Deputada defende audiência com Dilma para discutir sobre a demarcação na região


Foto Cristiano Cruz.
Foto Cristiano Cruz.

Unir todas as forças políticas para buscar uma audiência com a presidente da República, Dilma Rousseff, e com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, para expor sobre o conflito de terras na região Sul da Bahia e mostrar a necessidade de garantir o direito de permanência dos pequenos agricultores em suas propriedades. Essa foi uma das propostas defendidas pela deputada estadual Ângela Sousa (PSD) durante a audiência pública realizada na tarde desta sexta-feira (13), no auditório da Ceplac, para discutir sobre os impactos sócio-econômicos e os prejuízos processo de demarcação de terras propostos pela Funai nos municípios de Ilhéus, Una e Buerarema.

Promovida pela Associação de Pequenos Agricultores de Ilhéus, Una e Buerarema, a audiência contou com a participação dos deputados estaduais Pedro Tavares e Ângelo Coronel, do prefeito de Buerarema, Guima Barreto, da ordem dos Advogados do Brasil, vereadores dos três municípios, representante da Prefeitura de Una e da Câmara de Dirigentes Lojistas de Buerarema. Abrindo o encontro o presidente da Associação dos Pequenos Agricultores, Abiel Silva, falou dos problemas enfrentado pelos pequenos agricultores desde que a Funai iniciou o processo de demarcação de terras na região. Durante o encontro foram mostradas imagens da destruição de fazendas pelos supostos índios e relatos emocionados de pequenos agricultores que perderam todas as suas propriedades, fruto de uma vida inteira de trabalho, suor e dedicação.

O ex-presidente da Associação dos Pequenos Agricultores, Luiz Henrique Uaquim, fez um relato histórico sobre os estudos realizados comprovando e inexistência dos índios Tupinambá na região e a forma como os produtores compraram e adquiriram suas propriedades, todas de forma legal. Ele também falou dos prejuízos que a região vem sofrendo ao longo dos anos desde que a Funai iniciou o processo de demarcação de terras, chegando ao valor de mais de R$ 33 milhões por ano. De acordo com Uaquim, a região de Ilhéus, Una e Buerarema era responsável pelo cultivo dos mais diversos produtos, mas desde que iniciaram as invasões quase nada se produz mais nessa região.

A deputada estadual Ângela Sousa disse que é preciso vontade política para resolver o problema, daí a necessidade de todos os partidos, deputados e lideranças se juntarem para cobrar essa audiência com a presidente Dilma e com o Ministro da Justiça. Ela voltou a cobrar dos governos Federal e Estadual uma solução pacifica e justa para o problema da demarcação de terras no Sul da Bahia. De acordo com Ângela Sousa, se houver a necessidade de realizar a demarcação, é preciso que se utilizem critérios justos e coerentes, ao contrário do que propõe a Funai, que prevê a destinação de 47 mil hectares de terras produtivas, tirando de pequenos agricultores, homens e mulheres que construíram suas propriedades com suas mãos calejadas, para entregar a pessoas que se autodeclararam índios.