas”, lamenta o empresário do ramo de hotelaria, Raimundo Júnior. Para ele, “as regras estão aí, mas a prática não é feita”.

Um outro olhar

Na cultura, o número limitado de espaços culturais e uma forma mais transparente na contratação de artistas, sem privilégios de grupos apadrinhados, são a principal queixa. “Não estamos dentro de uma caixinha. Não somos apenas academias. Somos grupos de dança nos bairros. A dança tem que ser vista uma ação física, educacional, artística e cultural. Estou aqui pedindo um olhar, espaços e oportunidades. Olhem para as praças, os espaços culturais, onde podemos nos apresentar”, reivindicou Bianca Lavigne, do Setorial de Dança.

Esta falta de estrutura é confirmada pela professora Sheila Carvalho. Há 20 anos a Associação Cultural Amigos de Morpheu, da qual é integrante, mantém uma quadrilha junina, representando o bairro Nelson Costa. “A gente ensaia no meio da rua, muitas vezes na chuva”, afirma. No restante do ano, ela assegura que a sua entidade tem projeto, mas não tem espaço para desenvolvê-los.

“Nadando contra a correnteza”, o diretor artístico Ed Paixão toca, com parcos recursos, a construção de um Centro Cultural no populoso bairro Nossa Senhora da Vitória, na zona sul. Metade da obra já está levantada. O centro cultural será um ambiente de formação artística. “O que queremos é parar de digitar o nome do bairro no Google e só aparecer fotos de jovens negros assassinados”, afirmou.

Protesto

Mas se por um lado, o projeto segue firme, por outro Ed se sente sem voz na sociedade. Aproveitou a audiência para protestar e entregar sua carta-renúncia como membro do Conselho Municipal de Cultura. Segundo informou, trata-se do terceiro conselheiro a tomar esta decisão. E o motivo é sempre o mesmo: falta de apoio. “A arte e cultura não estão aqui para mendigar. Elas existem. Precisam ser fomentadas”, protesta Taíná Melo, membro do Fórum Permanente de Cultura. “Turismo não se faz com pessoas amadoras. Precisamos passar desta fase, passar para outro patamar”, reivindica Edson Alves, estudante de Gestão de Turismo no IFBaiano, em Uruçuca.

Manto da invisibilidade

“A população não vive o turismo. Acha que o segmento ganha dinheiro sozinho na cidade. Mas é importante destacar que o dinheiro circula, beneficia a todos”, defende Jorge Fonseca, presidente da Associação dos Cabaneiros da Praia do Sul. Já o membro do Membro do Movimento Cultural Povos de Terreiros de Ilhéus, Egbon (irmão mais velho) Alaboji, queixa-se do número de jovens negros mortos e de casa de religião depredadas por conta de atos de intolerância religiosa. “Nosso pedido é para rasgar o manto de invisibilidade que nos assola”, protesta. “Que a sociedade tenha um olhar para o gospel como forma de cultura real”, reivindica o músico Anderson Silva, da Associação dos Músicos Evangélicos de Ilhéus.

O fato é que a Audiência Pública de hoje deu vez e voz a diversos setores da cultura e do turismo de Ilhéus. A partir de agora, o grupo vai trabalhar para que, de forma coletiva, essas reivindicações ecoem pelos corredores dos poderes públicos e, juntos, possam construir um novo ambiente para os dois setores, considerados grandes alternativas para que Ilhéus possa avançar a caminhos dos seus 500 anos. “O Turismo, de fato, nesta pandemia, foi o primeiro setor a ser atingido e o último a retornar. Façamos deste retorno o recomeço. Mas é preciso, também, começar a agir, de definir prioridades e quando novos recursos chegarem, sabermos como e em que vamos investir”, destaca Margareth Araújo, superintendente do setor na Prefeitura. “A sociedade é quem deve fazer a cultura. O nosso papel é de estabelecer mecanismos para que isso aconteça”, reconhece a superintendente de Cultura do município, Jennifer Horrana.

A Audiência Pública também homenageou, com um minuto de silêncio e aplausos, o produtor, gestor cultural e regente, Letto Nicolau, que faleceu na noite de ontem, vítima de um infarto. Letto é fundador da Sociedade Filarmônica Capitania dos Ilhéos, um dos mais bem sucedidos projetos sociais do município.

Câmara realiza audiência pública para debater ações para o segmento da cultura e do turismo em Ilhéus


 

Vereador Gurita (PSD).

A Câmara de Ilhéus vai realizar amanhã (12), uma Audiência Pública para debater políticas públicas voltadas para os segmentos da cultura e do turismo no município. O evento ocorrerá às 9 horas da manhã, com transmissão pela TV Câmara, através das redes sociais do poder legislativo. A iniciativa é do vereador Alzimário Belmonte, o Gurita (PSD).

A ideia – revela o autor – é atrair e mobilizar a população, empresários, entidades e o poder público que estejam interessados na implementação do turismo e da cultura como fonte de emprego e renda. “Queremos ouvir sugestões para a elaboração de um plano de ação permanente para o segmento turístico de Ilhéus”, destaca.

Ilhéus: Exposição e Sarau Jorge Amado homenageiam escritor pelos 109 anos


Em memória ao aniversário de 109 anos de Jorge Amado, nascido em 10 de agosto de 1912, a Prefeitura de Ilhéus convida ao público para o lançamento da exposição de arte que acontecerá no Museu da Capitania, dia 6 de agosto, nesta sexta-feira, das 9h às 17h. Até o dia 17 de setembro, o talento da expositora e artista, Manu Pessoa, estará expresso em obras que homenageiam o escritor que exportou Ilhéus para o mundo.

A iniciativa conta com a realização da secretaria especial de Cultura da Prefeitura de Ilhéus, do Museu da Capitania de Ilhéus, do Centro de Estudos e Pesquisa de Olivença e Ilhéus (CEPOI) e com o apoio do Vesúvio Praia.

Ainda em clima de homenagem ao escritor, a Prefeitura de Ilhéus estará apoiando o Sarau do Jorge, promovido pela Casa Jorge e Nacibe, dia 7 de agosto, em Olivença, onde será valorizada a, economia criativa local com recital de cordel pela Mestra Lainha, e a discotecagem de vinil do DJ Seu Múcio. O endereço fica na Rua Hortência Castro, nº 159.

Museu da Capitania de Ilhéus recepciona representantes de Canavieiras


Neste último sábado (17/07/2021), em retribuição à visita técnica realizada pela equipe do CEPOI/Museu da Capitania de Ilhéus -MCI em Canavieiras, foram recepcionados em sua sede, a equipe da Secretaria Municipal de Cultura de Canavieiras, e, a sociedade civil organizada daquela localidade para conhecer não apenas o projeto do Museu, mas suas dependências. A equipe de Canavieiras composta por: José Amorim Cruz – Secretário de Cultura, Antonio Moura – Artesão e Diretor da Biblioteca Pública, Caio Peltier Loureiro – Associação Apaixonados por Canavieiras, Eliomar Thesbita – Artista Plástico representando a Associação Movimento Cultural de Canavieiras (AMOC).

O encontro foi coordenado pelo professor Geraldo Magela e Rogério Matos que apresentaram o Museu da Capitania e sua equipe, demonstrando que o apoio da comunidade, para qualquer unidade museográfica é o segredo para o sucesso. Denotou ainda que o Museu está entre um dos maiores do interior do Estado da Bahia, e, que o reconhecimento desta unidade vem do trabalho voluntário de historiadores, doadores, museólogos, artistas, produtores culturais, contando com o apoio do Prefeito Mário Alexandre e do Secretário de Cultura e Turismo – Fábio Junior, todos com o objetivo de construir em Ilhéus, um grande Museu que corresponda a sua história, e que sem estas pessoas vocacionadas, seria apenas, mais um lugar vazio e sem uso para a região e seu povo.

Encantados com a estrutura e o espaço do Museu, Geraldo Magela propôs a criação de uma Rede de Museus vinculados ao Museu da Capitania de Ilhéus, e que através da expertise do grupo atual pudessem ser criados pequenos Museus nas cidades turísticas. A ideia teve uma resposta positiva, pois cada cidade teria sua cultura e história resgatada e salvaguardada, sendo criado grupo de trabalho para implantação na cidade de Canavieiras. O Secretário de Cultura de Canavieiras informou que o Prefeito Dr. Almeida está muito interessado e que já tomou providências para a implantação de unidade museográfica neste município.

Artistas da Bahia na Justiça pelo direito de sobreviver


Por Randolpho Gomes

A verdadeira dimensão da tragédia humanitária ao qual estamos imersos nesse momento, ainda não sabemos de fato, mas, é incontestável os efeitos danosos que tudo isso vem acarretando na saúde física e mental das pessoas. Cada um reage e segue reagindo de maneiras diferentes. Uns com resiliência, outros com mais sofrimento, e todos, sem exceção, com sentimentos e sensações nunca antes experimentados pela imensa maioria dos viventes no globo terrestre.

Ante essa situação, com medidas sanitárias restritivas, distanciamento social, proibição de aglomerações, etc, alguns setores da economia sentiram o baque muito mais do que outros. Alguns segmentos, mesmo em meio a incertezas, flexibilizações e o risco de novas variantes, já esboçam retornos, ainda que lentos, porém já apontando para a retomada da normalidade em pouco tempo. Sem citar aqueles poucos abastados que conseguiram enriquecer ainda mais durante esse período pandêmico.

Porém, algumas categorias há muito já acenderam todas as espécies de alertas vermelhos devido às suas situações econômicas, a exemplo da classe artística, em especial o pessoal do teatro, produtores e demais trabalhadores de eventos. Não são poucos os relatos de atores, roadies, músicos, técnicos de som, de iluminação, etc, que estão sobrevivendo graças a ajuda de amigos e parentes, ou sendo obrigados a exercer outras funções para conseguir comprar alimentos. Não é a toa que uma Lei específica, a Aldir Blanc, foi criada para tentar amenizar um pouco a complicada situação desses profissionais que tanto contribuem para nossos entretenimentos. Aí que começa um pouco do problema!

A LEI – Regulamentada em setembro do ano passado pelo Governo Federal, a Lei Aldir Blanc previu a liberação de R$ 3 bilhões, sendo a metade para estados, e a outra aos municípios, que poderiam ser destinados ao pagamento de três parcelas de uma renda emergencial a trabalhadores do setor, para a manutenção de espaços culturais, ou ser utilizada como recurso a ser aplicado em projetos selecionados por editais e chamadas públicas.

Na Bahia, o quinhão que coube aos estados, R$ 98,6 milhões, ficou sob a tutela da Secretaria de Cultura (Secult), que através das suas subdivisões e autarquias, promoveu formas específicas da distribuição dos recursos. Ao todo foram classificados e habilitados, entre projetos e propostas, 1.810 trabalhos, além da contemplação de 2.823 trabalhadores com a estipulada renda emergencial, e a realização do cadastro de 24 mil pessoas que atuam direta ou indiretamente com as artes.

Coube a uma dessas referidas extensões da Secult, no caso a Fundação Cultural da Bahia (Funceb), a maior parte dos recursos. Com mais de R$ 57 milhões disponíveis, os valores foram destinados para premiar 800 propostas, no Prêmio das Artes Jorge Portugal, que abarcou projetos envolvendo linguagens de Dança, Teatro, Circo, Artes Visuais, Música, Literatura e Audiovisual; e mais de R$ 900 mil, no Prêmio de Exibição Audiovisual.

Dentre os projetos classificados no Prêmio Jorge Portugal, cinco deles foram inabilitados, com a justificativa de possuírem problemas em algumas das documentações exigidas no edital. São eles: “Criação e Crítica na Literatura da Bahia”, proposto por Silvana Carvalho Fonseca; “Edição do livro Xaxado e o Boi de Ouro”, por Vitor Sousa da Silva; “Digitália”, por Bit Media LTDA; “Capa Revista”, de Marcos Borges Fonseca Filho; e “A Vida é uma Rima – uma História de Teatro”, do Teatro Popular de Ilhéus.

Ao todo, esses projetos somam o valor de R$ 500 mil, que estão sendo ansiosamente esperados para apaziguar parte do caos instaurado na vida financeira das centenas de trabalhadores envolvidos diretamente nesses projetos.

Porém, tal situação acabou culminando numa desnecessária querela judicial entre os proponentes dos trabalhos desclassificados, e a direção-geral da Funceb, que, por incrível que pareça, encampa na justiça uma verdadeira batalha para não pagar esses projetos, agravando um pouco mais a já delicada situação financeira dos trabalhadores das artes envolvidos nesses projetos.

JUSTIÇA – De acordo com Wilson Feitosa, advogado do Teatro Popular de Ilhéus, uma das entidades que teve o projeto desclassificado, foi necessário entrar na Justiça, porque o trabalho apresentado foi devidamente aprovado, selecionado, e atendeu todos os critérios da análise técnica do projeto, o que de fato deveria fazer a diferença, porém foi consider
ado inabilitado por não ter apresentado o CNPJ no formato exigido, ou seja como Cartão CNPJ.

O representante jurídico do TPI explica que o documento exigido é facilmente consultável e obtido na internet, além do número constar em diversas outras documentações que foram apresentadas na mesma oportunidade. “ A administração da Funceb tinha várias opções, além de inabilitar a proposta, poderia ter sanado esse vício internamente, com uma mera consulta na internet, poderia ter notificado o TPI para que pudéssemos trazer a documentação em um prazo de três dias. Porém nada disso foi feito, e resolveram sumariamente inabilitar a proposta”, informou.

Segundo o advogado, essa situação motivou o Teatro Popular de Ilhéus a ajuizar ação contra a diretora-geral da Funceb, impetrando um mandado de segurança, que teve liminar negada, “apesar de uma série de precedentes do próprio Tribunal de Justiça da Bahia”, ressalta.

Ele afirma que ante isso, entraram com um recurso de “agravo de instrumento”, que foi aceito pela Justiça, onde foi pedido “ a imediata habilitação do projeto, com base na sanabilidade do vício”. Ou seja, diz o advogado, se existia um problema que foi a falta da apresentação do cartão, nós pedimos que fosse nos dado um prazo para resolvermos o problema em caráter de urgência, fundado entre outros aspectos, no fato de que o recurso teria que ser devolvido para a união, caso não fosse utilizado.

Ainda de acordo com o advogado do TPI, Wilson Feitosa, após a decisão da Justiça favorável ao projeto, houve por parte da Funceb um recurso, objetivando cancelar a liminar concedida, só que até o momento não foi aceito, e nem tirou a sua validade, como era o objetivo da outra parte envolvida. “A nossa liminar está vigente, houve a publicação da habilitação, mas o problema não foi resolvido até o momento”, informa.

O advogado frisa que no edital do prêmio Jorge Portugal consta que habilitação e premiação são etapas consideradas como etapas únicas. Ou seja, se foi habilitado, como ordena a Justiça, já era para o valor ter sido pago. O que até o momento ainda não aconteceu. “O grande problema é que temos uma publicação oficial de uma habilitação, mas sem efeito prático”, finaliza em tom de lamento o advogado.

Vale ressaltar que essa postura por parte da direção da Funceb, vai de encontro a uma determinação da Procuradoria Geral do Estado (PGE), afirmando que, no âmbito dessas premiações, em função da pandemia e da urgência de que os dinheiros cheguem aos proponentes, a Secult, como um todo, deve abrir mão do rigor e aceitar os documentos faltantes, ou rasurados. Mesmo assim a referida autarquia da Secult foi na direção contrária à decisão, já que os recursos estão disponíveis desde janeiro e até então não foram pagos Além disso, a própria Procuradoria Geral do Estado, que estava defendendo a Funceb nessa querela jurídica contra os artistas, resolveu sair do caso ao constatar a decisão da PGE.

PREJUÍZOS – Um dos proponentes dos trabalhos inabilitados, Romualdo Lisboa, diretor do Teatro Popular de Ilhéus, afirma que o grupo está ansioso para realizar esse projeto, que é basilar para o futuro do TPI. “São 25 anos de atividades ininterruptas que teriam como comemoração um espetáculo cheio de afetos. Infelizmente tudo ficou suspenso por causa da burocracia”, ressalta.
Lisboa afirma não entender o porquê da Funceb ter entrado com recurso para não pagar o projeto, já que se trata de dinheiro público, e que se não for usado será devolvido. “Estamos precisando, não faz sentido”, lamenta.

ESTADO CONTRÁRIO – Se, como foi citado no começo desse texto, não sabemos ainda a dimensão e consequências de toda essa tragédia humanitária que acomete o planeta, cabe aos governantes e órgãos de estado, assim imaginamos, agir para conduzir e buscar livrar a população dos seus países a sair o mais rápido possível dessa crise . Ou, pelo menos, usar do aparato estatal e suas ramificações, visando amenizar ao máximo o sofrimento do povo. E não o contrário, onde se percebe a descabida mobilização de energia para dificultar ainda mais as suas já sofríveis situações. E, infelizmente, em toda essa situação relatada envolvendo a Funceb e os artistas baianos, é justamente isso que transparece. O que é algo completamente absurdo!

Informações do site BA 001/ Por Randolpho Gomes.

Roteiros turísticos de Ilhéus são apresentados em aula durante curso de capacitação para guias


A Prefeitura de Ilhéus está investindo na capacitação dos guias de turismo do município com a promoção do curso “Capacitação em Turismo, Educação Patrimonial e Museus”, realizado pela Agência para o Desenvolvimento Regional, “OIKOS”, através da secretaria de Cultura e Turismo (Secult). O treinamento, que vai até o dia 21 de junho, contou nesta semana com uma aula presencial nesta última segunda-feira, 7, onde os cursistas apresentaram roteiros construídos  como os roteiros da capitania, do cacau, dos rios e dos jesuítas e índios, seguindo os protocolos de segurança e prevenção contra a Covid-19.

De acordo com a Superintendente de Turismo, Margareth Araújo, a importância desta capacitação para os guias locais contribui para o desenvolvimento e a expansão do turismo da cidade. “Os novos roteiros serão um atrativo a mais para o turista que nos visita. Esta capacitação ensina a receber o turista, para que retorne à cidade e divulgue a nossa boa receptividade”, explicou.

Na aula presencial, o diretor da OIKOS, Roberto Garcia, dirigiu as apresentações e os roteiros expostos pelos guias foram avaliados pela mesa julgadora, que além da representante da superintendência de turismo, foi composta pelo diretor-presidente da OIKOS, Vladimir Hughes, pela museóloga Vitória Bispo e o mestre em Ciências e gestor de Turismo, Luiz Felipe Mendes.

De acordo com a Secult, em um momento posterior, os roteiros serão filmados, editados e os vídeos serão disponibilizados para divulgação em hotéis, pousadas e agências de turismo.

Audiência pública debate impacto da pandemia nos festejos juninos do Brasil; Sessão da Comissão de Cultura da Câmara será nesta terça-feira (1º/6


Deputada Lídice da Mata. Foto arquivo.

A Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados (CeCult) realiza, nesta terça-feira (1º/6), às 14h, audiência pública para discutir os impactos econômicos, sociais e culturais da pandemia nos festejos juninos do Brasil. A autoria do requerimento é da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) e a presidente da CeCult é a também deputada Alice Portugal (PCdoB-BA).

O encontro, que será semipresencial, contará com a presença de artistas, representantes de associações culturais, de entretenimento, da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas, do Poder Público e do Observatório da Economia Criativa da Universidade Federal da Bahia, que desenvolveu um amplo estudo sobre o cancelamento das festas de São João no Estado.

A Audiência Pública será transmitida no canal do YouTube da Câmara dos Deputados (https://abre.ai/audienciafestajunina) e também no Facebook da deputada Lídice da Mata (facebook.com/lidicedamata).

EDITAL DE CHAMAMENTO (PRORROGAÇÃO)


EDITAL DE CHAMAMENTO (PRORROGAÇÃO)

Informamos que para ampliar a quantidade de expositores a serem selecionados para o Edital Arte Livre – Minha Ilhéus, coordenado pelo Centro de Estudos e Pesquisas de Olivença e Ilhéus – CEPOI, prorrogamos as inscrições por mais três dias, vencendo o este período no dia 20/04/2021. Para se inscrever Clique Aqui. Tenha também acesso ao Chamamento Inicial. Quaisquer dúvidas ou solicitações, ou até mesmo para enviar o formulário de inscrição, favor enviar para os e-mails já apontados no rodapé do edital: [email protected] ou [email protected].

LINK DO FORMULÁRIO: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScx6bWG0BsroIM-JGQWvwj5ggX5CgWlEdOBqt5K6Qts5hNL4w/viewform

Ilhéus FM abre chamada pública para artistas regionais


Os artistas da Música Popular Brasileira que atuem no sul da Bahia tem uma oportunidade de ampliar a divulgação dos seus trabalhos na rádio Ilhéus FM 105.9. O projeto Brasileiríssimo, da emissora, está promovendo uma chamada pública para que os músicos enviem seu material de trabalho para que a produção analise o conteúdo.

O projeto Brasileiríssimo, nome homônimo de um dos programas de nossa grade de atividades, se configura como um programa de rádio que visa a valorização da música regional, sobretudo a canção ilheense.

O projeto será executado diariamente, sempre às 6h, e não se limitará a executar músicas locais, mas sim explicar o que elas significam quem são os compositores, ano de gravação, contexto do período de construção, importância cultural do artista ou banda e buscar a fundo sempre que possível quais as motivações para a construção de cada uma das canções.

Serão escolhidos, por uma comissão especial, 20 (vinte) artistas da música ilheense dos mais diversos estilos, passando por Mpb, Rock, Arrocha, Reggae, Gospel, Rap, Axé, Samba, Pagode, Forró e eletrônico para serem homenageados durante 10 (dez) semanas.

As inscrições começam no próximo dia 01° e vão até o dia 09/04. A seleção será feita de 12 a 15 de abril e o resultado será divulgado no dia 19 do mesmo. O início do projeto é dia 30 de abril.

O formulário estará no instagram oficial da rádio @ilheus_fm e pode ser acessado por aqui . É preciso fazer login com e mail pessoal para ter acesso. O projeto tem incentivo da Secretaria municipal de Cultura, Lei Aldir Blanc e Governo Federal.