Preço do café ao consumidor subirá até 40%, projeta indústria


A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) prevê alta entre 35% e 40% no café que chega nas prateleiras do supermercado para o consumidor. Segundo estudo feito pela Abic, no período entre dezembro de 2020 até julho de 2021, o valor pago pela matéria-prima está em média 82% mais caro. Porém, nas prateleiras, o reajuste de preço do café atingiu a média de 15,9%. Diante dessa diferença, a entidade prevê que a mudança no valor seja feita já a partir de setembro.

Alguns fatores ajudam a explicar a expectativa do cafezinho mais caro para o consumidor brasileiro. Entre eles, a produção menor que o esperado em 2021 em função do ciclo da atividade cafeeira, os desafios climáticos como a seca e as geadas que provocaram quebra na safra brasileira e risco para a produção de 2022, o aumento das exportações, e a alta do dólar e do consumo de café no mercado doméstico.

O Brasil é o segundo maior consumidor de café do mundo e, apesar do cenário da pandemia, a procura pela bebida seguiu avançando. O país registrou aumento de 1,34% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com oferta restrita e consumo aquecido, a indústria reclama que as margens do negócio estão no pior patamar dos últimos tempos e, por isso, o repasse ao consumidor será inevitável.

Segundo a Abic, é a maior alta nos supermercados em 25 anos. Os danos da geada nos cafezais brasileiros ainda estão sendo apurados e certamente os efeitos estarão presentes no mercado também no próximo ano. A perda de potencial produtivo encarece a matéria-prima, que fica mais escassa. A retomada econômica pode dar um gás extra no consumo da bebida fora do lar e a expectativa é de firmeza nas cotações ao produtor. O consumidor deverá ajustar a planilha de custos, pois o cafezinho de todo dia deverá custar um pouco mais a partir de agora.

Informações da Jovem Pan.