Advogado de PM suspeito de matar delegado diz que tiro foi legítima defesa


Câmera de segurança mostra a sequencia da ação que terminou com delegado morto. Imagem reprodução.

O advogado do cabo da Polícia Militar suspeito de matar o delegado José Carlos Mastique de Castro Filho, em Itabuna, no sul da Bahia, apresentou um vídeo, nesta quinta-feira (3), que, segundo ele, comprova que o disparo feito com uma submetralhadora foi uma ação de legítima defesa.

O caso ocorreu em abril deste ano nas proximidades de um posto de combustíveis. Segundo a Polícia Militar, o cabo Cleomário de Jesus Figueiredo está proibido de portar armas e cumpre serviço administrativo no 15º Batalhão, onde é lotado.

Marcelo Pinheiro, advogado do policial, conta que as imagens mostram que o delegado não obedeceu a voz de abordagem feita pelo suspeito e fez movimentos bruscos na direção dos policiais.

“Cleomário já tinha subtraído a primeira arma dele [delegado], ele se afastou, Cleomário continuou a dar voz de abordagem, ele não obedeceu, sacou uma segunda arma das costas, um revólver 38 e fez movimentos bruscos em direção à guarnição”, disse o advogado Marcelo Pinheiro.

Na manhã desta quinta, o Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc) divulgou um vídeo que também mostra a ação da Polícia Militar.

O caso foi registrado na Corregedoria da Polícia Militar e também era investigado pela Polícia Civil. Ainda em abril, os dois PMs envolvidos na ação foram presos e, em seguida, liberados.

Em junho, a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público e o policial militar se tornou réu por homicídio qualificado. O processo está na fase de instrução com audiência e depoimentos de testemunhas para depois o juiz decidir se o policial vai ou não à júri popular.

“Pelo que ficou investigado, pelo que ficou apurado no inquérito policial realmente aquilo ali se trata de um crime, foi denunciado pelo crime de homicídio qualificado, porque pela circunstância ficou comprovado que foi uma questão muito rápida e a vítima sequer teve chance de reação”, disse o promotor Rafael Piton.

O delegado José Carlos Mastique entrou na Polícia Civil da Bahia em 1998, como escrivão na Delegacia de Porto Seguro, sul do estado. Em 2004, foi nomeado delegado e passou por várias unidades do interior. Na época em que foi morto, ele trabalhava na Delegacia de Cajazeiras, na capital baiana. O delegado deixou um filho.

Matéria da TV Bahia.