Aos 35 anos, o Nelson Costa lamenta o abandono


Por Carlos Santiago

Carlos Santiago é radialista, publicitário, e morador do Nelson Costa desde 1987.
Carlos Santiago é radialista, publicitário, e morador do Nelson Costa desde 1987.

Um dos maiores bairros de Ilhéus, o Nelson Costa, sofre com descasos de governos ao longo dos seus 35 anos de história. Nascido Nova Ipanema, nome provisório desde que tropas das forças armadas organizaram ocupações no começo dos anos 80, vindo logo em seguida receber como nome oficial, o do médico Dr. Nelson Costa, esse importante lugarejo ao sul ilheense cresceu, e hoje concentra um dos maiores comércios da cidade, sendo responsável por um numeroso giro de capital e oportunidade de negócios notadamente ao longo da sua principal rua, a avenida Lótus, bem como em suas transversais.

Com tudo isso, uma marca triste deste importante bairro, é a falta histórica de atenção por parte de governantes que desfilam pela localidade, a cada quatro anos, prometendo mundos e fundos com seus tapinhas nas costas, demorados apertos de mãos e aquela célebre frase: ”Se eu for eleito, prometo…”.

Os problemas, se listados, vão ocupar uma boa parte do artigo, portanto, resumidamente, aponto a histórica demora nos pontos de ônibus (sempre lotados e sua famosa falta de abrigos, além da qualidade duvidosa dos poucos coletivos que atendem), como das mais antigas reclamações do povo nelsoncostense, seguido de varrição das ruas, manutenção dos espaços públicos, como a quadra poliesportiva da praça da Mangueira, com sua grade destruída, marcação apagada, parque infantil enferrujado e que não vê uma vassoura “há uns três anos!”, segundo palavras de morador.

Na saúde, o único posto que realizava atendimento precariamente e quase sempre sem médicos, encontra-se fechado para reforma há mais de seis meses, provocando um aborrecimento geral e esforço humano e financeiro aos moradores, que diariamente precisam do serviço e são obrigados a se deslocar para bairros vizinhos para aventurar um atendimento.

O comércio precisa urgentemente de uma atenção no que tange ao estacionamento, pois na entrada da av. Lótus o espaço é dividido entre uma praça de táxi, um ponto de motoboy, um ponto de frete, carga e descarga de caminhões, e os consumidores que muitas vezes não encontram espaço para uma rápida ação, precisam de muita paciência para realizar seus negócios. Setrans? Ouvi dizer que tem na cidade.

Nas encostas, na área conhecida como antigo Corante, a ameaça de desmoronamento é iminente, o medo é notório e quando chove, o alagamento é geral, com direito a esgoto a céu aberto elevando os riscos de doenças. Um caos. Segundo uma antiga moradora da quarta travessa da rua Bela Vista e que prefere não se identificar, “o abandono é histórico e piorou nos últimos quatro anos.”

Mas, como é ano eleitoral, talvez encontremos novamente alguém da prefeitura pelas ruas do bairro, ou, promessas radiofônicas, ou rebatendo o artigo, ou, assinando papéis ou, ou, ou….