Pontal no caminho da lama sem pai e sem mãe


Por José Rezende Mendonça

“O pau que nasce torto não jeito morre torto”. Este adágio popular é bem peculiar para as diversas aberrações que vem ocorrendo no bairro do Pontal. Mas, dentre tantas, neste relato vamos dar ênfase a dois aspectos: aos proprietários de boa parte das ruas aqui do bairro, que atendem pelo nome de locadora de veículos.

Fato comentado, repetido, discutido rediscutido e que já perdura por mais de dois anos, mesmo depois de várias reuniões com algumas secretarias do município e o ministério público. Além de vários abaixo assinados, entregues a quem de direito, com registro em atas.

Como todas as promessas sobre este caso específico, foram jogadas no lixo e no esquecimento. Com isso, as locadoras teimam em fazer das ruas do Pontal, seus estacionamentos, garagens e até posto de lavagem, onde a lama é jogada diretamente na boca de lobo (bueiro). Uma verdadeira bagunça, deixando o trânsito caótico e infernizando a vida dos moradores, que não tem mais pra quem a pelar.
E não tendo pra quem apelar, fizeram suas próprias leis, sinalizando suas portas com pirulitos, gelos baianos, cones e paralelepípedos, dando um aspecto de descaso, de terra sem lei, do “aqui ninguém tasca, que eu vi primeiro”.

Como sabemos, a maioria destes carros locados, vão para Itacaré, península de Maraú, até Barra Grande, e no retorno com “lama até o pescoço”, são largados nas portas de quem muitas das vezes nem veículo tem. Sendo obrigado a realizarem a limpeza da rua, por conta própria, pois nem garis, nas ruas do Pontal passam mais.
A lama é simplesmente canalizada com as águas da chuvas para a rede pluvial, que já é precária, pois nunca fora revitalizada nestes últimos 43 anos, apenas remendos e mesmo assim, quando não tem mais jeito, e até uma criança sabe as consequências disso.

Uma das maiores locadoras de aluguéis de carros no Pontal, simplesmente, ignorando a tudo e a todos, instalou um lava jato na atual Rua Juca Pinto (antiga Rua D. Pedro – II), até aí parece tudo tranquilo, mas, não o é. E por assim saber da impunidade, tão peculiar no Brasil, resolveu jogar toda lama (barro), proveniente das lavagens dos carros, DIRETAMENTE na calçada, que escorre paralelamente junto ao meio fio, e outra quantidade pela pista de rolamento, que se encaminham pra a boca de lobo (bueiro).

Os pontalenses no passado, tinham um bairro pitoresco, conservado, limpo e agradável pra se morar. Hoje assistem pasmos um novo bairro pedinte, que em breve, já poderá optar pelo “Bolsa Família”, pois, é o único bairro da zona Sul sem rede de esgoto; sem um posto médico, que se arrasta numa reforma sem fim; sem varredores de rua, onde a maioria delas mais parece uma “tábua de pirulito”; sem placas de sinalização vertical e placas de orientação de trânsito, e as que tinham foram tiradas, e ninguém sabe e ninguém viu; deixando os turistas, sem saber pra onde fica o aeroporto. Sem contar o abandono que deixaram nossa única praça, que foi requalificada há mais seis anos, pela força de um bairro criativo, que praticamente não existe mais. A Avenida Lomanto Júnior e a Rua 13 de Maio, que juntas, são as principais e únicas na ligação Centro/Sul/Centro, que mais parecem uma colcha de retalhos, com calçadas sujas, arrebentadas, bueiros entupidos, etc….etc….

Será que não seria mais prático e barato, restaurar a Rua 13 de Maio com uma camada de asfalto, como fora feito em algumas ruas da cidade? E não venham para cá, nos dizer que, recapear a 13 de Maio não é viável, devido não haver a rede de esgoto. Mas, se for por isso, que interditem o Pontal, o deixem de vez, sem pai e sem mãe.

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José Rezende Mendonça é Técnico Agrícola, aposentado/CEPLAC – Fotointérprete Especialista em Cartografia e Aerofotogrametria, na interpretação de fotos aéreas, imagens de radar e satélite.

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