Mineradora chinesa tem projeto bilionário com megabarragem em Minas e mineroduto até Ilhéus


Vista da mina de Brucutu, da Vale, em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG). Foto: Washington Alves/Reuters – 4/2/2019.

O governo de Minas Gerais assinou na última quinta-feira, 12, um protocolo de intenções com a Sul Americana de Metais (SAM), subsidiária da chinesa Honbridge Holdings, para a construção de um complexo de mineração de R$ 7,9 bilhões no norte do Estado.

Chamado de Bloco 8, o projeto inclui um mineroduto de 480 quilômetros que irá da cidade mineira de Grão Mogol até Ilhéus, na Bahia, passando por 21 municípios – a construção do mineroduto eleva o investimento total a R$ 9,1 bilhões.

O projeto prevê uma das maiores barragens de rejeitos do País e é condenado por entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens. A empresa afirma que a barragem tem um modelo seguro.

Quando estiver em operação plena, o Bloco 8 terá produção de 27 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, pouco menor que a da mina de Brucutu, da Vale, e semelhante à capacidade total prevista no projeto Minas-Rio, da Anglo, cuja logística também depende de um mineroduto.

As jazidas a serem exploradas estão nos municípios de Grão Mogol e Padre Carvalho. O complexo terá uma usina de concentração de minério, barragens de água e barragem com capacidade para suportar 845 milhões de metros cúbicos de rejeitos.

A barragem da Vale na mina de ferro Córrego do Feijão, em Brumadinho, tinha capacidade para armazenar mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Seu rompimento, em 25 de janeiro, liberou uma onda de lama que matou 249 pessoas e deixou 21 desaparecidas.

A barragem de Fundão da Samarco, em Mariana, tinha armazenados 55 milhões de metros cúbicos quando se rompeu, em novembro de 2015, de um total de 111 milhões de metros cúbicos licenciados.

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