O que simboliza, de fato, o azul da ponte ?


Editorial do Jornal Bahia Online

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Azul igual: o da ponte e o da campanha. Subliminar ?

Próxima à campanha eleitoral do ano passado, a Coligação “Por Amor a Ilhéus”, que tinha o atual prefeito Jabes Ribeiro como seu candidato, ingressou na justiça para tentar impedir que os garis da Prefeitura, do governo do então petista Newton Lima, usassem um uniforme vermelho nas ruas, em detrimento à cor anteriormente usada, a verde.

Achava o grupo jabista, que ao usarem a principal cor que simboliza o PT, os garis estariam, de forma subliminar, contribuindo para fixar a imagem da professora Carmelita Oliveira, candidata petista. E disso ela tirar alguma vantagem eleitoral.

Publicidade subliminar é quando se consegue apresentar ao consumidor um produto ou serviço de maneira tão leve ou breve que não é conscientemente percebida e o leva a consumir-lo ou usar-lo sem saber das razões autênticas.

Naquela oportunidade, se houve esperteza do povo do PT  ao expor o vermelho do partido e fazê-lo enxergado nos uniformes públicos, houve também, uma resposta, ao menos, plausível. O vermelho do PT é, de fato, o mesmo vermelho estampado na bandeira oficial de Ilhéus. Foi essa a desculpa dada à justiça!

Agora, um fato semelhante deve chamar a atenção dos mais atentos. Afinal, por qual motivo a ponte Lomanto Júnior foi pintada de azul pela atual administração municipal? Uma homenagem ao Novembro Azul, diriam os que não enxergam segundas intenções no gesto do governo.

Mas, para os mais “maldosos”, pelo menos uma questão precisa ser destacada neste episódio: alguém lembra qual a cor da última campanha do atual prefeito?

A resposta é… azul. Igualzinha ao azul da ponte.

Santa coincidência!

Se o vermelho do PT, que é igual ao vermelho da bandeira de Ilhéus era uma subliminar que incomodava os jabistas, o que dizer então do azul da ponte, do mesmo azul que nem sequer se encontra em nenhum símbolo da cidade, exposta em um dos maiores símbolos dela? Incomoda a oposição? É legal, agora?

A Lei – é bom que se frize – não permite subliminares de campanhas eleitorais, principalmente em gestões públicas. Já vimos, em cidades próximas, a justiça determinar uma nova pintura de prédios públicos pintados com cores de campanhas eleitorais. Portanto, é preciso mais que ficar de olho. É preciso, além do respeito às leis, fazer com que nossas lideranças entendam que a campanha acabou.

A hora é de governar para todos. Sem dependência de cores. Sem exigências de preferências eleitorais.