Ministro Fachin sobre eleições: “Diálogo, sim; joelhos dobrados, jamais”


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, voltou a defender o processo eleitoral nesta sexta-feira (13/5). Durante o 24º Congresso Brasileiro de Magistrados (CBM 2022), realizado em Salvador (BA), Fachin ressaltou, em seu discurso, que não permitirá “a subversão do processo eleitoral”.

Ainda citando o que chama de defesa “desarmada”, foi além: “Para remover a Justiça Eleitoral de suas funções, terão que antes remover este presidente da sua presidência. Diálogo, sim; joelhos dobrados, jamais”, enfatizou no discurso.

Fachin não citou nomes nem atacou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por afirmações recentes contra o processo eleitoral. Ele manteve a postura dos últimos dias, nos quais se colocou contra interferências das Forças Armadas no processo eleitoral. Ainda com o mesmo discurso de quando tomou posse, em fevereiro, o magistrado frisou que respeitar o resultado das urnas, dar soberania ao voto popular, é primordial para a democracia.

“É importante que todos os Poderes digam, sem subterfúgios, que vão respeitar o processo eleitoral de outubro de 2022”, analisou em sua explanação.

TPS

Fachin discursou por 30 minutos, e, enquanto isso, o TSE defendia as eleições em uma outra frente. Na sede da Corte Eleitoral, em Brasília, especialistas que participaram do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS) em 2021 faziam os últimos testes nas urnas. Durante três dias, de 11 a 13, eles tentaram entrar no sistema do TSE ou repetir os ataques feitos ano passado. Nenhum conseguiu.

O TSE resolveu cinco inconsistências encontradas pelos especialistas em um processo colaborativo e de aperfeiçoamento das urnas eletrônicas. No encerramento do chamado Teste de Confirmação, o juiz auxiliar da presidência do TSE, Sandro Nunes Vieira, reforçou: “Todo o esforço foi importante para celebrarmos a democracia do Brasil. Nenhum dos 29 planos de teste conseguiu atingir nenhum voto sequer ou mexer na totalização dos votos. As urnas são seguras”, analisou.

As urnas eletrônicas nas quais os brasileiros vão votar em outubro e o sistema de transferência e contagem dos votos passaram pelos últimos ajustes feitos pelos especialistas externos.