Nova taxa de juros do BNDES é um “desestímulo a indústria”, diz Bebeto


O deputado federal Bebeto Galvão (PSB) criticou a nova política para os juros cobrados nos empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciada na sexta pelo Governo Federal. A ação prevê a criação de uma nova taxa de juros, mais alta que o formato atual (com base na TJLP – Taxa de Juros de Longo Prazo). Para o parlamentar baiano, trata-se de mais um “desestímulo a indústria brasileira”.

“Vai acontecer uma diminuição dos investimentos no momento em que o país mais precisa. Já são três anos de recessão, levando 8% da riqueza nacional e quebra de empresas. Uma manobra tosca. Essa nova taxa que o Governo aprovou vai encarecer o financiamento. Das 1.200 empresas pesquisadas pela FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), 40% disseram que não vão investir se houvesse aumento da taxa de juros e mais de 53% disseram que vão reduzir a metade dos seus investimentos. Nem o setor produtivo, nem a FIESP, nem a CNI, queriam essa mudança”, analisou Bebeto em entrevista ao Informe Baiano.

Bebeto afirmou ainda que a mudança beneficia interesses do mercado financeiro, “a quem o senhor Meirelles atende”.

“Faz uma disputa entre o capital produtivo, que é aquele valor que você pega emprestado e investe em uma fábrica. E o capital especulativo, que é o financeiro. Ele desestimula o capital produtivo. Você vai deixar de ter financiamento e consequentemente, obras importantes na Bahia. Várias obras são tocadas via BNDES. Esses setores dependem do BNDES”, disse.

 O deputado teme ainda que “o destempero do Governo resulte em aumento do desemprego”, que já atinge quase 14 milhões de pessoas.

Os ministérios da Fazenda e do Planejamento informaram que nos próximos dias será editada uma medida provisória alterando a remuneração das operações de crédito concedidas pelo BNDES e criando a Taxa de Longo Prazo (TLP). Ela vai valer para contratos novos, firmados a partir de 1º de janeiro de 2018.