Por Jamesson Araújo
A derrota de Adélia Pinheiro (PT) nas eleições municipais de 2024 em Ilhéus não apenas enterrou o acordo que a levou a ser candidata a prefeita, mas também lançou dúvidas sobre seu futuro político. Em entrevista ao programa *O Tabuleiro* nesta sexta-feira (04), o presidente do PT de Ilhéus, Ednei Mendonça, revelou que o apoio do PSB à campanha de Adélia estava atrelado a uma contrapartida: o aval para a candidatura de Bebeto (PSB) em 2026. Com a derrota, o acordo se desfez, e agora Adélia mira uma vaga na Câmara Federal—mas sem o mesmo respaldo que teve na corrida municipal.
O cenário para 2026, no entanto, parece ainda mais desafiador. Diferente de 2024, Adélia não contará com o apoio de nomes como Bebeto, dos ex-vereadores Jerbson Moraes, Augustão, e tantos outros, ou mesmo de partidos aliados, que já terão suas próprias estratégias eleitorais. Até mesmo Ednei Mendonça, que ajudou a costurar a aliança em 2024, declarou que não votará nela se o deputado federal Josias Gomes (PT) concorrer: “Se Josias for candidato, votarei nele”, afirmou.
A eventual candidatura de Adélia a deputada federal dependerá, portanto, de uma estruturação fora de Ilhéus, onde seu capital político é mais limitado. Analistas avaliam que a ideia de lançá-la ao pleito federal, sem as alianças que a sustentaram em 2024, pode ser um “tiro no pé”, arriscando desgastar sua imagem e enfraquecê-la como um dos principais nomes da esquerda local.
Restará a Adélia provar que seu tamanho político independe de acordos efêmeros—ou sucumbir ao isolamento que costuma seguir derrotas eleitorais. Em 2026, o teste será implacável.
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