
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, confirmou em depoimento ao STF que o ex-presidente recebeu e propôs alterações em um documento que previa medidas extremas como estado de sítio e prisão de ministros do STF em 2022. Cid afirmou que o ex-assessor Felipe Martins apresentou a Bolsonaro um documento com duas partes: a primeira listava supostas interferências do STF e TSE, enquanto a segunda propunha medidas como estado de defesa e prisão de autoridades.
Segundo o depoimento, Bolsonaro leu e modificou o texto, retirando a previsão de prisão de várias autoridades, mas mantendo a do ministro Alexandre de Moraes. Cid relatou ainda que o ex-presidente convocou chefes das Forças Armadas para discutir o plano, encontrando resistência dos comandantes do Exército e Aeronáutica, mas apoio do comandante da Marinha. O militar afirmou ter presenciado os fatos sem neles participar, negando sofrer pressão para delatar.
Os interrogatórios continuam até sexta-feira (13) com Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, entre outros acusados no núcleo considerado crucial do suposto plano golpista. A PGR aponta crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, com penas que podem alcançar 40 anos de prisão. O depoimento reforça as acusações sobre a tentativa de subverter a ordem democrática após as eleições de 2022, com o STF previsto para concluir o julgamento ainda este ano.
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